Devemos esta vitória da Taça de Portugal à APAF. Sem os árbitros a treinarem-nos a jogar com dez jogadores durante o campeonato, dificilmente teríamos ganhado uma final como esta. A perder, por um a e dois a zero, conseguimos ganhar a jogar com dez durante uma hora e quarenta e cinco minutos.
Para além disto, o jogo tem pouco que se lhe diga. Aos vinte minutos já o Rubem Michael tinha feito duas faltas para amarelo. O Pardo tinha feito mais uma. O Cédric faz penalty. O vermelho é no mínimo exagerado, para não dizer outra coisa. Podíamos estar em presença de um árbitro que tinha começado a ser rigoroso a partir do penalty. Que tinha mudado a forma de arbitrar com o penalty. Mas esta final tinha água no bico. A não expulsão do Baiano esclareceu o que havia para esclarecer. O Marco Ferreira tinha uma agenda e não disfarçava sequer.
É muito difícil analisar um jogo a partir destas circunstâncias. O Braga confirmou que é uma equipa medíocre. Marcou dois golos caídos do céu e, a jogar contra dez, praticamente não voltou a chegar à nossa baliza. O Sérgio Conceição constitui o protótipo de certos treinadores portugueses. Sobra em declarações e estilo gingão o que falta em capacidade para colocar uma equipa a jogar futebol.
A equipa do Sporting não esteve brilhante. Dificilmente se pode analisar o seu desempenho sem se ter em consideração as circunstâncias do próprio jogo. Teve um herói, um herói provável: Slimani. O homem não gosta de perder em circunstâncias nenhumas. Lutou sempre. Ganhou e perdeu bolas, mas nunca desanimou. No momento certo, estava lá para marcar o golo que fazia renascer a esperança. O Montero, às três tabelas, fez o resto.
O prolongamento foi penoso. A rapaziada não podia com uma gata pelo rabo. Mesmo assim, na primeira parte, a única oportunidade foi nossa. Na segunda, alguns jogadores já corriam perigo de vida. O Patrício, ao pé-coxinho, fez uma defesa magnífica e começou a escrever a história dos penalties. No segundo penalty, foi buscar a bola onde não parecia possível. A baliza ficou cada vez mais pequena para os jogadores do Braga. Só faltava esperar pelo inevitável.
As finais são para se ganhar. Ganha-se porque se merece ganhar e merece-se ganhar porque se ganha. É um truísmo que tendemos a esquecer. Ganhámos. É isso que ficará para a história.
Falaremos do Sporting, mais mal do que bem. Falaremos também do Benfica, sempre mal. Falaremos do Porto, conformados.
domingo, 31 de maio de 2015
domingo, 24 de maio de 2015
Meio balanço
Não vi o jogo de ontem. Ganhámos e, por isso, cumprimos a obrigação. Parece que merecemos ganhar também. O Nani acabou a participação no campeonato com um golo. É um prémio merecido.
Até agora, fizemos uma época pelo menos tão boa como a anterior. Os pontos e, consequentemente, as vitórias, derrotas e empates são equivalentes. Os nossos adversários fizeram melhor do que época anterior. Acontece.
Também não nos podemos esquecer que tivemos uma excelente participação na Liga dos Campeões. Só não passámos à fase seguinte pelas razões do costume: uma boa dose de interferência da arbitragem. Estamos na Final da Taça de Portugal. Com uma equipa de miúdos, fizemos mais ou menos o mesmo do que no ano passado na Taça da Liga.
O Marco Silva tinha condições para fazer mais e melhor do que o Leonardo Jardim? Vamos esperar pela final da Taça de Portugal e depois falamos.
Até agora, fizemos uma época pelo menos tão boa como a anterior. Os pontos e, consequentemente, as vitórias, derrotas e empates são equivalentes. Os nossos adversários fizeram melhor do que época anterior. Acontece.
