Mal soube da constituição da equipa percebi logo que hoje ninguém nos conseguia parar. O Jorge Jesus assegurou que o faríamos pelos nossos próprios meios, entrando para esse efeito o Bryan Ruiz e o Montero. Entrámos parados e parados ficámos durante quarenta e cinco minutos. Era assim que estava o Coates quando aconteceu golo do Setúbal, seguindo escrupulosamente as instruções do treinador. Há jogadores que não estão com boa cara, como o Rúben Ribeiro, o Coates, o Bryan Ruiz ou o Montero, mas não estão pior do que muitos outros que jogam no campeonato de veteranos. Estava à espera de ver jogar o Manuel Fernandes e mais vontade tive de o ver entrar quando percebi que era o Doumbia a entrar em vez dele num momento que tão precisados de golos estávamos.
Para a segunda parte, o Jorge Jesus mandou entrar uns rapazes mais novos e tirou os mais velhos. Encostou o Acuña à esquerda, meteu o Battaglia no meio para avançar o Bruno Fernandes, que passou a jogar da direita para o meio. Num primeiro momento, os jogadores pareceram ficar surpreendidos com a possibilidade de se jogar a correr e de com essa falta de (es)tática se criarem oportunidades de golo. Só assim se explica tamanho desperdício.
O desperdício era tanto que numa só jogada desperdiçámos três vezes o golo a um metro da baliza, tendo um jogador do Setúbal acabado com aquele sofrimento do guarda-redes de lhe estarem sempre a atirar bolas contra ele e metido mão à bola. O árbitro e o vídeo-árbitro demoraram mais ou menos dois dias para deliberarem e decidirem o “penalty”. Rui Costa, rigoroso como é, resolveu compensar essa paragem com cinco minutos de descontos. Percebendo também que o jogador do Setúbal não tinha nenhum objetivo de evitar um golo mas tão-somente o de terminar com o suplício do guarda-redes, não lhe mostrou o vermelho.
A empatar, o Setúbal apostou tudo nos “penalties” e o Rui Costa também: entre substituições, lesões e outras perdas de tempo, não mais se jogou à bola até ao final do jogo. Aparentemente, o José Couceiro pensava que o Edinho podia marcar os “penalties” todos. Não podia, como lhe explicaram. Marcou somente um e pode ir para a reforma contar aos netos esse seu feito, mostrando as imagens a despir a camisola e a fazer umas macacadas que ninguém percebeu. O Jorge Jesus meteu a “carne toda no assador” e não dispensou as superiores qualidades do Coates e do William Carvalho na marcação de “penalties”. Não podendo contar com o Nelson atrás da baliza, era a última arma que dispunha. Ganhámos, demonstrado que parados e de bola parada ninguém nos para.
PS1. Somos os melhores adeptos do Mundo. Hoje, foram os adeptos a levar a equipa às costas. É inacreditável a forma como nunca perdemos a crença.
PS2. Hoje devia ter sido o Pedro Silva a erguer o caneco. Não se pode reparar o esbulho do Lucílio Baptista. Mas convém nunca o esquecer, como se viu hoje outra vez. Para mim, acabou a Taça Lucílio Baptista e começou a Taça Pedro Silva.
Muito bem caro Rui Monteiro,
ResponderEliminarEm meio a tanta contrariedade, conseguimos fazer dois jogos que não ficaram na história, mas que serviu para conquistar uma Taça que ninguém queria e todos celebraram. Talvez por imaginar a tristeza que vai por todo este país, desde jornalistas até ao presidente que afirmou que o Sporting não iria ganhar nada!
Desta vez não tivemos uma vitória moral!
Tenha o valor que tiver esta Taça, mais importante foi vencer o jogo, mesmo que em grandes penalidades.
Muitos desvalorizaram e desvalorizarão esta competição por termos vencido, mas a verdade é que tudo fizeram para que fosse o FCP a jogar esta final e o Setúbal a vencer hoje! Preferiam que tivéssemos outra vitória moral a lamentar o destino.
Um título ganho pelo Sporting nunca é apenas um título.
Somos Campeões de Inverno! Venha o resto...
Saudações Leoninas
JHC
Meu caro JHC,
EliminarEstá tudo numa das suas últimas frases: "Um título ganho pelo Sporting nunca é apenas um título". Nem mais. Festejemos, pois.
SL
Já agora uma pequena informação, visto que esta coisa do cartão vermelho ao jogador do Setubal está a ser falada em todo o lado.
