Confesso: sou um frustrado jogador de andebol. Não desejei ser polícia nem bombeiro. Só jogador de andebol. Tentei. Errei, errei sempre. Nunca errei melhor.
Ver o Sporting em andebol deixa-me tão empolgado como a ver futebol. Tenho uma camisola autografada do Hugo Rocha de quando ganhámos a Challenge Cup. Pedi-a à mãe dele, que é minha colega. Andei com ela vestida durante todo o dia de trabalho.
Ver hoje o Sporting contra o Porto quase me levou às lágrimas. Os do Porto são melhores; só entravam de caras naquela equipa o Rui Silva e o Pedro Portela. Têm muito mais alternativas. São mais altos a mais forte. Têm um treinador extraordinário.
Mas eles tremeram. Tremeram no primeiro jogo, mas o Gilberto Duarte resolveu. Passearam-se no segundo. No terceiro, secámos o Gilberto Duarte e eles não encontraram alternativas fiáveis. Hoje inventaram o Yoel Cuni Morales. Surpreendeu-nos até acabar com tiros de pólvora seca. O Gilberto Duarte ainda resolveu na primeira parte do prolongamento, mas não demos hipóteses na segunda. Não sofremos um único golo.
Não temos o Quintana, não temos jogadores tão altos e tão fortes, mas defendemos admiravelmente. Sobretudo fomos encontrando diferentes variantes, que surpreenderam o adversário.
No ataque é que não estamos tão bem. Não temos poder de fogo de primeira linha. O 6x0 do Porto parece sempre chegar para as encomendas. Nas transições rápidas e nos contra-ataques ainda fazemos alguma mossa. Temos que jogar em permanentes trocas de bola e de posição, com a primeira linha em cima da defesa e, por isso, no limite do erro. O Bruno Moreira não consegue bloquear o deslocamento da defesa. Tudo é conseguido com muito esforço. Às vezes parece que rematamos de olhos fechados. E necessário temporizar, deixar o Quintana definir-se e rematar melhor.
E Sábado? Se o andebol fosse matemática, estávamos arrumados. Felizmente não é. Se a defesa continuar assim, eles vão tremer. A defesa pode-nos manter em jogo, gerando menos pressão para marcar no ataque. Se assim for, vai ser taco a taco. No final ganhará quem tiver os jogadores com coragem para decidir bem nos momentos decisivos. Hoje, foram o Spínola e o Portela, nos sete metros.
Não me parece que o nosso plantel seja assim tão mais fraco que o do FCP. Além dos 2 nomes referidos vejo Carol e Magalhães a terem lugar no plantel do FCP. Penso até que com Gilberto Duarte de verde e branco à muito que o titulo estava fechado.
ResponderEliminarSL
Meu caro,
EliminarNão disse que os jogadores são "tão mais fracos". Se fossem "tão mais fracos" não ganhavam ao Porto. A defesa do Sporting é de tal maneira competente que até parece que os jogadores do Porto não são tão bons como são.
SL
São interpretações ou então definições que damos às palavras: "Os do Porto são melhores; só entravam de caras naquela equipa o Rui Silva e o Pedro Portela. Têm muito mais alternativas" parece-me o mesmo que dizer que o nosso plantel tem muito menos soluções que o deles, e como referi não o acho. Penso que Magalhães, Carol, Rui Silva, Portela, Spínola e até Solha teriam lugar no plantel do FCP.
EliminarMas é apenas a minha interpretação e opinião, que vale o que vale!
Como já referi com Gilberto ou Obradovic de verde e branco o titulo já esta atribuido...
SL
Tenho visto todos os jogos fico com a sensação que o SCP perdeu uma oportunidade de ouro num dos jogos no Dragão em que teve 4 golos de vantagem. Aí, sim, penso que a equipa tremeu. O FCP tem, de facto, uma qualidade individual e colectiva impressionante. Diria que é a única equipa que joga "à europeia".
ResponderEliminarSe o SCP conseguir voltar a controlar o marcador no Dragão, sem vacilar, será um feito absolutamente extraordinário. E não é por a qualidade dos jogadores do SCP ser má. Longe disso. É porque o FCP tem mesmo soluções de altíssima qualidade.
Aliás, as duas equipas estão num nível muito acima das restantes em Portugal. Apenas a qualidade do trabalho do ABC atenua as diferenças.
Palavra de benfiquista.
Saudações de um amante do andebol,
Nuno
Caro Nuno,
EliminarA equipa do Sporting é boa à escala nacional. A do Porto é magnífica. No primeiro jogo, cheguei a acreditar que eramos capazes de ganhar. Faltaram pernas e capacidade para parar o Gilberto Duarte na parte final do jogo.
Se a defesa do Sporting continuar a altíssmo nível, pode ser que se consiga manter um resultado equilibrado. Se assim for, quem errar menos ganha.
Um abraço.
Não gosto mesmo nada de andebol, mas adorei o texto. Até me deu vontade de ver o 5.º jogo. SL!
ResponderEliminarVai ver que não se arrepende.
EliminarUm abraço
Rui Monteiro texto fantástico! gosto muito de andebol mas "entendo" pouco do jogo, não sei o que as equipas têm de fazer ou mudar para ser melhores que o adversário. Nunca soube o que faltava ao Sporting para se aproximar do Porto, mas gostei do trabalho que tem vindo a ser feito de há 4 anos para cá, muito sustentado.
ResponderEliminaristo para dizer que no outro dia apercebi-me que ao meu lado estava a mãe da pessoa que me fez gostar de andebol, Ricardo Andorinho, não pude deixar de dar os parabéns por um dos melhores jogadores portugueses de sempre.
Meu caro,
EliminarA qualidade individual conta sempre. No andebol, ser alto, forte e ter uma mão grande ajuda. Agora, quase sempre se ganha na defesa. É por isso que acredito que o Sporting ainda pode fazer uma surpresa.
O Ricardo Andorinho foi um dos meus heróis também. No andebol, os espetadores tradicionais são muito diferentes. São uma grande família. Costumo ir ver o ABC aqui em Braga. O ambiente é magnífico.
SL
Caro Rui, "espetadores" é outra coisa! Certamente referia-se a quem assiste aos jogos e esses são "espectadores". O "c" continua a ser pronunciado, logo deve ter grafia.
ResponderEliminarQuanto ao andebol, é o meu 2º desporto. Joguei federado e continuo um apaixonado pela modalidade.
Ontem salvámo-nos no último segundo, depois aconteceu o mesmo ao FCP e no final...
Abraço!
Meu caro,
EliminarTenho muitas dúvidas. O "c" serve para abrir a vogal ("e"), não se lê propriamente. Sendo muda a consoante, tenho dúvidas. No limite pode-se escrever das duas maneiras.
Não vi o jogo todo. Só vi a parte final do segundo prolongamento. Revi algumas partes também. Aconteceu o que esperava. Conseguimos manter o jogo em aberto. Depois, quem tem melhores jogadores e está mais fresco pode decidir melhor em momentos cruciais.
Estou com o treinador e percebo o que ele diz. Era sempre muito difícil ganhar. Sem o Francis, o Rui Silva e o Pedro Solha era quase impossível. O Porto é melhor, mas o Sporting não foi inferior nesta final. Alguém tinha de ganhar.
SL