Também não nos podemos esquecer que tivemos uma excelente participação na Liga dos Campeões. Só não passámos à fase seguinte pelas razões do costume: uma boa dose de interferência da arbitragem. Estamos na Final da Taça de Portugal. Com uma equipa de miúdos, fizemos mais ou menos o mesmo do que no ano passado na Taça da Liga.
O Marco Silva tinha condições para fazer mais e melhor do que o Leonardo Jardim? Vamos esperar pela final da Taça de Portugal e depois falamos.
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Rui Monteiro
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quinta-feira, 21 de maio de 2015
Com sete letras apenas se escreverá a história no sábado
Confesso: sou um frustrado jogador de andebol. Não desejei ser polícia nem bombeiro. Só jogador de andebol. Tentei. Errei, errei sempre. Nunca errei melhor.
Ver o Sporting em andebol deixa-me tão empolgado como a ver futebol. Tenho uma camisola autografada do Hugo Rocha de quando ganhámos a Challenge Cup. Pedi-a à mãe dele, que é minha colega. Andei com ela vestida durante todo o dia de trabalho.
Ver hoje o Sporting contra o Porto quase me levou às lágrimas. Os do Porto são melhores; só entravam de caras naquela equipa o Rui Silva e o Pedro Portela. Têm muito mais alternativas. São mais altos a mais forte. Têm um treinador extraordinário.
Mas eles tremeram. Tremeram no primeiro jogo, mas o Gilberto Duarte resolveu. Passearam-se no segundo. No terceiro, secámos o Gilberto Duarte e eles não encontraram alternativas fiáveis. Hoje inventaram o Yoel Cuni Morales. Surpreendeu-nos até acabar com tiros de pólvora seca. O Gilberto Duarte ainda resolveu na primeira parte do prolongamento, mas não demos hipóteses na segunda. Não sofremos um único golo.
Não temos o Quintana, não temos jogadores tão altos e tão fortes, mas defendemos admiravelmente. Sobretudo fomos encontrando diferentes variantes, que surpreenderam o adversário.
No ataque é que não estamos tão bem. Não temos poder de fogo de primeira linha. O 6x0 do Porto parece sempre chegar para as encomendas. Nas transições rápidas e nos contra-ataques ainda fazemos alguma mossa. Temos que jogar em permanentes trocas de bola e de posição, com a primeira linha em cima da defesa e, por isso, no limite do erro. O Bruno Moreira não consegue bloquear o deslocamento da defesa. Tudo é conseguido com muito esforço. Às vezes parece que rematamos de olhos fechados. E necessário temporizar, deixar o Quintana definir-se e rematar melhor.
E Sábado? Se o andebol fosse matemática, estávamos arrumados. Felizmente não é. Se a defesa continuar assim, eles vão tremer. A defesa pode-nos manter em jogo, gerando menos pressão para marcar no ataque. Se assim for, vai ser taco a taco. No final ganhará quem tiver os jogadores com coragem para decidir bem nos momentos decisivos. Hoje, foram o Spínola e o Portela, nos sete metros.
Ver o Sporting em andebol deixa-me tão empolgado como a ver futebol. Tenho uma camisola autografada do Hugo Rocha de quando ganhámos a Challenge Cup. Pedi-a à mãe dele, que é minha colega. Andei com ela vestida durante todo o dia de trabalho.
Ver hoje o Sporting contra o Porto quase me levou às lágrimas. Os do Porto são melhores; só entravam de caras naquela equipa o Rui Silva e o Pedro Portela. Têm muito mais alternativas. São mais altos a mais forte. Têm um treinador extraordinário.
Mas eles tremeram. Tremeram no primeiro jogo, mas o Gilberto Duarte resolveu. Passearam-se no segundo. No terceiro, secámos o Gilberto Duarte e eles não encontraram alternativas fiáveis. Hoje inventaram o Yoel Cuni Morales. Surpreendeu-nos até acabar com tiros de pólvora seca. O Gilberto Duarte ainda resolveu na primeira parte do prolongamento, mas não demos hipóteses na segunda. Não sofremos um único golo.
