Se não se tivesse dado o caso de estar a ver o jogo no Flávio, e não em casa, e seguramente teria adormecido. O jogo era para ser mau. Com o Paços de Ferreira é sempre assim. A certa altura, parecia que podia ser diferente. Só que preferimos vencer o adversário pelo tédio, confortáveis que estávamos com os dois a zero. Com a descida do nevoeiro, tudo se parecia encaminhar para um fim de tarde mais ou menos ensonado.
Íamos acordando em sobressalto. O Bebé resolveu dar mais um nó no Jéfferson, rematou cruzado e o Patrício deu um meio frango. O caldo parecia entornar-se. Até que um mal jeitoso do Paços de Ferreira perdeu a bola, entregou-a ao André Martins que fez o que costuma fazer. Foi para a área cheiro de dúvidas na cabeça e, de hesitação em hesitação, lá acabou por passar a bola ao Slimani que já estava parado. O Slimani, embora não sendo dado como um intelectual da bola como o Martins, fez o que lhe competia e o Adrien, que estava a jogar pouco, teve o seu momento de felicidade.
Sobra pouco para contar. Sobra o golo do William Carvalho. Tabela impecável com o Slimani, que se deu ao luxo de devolver a bola de calcanhar, aceleração com a bola e passe para a baliza. Sobra o Carrillo também. Tudo espremido, as arrancadas do Capel dão o mesmo resultado que as do Carrilo, que é nenhum. Mas o Capel parece fazer parte da equipa. Dá ideia que treina com os outros. Dá ideia que se encontra por vezes com o Jéfferson para beberem um mini e comerem um prato de caracóis. O Carrillo não. Parece que nunca viu os outros jogadores. Os outros desconhecem-no também. É um corpo estranho. Está na altura de se transformar numa promessa adiada de qualquer outra equipa.
À falta de outras notas, sobra uma também para o Leonardo Jardim. Quando começámos a tremer, sobretudo após o jogo contra o Benfica, agarrou a equipa pelos colarinhos, inventou o Carlos Mané a dez, meteu o Slimani a titular e, se não fosse o gamanço de Setúbal, tinha ganhado todos os jogos seguintes. Não tem nenhum extremo que se aproveite. Vai-os rodando para ver se algum acerta. O Capel, sendo a melhor opção para meter a bola na cabeça do Slimani, não consegue fazer um centro de jeito. Mesmo assim, ganhámos jogos atrás de jogos. É nestas alturas, com todas estas condicionantes, que se vêm os grandes treinadores.
O Carrillo desde que passou pelas mãos do Sá Pinto parece que fundiu a "cuca". Que desespero ,meu Deus... Em suma,sem ser um bom jogo serviu para cumprir o objectivo de se ter alcançado a Liga dos campeões.
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