ResponderEliminarO árbitro, bem, aplicou a nova lei que diz que um jogador que faça penalty só vê o amarelo, a não ser que seja por agressão. A lei visa não deixar a equipa que comete o penalty com um triplo castigo, ou seja, ficar sem um jogador, levar com um penalty e ter o adversário uma oportunidade flagrante de marcar.
Concorde-se ou não é a lei.
Pensei que fosse por terem avaliado que o guarda-redes poderia ter defendido mesmo que o jogador não cometesse a grande penalidade.
EliminarEstá também explicada a razão para Battaglia não ter sido expulso contra o Benfica.
Até calhou Podstawski não ter sido expulso pois falhou a grande penalidade. SL
JHC
Grande treta, o penalty é claro, a expulsão era óbvia - corte propositado com a mão em cima da linha de golo - e a confirmação disso mesmo está nos jornais hoje.
EliminarQuanto ao battaglia na capoeira, se acham que tem que ver com este lance...o que dizer?
Pois é verdade. Foi erro meu.
EliminarMeus caros,
EliminarParece-me diferente levar com uma bola na mão porque se faz à bola com os braços abertos e sem ter a consciência que com esse gesto evita de certeza um golo ou deliberadamente meter mão à bola na linha de baliza para evitar um golo. Mas isto das arbitragens é cada cabeça sua sentença e varia de dia para dia com as explicações mais mirabolantes.
SL
Meu caro Rui excelente post com a ironia quanto baste. É verdade o mestre da táctica tem aproveitado esta época para promover inovações cuja importância só poderá ser avaliada muito mais tarde. Testar os limites de sobrevivência colixando a equipa a jogar com cada vez menos jogadores têm sido um Projecto de Investigação que tem corrido muito bem. Ontem depois de termos abandonado o ensaio ainda fomos a tempo de empatar e de ganhar nas penalidades.O meu filho que se recorda da final da Taça de Portugal perdida com a Académica achava que estávamos perante uma sequela desse triste momento.
ResponderEliminarFelismente alguém deu ordens para os jogadores poderem correr e voltou a equilibrar os efectivos. É mais justo jogar onze contra onze, mesmo para os vencidos.
Ganhámos. A Taça vai para o museu. A equipa vai para a Liga e para a Taça de Portugal fazer o que tem de ser feito. Jogar -dentro dos regulamentos, aproveitando avaramente a possibilidade de utilizar onze jogadores e de fazer três substituições - para com a qualidade do plantel disponível lutar por todas as vitórias.
Estão mais fáceis as coisas com o VAR. A verdade desportiva não pode ser tantas vezes manipulada. Não há bruxo que se aguente num contexto em que a VAR dita a sua lei. Tempos de mudança. Temos que fazer a nossa parte bem feita. Há casos em que 30 minutos é pouco tempo.
A linguagem escrita com suporte informático muitas vezes prega-nos partidas.Mas também permite que descubramos neologismos que traduzem muito melhor o que queríamos dizer.Colixando em vez de colocando traduz com exactidão aquilo que eu acho que resultou da opção inicial do nosso mister.
ResponderEliminarFelizmente diria eu e não Felismente como escrevi algures no texto.
Bom domingo que com vitórias fica mais fácil.
Caro JG,
EliminarNa final, entrámos com o quatro jogadores que não correm, não defendem e só jogam com a bola no pé: Bas Dost, Montero, Rúben Ribeiro e Bryan Ruiz. É difícil jogar quando a outra equipa joga com onze só com sete jogadores. O JJ tem apostado em várias soluções deste tipo, jogando com dez ou nove jogadores. Não me lembro de jogar com oito. Sem nunca ter jogado só com oito, resolveu inventar e jogar só com sete.
SL
Mercida?...não sei,brilhante não foi.Quantos jogadores ainda a contratar pelo JJ para uma vitória limpinha, limpinha
ResponderEliminarMeu caro,
EliminarAs vitórias só não são merecidas quando mete árbitro ao barulho. Se não mete árbitro, ganha quem marca mais, nem que seja nos "penalties". Sem interferência do árbitro, merecer ganhar e ganhar são uma e única coisa.
Outra coisa é se esta não é uma vitória de Pirro. Já não digo nada. Anunciei essa vitória de Pirro no jogo contra o Rio Ave e aos trambolhões lá continuamos em todas as frentes. Até quando é a pergunta que fica.
SL