Não temos o Quintana, não temos jogadores tão altos e tão fortes, mas defendemos admiravelmente. Sobretudo fomos encontrando diferentes variantes, que surpreenderam o adversário.
No ataque é que não estamos tão bem. Não temos poder de fogo de primeira linha. O 6x0 do Porto parece sempre chegar para as encomendas. Nas transições rápidas e nos contra-ataques ainda fazemos alguma mossa. Temos que jogar em permanentes trocas de bola e de posição, com a primeira linha em cima da defesa e, por isso, no limite do erro. O Bruno Moreira não consegue bloquear o deslocamento da defesa. Tudo é conseguido com muito esforço. Às vezes parece que rematamos de olhos fechados. E necessário temporizar, deixar o Quintana definir-se e rematar melhor.
E Sábado? Se o andebol fosse matemática, estávamos arrumados. Felizmente não é. Se a defesa continuar assim, eles vão tremer. A defesa pode-nos manter em jogo, gerando menos pressão para marcar no ataque. Se assim for, vai ser taco a taco. No final ganhará quem tiver os jogadores com coragem para decidir bem nos momentos decisivos. Hoje, foram o Spínola e o Portela, nos sete metros.
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segunda-feira, 18 de maio de 2015
Está tudo dito
Está tudo dito aqui. Não acrescento, nem retiro nada. Não saberia dizer melhor. E não se fala mais nisto.
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domingo, 17 de maio de 2015
Sem enfiarmos um barrete qualquer não estamos descansados
É difícil pensar numa maneira mais desastrosa de acabar a época. Notícias sobre renovações, não renovações e aquisições todos os dias. Orçamentos que não se sabe se existem. Treinador no olho da rua ainda sem a época acabar e com uma final da Taça de Portugal por disputar. Conferências de imprensa de um lado e de outro que só servem para alimentar especulações e tensões. Previa-se, assim, o pior para este jogo.
Começou mal. O Tobias Figueiredo decidiu oferecer um golo ao Braga. O rapaz não é mau jogador. Tem tudo para ser um bom central: é alto e não é tosco de pés. O problema é a cabeça. Não tanto no recurso à dita para acertar na bola, mas na sua utilização para pensar melhor no que faz e não se precipitar. Resta saber se é defeito ou feitio.
A perder por um a zero, o Braga meteu-se dentro da área e começámos o carrossel a ritmo de caracol do costume. Ficámos à espera de uma arrancada do Carrilo ou de um remate genial do Montero. O Montero fez o remate genial do costume. Azar, a bola foi à trave e o Carrillo estava fora-de-jogo quando recargou de cabeça para a baliza. Esgotado o remate genial por jogo do Montero, ficámos entregues à sorte. O árbitro perdoou a expulsão de um jogador do Braga, por falta à entrada da área. O Nani tentou pela milionésima vez a folha seca que quase, quase parece que vai dar golo. Para compensar, o árbitro inventou um penalty a nosso favor.
Na segunda parte apertámos mais um bocadinho. O Braga ainda se meteu mais dentro da área, se tal ainda era possível. Num canto, acabámos a fazer o dois a um. Cabeçada do William Carvalho, defesa do guarda-redes e remate do Tobias com o pé que tinha mais à mão. O Braga não abanou. Continuou metido dentro da área à espera não se sabe bem do quê. Mais um canto e mais um golo. O Adrien, depois de tentar trezentos remates de fora da área por época, costuma marcar um golo destes, normalmente quando menos falta faz.
O Braga, por dever de ofício, avançou no terreno. Em duas ou três jogadas, ainda podia ter marcado um golo. Depois deixou-se de maçadas também. Nós fomos trocando a bola até aborrecermos de morte o adversário e os espetadores. Estava-se nisso quando, a acabar o jogo, o Carrillo fez o centro do costume – que, nele, até parece fácil – e o Slimani empurrou-a lá para dentro. Prefiro os golos banais do Slimani aos geniais do Montero.
Acabado o jogo, fiquei a pensar no Sérgio Conceição e no Braga. A equipa não joga rigorosamente nada. Tem bons jogadores. Só que mete-se dentro da área, os jogadores vão-se atrapalhando e chamam às transições ofensivas ou contra-ataques uns charutos para a frente e umas correrias de um ou outro ciclista, como o Pardo. É um barrete como este do Sérgio Conceição que nos espera para a próxima época.
Começou mal. O Tobias Figueiredo decidiu oferecer um golo ao Braga. O rapaz não é mau jogador. Tem tudo para ser um bom central: é alto e não é tosco de pés. O problema é a cabeça. Não tanto no recurso à dita para acertar na bola, mas na sua utilização para pensar melhor no que faz e não se precipitar. Resta saber se é defeito ou feitio.
A perder por um a zero, o Braga meteu-se dentro da área e começámos o carrossel a ritmo de caracol do costume. Ficámos à espera de uma arrancada do Carrilo ou de um remate genial do Montero. O Montero fez o remate genial do costume. Azar, a bola foi à trave e o Carrillo estava fora-de-jogo quando recargou de cabeça para a baliza. Esgotado o remate genial por jogo do Montero, ficámos entregues à sorte. O árbitro perdoou a expulsão de um jogador do Braga, por falta à entrada da área. O Nani tentou pela milionésima vez a folha seca que quase, quase parece que vai dar golo. Para compensar, o árbitro inventou um penalty a nosso favor.
Na segunda parte apertámos mais um bocadinho. O Braga ainda se meteu mais dentro da área, se tal ainda era possível. Num canto, acabámos a fazer o dois a um. Cabeçada do William Carvalho, defesa do guarda-redes e remate do Tobias com o pé que tinha mais à mão. O Braga não abanou. Continuou metido dentro da área à espera não se sabe bem do quê. Mais um canto e mais um golo. O Adrien, depois de tentar trezentos remates de fora da área por época, costuma marcar um golo destes, normalmente quando menos falta faz.
O Braga, por dever de ofício, avançou no terreno. Em duas ou três jogadas, ainda podia ter marcado um golo. Depois deixou-se de maçadas também. Nós fomos trocando a bola até aborrecermos de morte o adversário e os espetadores. Estava-se nisso quando, a acabar o jogo, o Carrillo fez o centro do costume – que, nele, até parece fácil – e o Slimani empurrou-a lá para dentro. Prefiro os golos banais do Slimani aos geniais do Montero.
Acabado o jogo, fiquei a pensar no Sérgio Conceição e no Braga. A equipa não joga rigorosamente nada. Tem bons jogadores. Só que mete-se dentro da área, os jogadores vão-se atrapalhando e chamam às transições ofensivas ou contra-ataques uns charutos para a frente e umas correrias de um ou outro ciclista, como o Pardo. É um barrete como este do Sérgio Conceição que nos espera para a próxima época.
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domingo, 10 de maio de 2015
Para a praia e em força!
Hoje tinha previsto ir à praia. Esqueci-me de propor a aprovação deste programa. Cá em casa trocaram-me as voltas. Não fui à praia, foram, por mim, os jogadores do Sporting e do Estoril (não se trata de um trocadilho com a designação do Estoril).
Este jogo contra o Estoril não interessava nem ao Menino Jesus (o autêntico, porque o outro não é menino nenhum).
Se havia dúvidas, os jogadores rapidamente as esclareceram. Tudo muito devagar e a jogar em souplesse. Não há um jogador do Sporting do meio-campo para a frente que resista, depois de receber a bola, a rodopiar sobre ela e a tentar fazer uma tabelinha impossível ou um passe de trivela. Andámos com a bola para trás e para a frente, mas na área não mora ninguém. Sem balizas e com o Montero somos a melhor equipa do Mundo. Não é embirração. É que o rapaz não ataca as bolas de cabeça, limita-se a saltar por dever de ofício. Não ganha um ressalto, nem sequer chega a pressionar os defesas. Mas a culpa não é só dele. Até o Adrien procura encontrar o Zidane que supostamente está dentro dele.
Estávamos neste chove-que-não-molha, quando o Carrillo, para impedir um pontapé de baliza, entrega a bola a um defesa. O Cédric estava mal colocado e um ciclista qualquer do Estoril veio por ali fora e só parou dentro da área. Depois de fazer um disparate qualquer a bola, às três tabelas, acabou nos pés de um avançado que limitou-se a metê.la lá dentro.
Reagimos, continuando a entediar a rapaziada do Estoril. Na segunda parte, continuámos no mesmo tom. Até que, numa carambola também, o Ewerton meteu-a lá dentro. Ainda tivemos mais uma oportunidade, com o guarda-redes a fazer a defesa de uma vida. Podia tê-la guardado para um jogo mais a sério, onde fosse preciso tal feito.
Chega-se ao momento em que é preciso substituir os extremos. Fica-se na dúvida, sai o Mané ou o Carrillo, que estava a ficar maluco de tanto sol lhe bater na moleirinha. O problema não é decidir quem sai. O problema é decidir quem entra. Entra o Capel. Passado um bocado, sai o Adrien e entra o André Martins. É com estas substituições que o treinador nos explica que nunca poderíamos fazer mais do que fizemos durante este campeonato.
Este jogo não tem história nem moral. Fica a sensação que, se o Ewerton tem chegado no princípio da época, talvez outro galo tivesse cantado. Compreende-se a gratidão dos adeptos do Estoril relativamente ao Marco Silva. Quem viu jogar aquela equipa nos últimos anos e quem a vê jogar agora, não tem dúvidas sobre a sua qualidade.
Se havia dúvidas, os jogadores rapidamente as esclareceram. Tudo muito devagar e a jogar em souplesse. Não há um jogador do Sporting do meio-campo para a frente que resista, depois de receber a bola, a rodopiar sobre ela e a tentar fazer uma tabelinha impossível ou um passe de trivela. Andámos com a bola para trás e para a frente, mas na área não mora ninguém. Sem balizas e com o Montero somos a melhor equipa do Mundo. Não é embirração. É que o rapaz não ataca as bolas de cabeça, limita-se a saltar por dever de ofício. Não ganha um ressalto, nem sequer chega a pressionar os defesas. Mas a culpa não é só dele. Até o Adrien procura encontrar o Zidane que supostamente está dentro dele.
Estávamos neste chove-que-não-molha, quando o Carrillo, para impedir um pontapé de baliza, entrega a bola a um defesa. O Cédric estava mal colocado e um ciclista qualquer do Estoril veio por ali fora e só parou dentro da área. Depois de fazer um disparate qualquer a bola, às três tabelas, acabou nos pés de um avançado que limitou-se a metê.la lá dentro.
Reagimos, continuando a entediar a rapaziada do Estoril. Na segunda parte, continuámos no mesmo tom. Até que, numa carambola também, o Ewerton meteu-a lá dentro. Ainda tivemos mais uma oportunidade, com o guarda-redes a fazer a defesa de uma vida. Podia tê-la guardado para um jogo mais a sério, onde fosse preciso tal feito.
Chega-se ao momento em que é preciso substituir os extremos. Fica-se na dúvida, sai o Mané ou o Carrillo, que estava a ficar maluco de tanto sol lhe bater na moleirinha. O problema não é decidir quem sai. O problema é decidir quem entra. Entra o Capel. Passado um bocado, sai o Adrien e entra o André Martins. É com estas substituições que o treinador nos explica que nunca poderíamos fazer mais do que fizemos durante este campeonato.
Este jogo não tem história nem moral. Fica a sensação que, se o Ewerton tem chegado no princípio da época, talvez outro galo tivesse cantado. Compreende-se a gratidão dos adeptos do Estoril relativamente ao Marco Silva. Quem viu jogar aquela equipa nos últimos anos e quem a vê jogar agora, não tem dúvidas sobre a sua qualidade.
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sexta-feira, 8 de maio de 2015
Balanços de um Sportinguista indeciso
Agora que a época está mais do que decidida será altura de fazer um balanço da nossa participação na Liga. Como para mim o futebol é totalmente irracional estou indeciso entre a teoria do "apenas não fizemos mais porque não nos deixaram" e a "insustentável leveza do Tanaka". Penso que estas duas teorias se sumarizam em dois momentos marcantes da época:
Dia 9 de Novembro. Depois de ter estado a 3 pontos do primeiro lugar, recuperando uma desvantagem acumulada nos primeiros jogos da época, tivemos um desastre em Guimarães e recebemos o Paços. O líder tinha então um teste difícil na Madeira. Em ambos os jogos, a escassos minutos do fim, os árbitros assistentes têm uma espécie de alucinação e decidem que têm a certeza absoluta que viram coisas que simplesmente não aconteceram, anulando um golo ao Nacional e um ao Sporting por fora-de-jogo. Se não fossem tais alucinações teríamos acabado a jornada a 4 pontos da liderança; terminámos a 8. Uma distância que se veio a revelar irrecuperável: apenas durante escassos minutos conseguimos voltar a estar a menos de 4 pontos do líder, aqueles poucos que estivemos em vantagem no derby em que o Benfica levou um autocarro a Alvalade.
Dia 11 Janeiro, último minuto de um equilibrado Braga-Sporting. Livre, Tanaka, Golo. Ficamos a 5 pontos do Braga; se a bola vai uns centímetros ao lado, ficaríamos apenas a 2, empatados com o Vitória de Guimarães. Descolamos da luta com Braga e Vitória pelo 3º lugar e passamos a estar na luta pelo 2º lugar e a sonhar com a liderança.
O que seria a nossa época sem aquele golo? O que seria a nossa época sem aquelas estranhas alucinações? Nunca saberemos.
Se tentar ser racional (acho que não devia), diria que estamos onde merecemos.
Começámos a época com os nossos melhores centrais no banco ou na bancada e dois estarolas em campo. Empatámos jogos em casa em que não aparecemos para jogar partes inteiras. Perdemos vantagens preciosas porque não soubemos segurar a bola e fazer fita ao mais pequeno toque. Com ou sem ajudas, não vemos o Benfica fazer isso.
Mas do outro lado acho que a diferença é colossal. Não vejo muitos jogos do Braga, mas creio que não haja mais de 1 ou 2 jogadores do Braga que lutariam por um lugar no nosso onze. Não vejo mais vontade nem mais treinador. Independentemente do que possa acontecer num ou outro jogo, o que nos separa deles é muito mais que um magnífico golo do Tanaka.
Dia 9 de Novembro. Depois de ter estado a 3 pontos do primeiro lugar, recuperando uma desvantagem acumulada nos primeiros jogos da época, tivemos um desastre em Guimarães e recebemos o Paços. O líder tinha então um teste difícil na Madeira. Em ambos os jogos, a escassos minutos do fim, os árbitros assistentes têm uma espécie de alucinação e decidem que têm a certeza absoluta que viram coisas que simplesmente não aconteceram, anulando um golo ao Nacional e um ao Sporting por fora-de-jogo. Se não fossem tais alucinações teríamos acabado a jornada a 4 pontos da liderança; terminámos a 8. Uma distância que se veio a revelar irrecuperável: apenas durante escassos minutos conseguimos voltar a estar a menos de 4 pontos do líder, aqueles poucos que estivemos em vantagem no derby em que o Benfica levou um autocarro a Alvalade.
Dia 11 Janeiro, último minuto de um equilibrado Braga-Sporting. Livre, Tanaka, Golo. Ficamos a 5 pontos do Braga; se a bola vai uns centímetros ao lado, ficaríamos apenas a 2, empatados com o Vitória de Guimarães. Descolamos da luta com Braga e Vitória pelo 3º lugar e passamos a estar na luta pelo 2º lugar e a sonhar com a liderança.
O que seria a nossa época sem aquele golo? O que seria a nossa época sem aquelas estranhas alucinações? Nunca saberemos.
Se tentar ser racional (acho que não devia), diria que estamos onde merecemos.
Começámos a época com os nossos melhores centrais no banco ou na bancada e dois estarolas em campo. Empatámos jogos em casa em que não aparecemos para jogar partes inteiras. Perdemos vantagens preciosas porque não soubemos segurar a bola e fazer fita ao mais pequeno toque. Com ou sem ajudas, não vemos o Benfica fazer isso.
Mas do outro lado acho que a diferença é colossal. Não vejo muitos jogos do Braga, mas creio que não haja mais de 1 ou 2 jogadores do Braga que lutariam por um lugar no nosso onze. Não vejo mais vontade nem mais treinador. Independentemente do que possa acontecer num ou outro jogo, o que nos separa deles é muito mais que um magnífico golo do Tanaka.
segunda-feira, 4 de maio de 2015
Ganhar, ganhar sempre, mesmo que seja a jogar assim-assim
Não vi o jogo no sábado. Estava num encontro que todos os anos reúne um conjunto de amigos que estudou no Instituto Superior de Agronomia na década de oitenta. Une-nos o Instituto Superior de Agronomia, mas une-nos mais as noites no Cais do Sodré ou na Nova América. Como se vê, o resultado foi muito melhor que o do Sporting. Ganhámos de goleada.
Revi ontem o jogo contra o Nacional. O Marco Silva vai tentando dar oportunidades a alguns jogadores. Mais do que promover a rotação da equipa, estas escolhas constituem prémios de consolação. São, sobretudo, reveladoras da falta de alternativas na equipa para certas posições.
Não se consegue imaginar a equipa sem o William Carvalho. O Tanaka é bom rapaz, mas não chega. O Montero parece acordar. Agora, o futebol não se joga com a bola somente. Não basta a nota técnica. É necessário correr. É necessário pressionar os adversários e as linhas de passe para a saída da bola da defesa. É necessário disputar bolas na área como se não houvesse amanhã. É necessário meter a cabeça à bola com convicção e não com os olhos fechados.
Demos uma parte de avanço, mas ganhámos na mesma. Ganhámos com naturalidade. É isso que se espera de uma equipa que pretende ganhar títulos: que ganhe, jogando bem ou jogando assim-assim.
(O Rui Patrício fez uma defesa extraordinária. A vitória começou naquela defesa. Mais uns pontos que lhe ficámos a dever)
Revi ontem o jogo contra o Nacional. O Marco Silva vai tentando dar oportunidades a alguns jogadores. Mais do que promover a rotação da equipa, estas escolhas constituem prémios de consolação. São, sobretudo, reveladoras da falta de alternativas na equipa para certas posições.
Não se consegue imaginar a equipa sem o William Carvalho. O Tanaka é bom rapaz, mas não chega. O Montero parece acordar. Agora, o futebol não se joga com a bola somente. Não basta a nota técnica. É necessário correr. É necessário pressionar os adversários e as linhas de passe para a saída da bola da defesa. É necessário disputar bolas na área como se não houvesse amanhã. É necessário meter a cabeça à bola com convicção e não com os olhos fechados.
Demos uma parte de avanço, mas ganhámos na mesma. Ganhámos com naturalidade. É isso que se espera de uma equipa que pretende ganhar títulos: que ganhe, jogando bem ou jogando assim-assim.
(O Rui Patrício fez uma defesa extraordinária. A vitória começou naquela defesa. Mais uns pontos que lhe ficámos a dever)
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