sábado, 6 de março de 2021

Para acabar de vez com as vertigens

 

Há jogos assim. E este não terá sido o único. São os jogos (menos conseguidos - como agora se diz) que se podem perder, ou pelo menos não ganhar. Acontece a todos os que lutam por objetivos. A diferença está nas equipas que nesses jogos (menos conseguidos) que se podem perder ou não ganhar, não perdem, nem empatam: ganham! É claro que os jornaleiros a soldo estremecem e contam as estrelinhas no quintal. Como se o Coates não estivesse na grande área, como se o João Mário não estivesse em campo, como se aquela bola cabeceada pelo Coates fosse um produto do divino. Não foi. Nem sequer foi a mão do Maradona. A diferença está em estar lá e… não falhar. Lembram-se daquele falhanço do Bryan Ruiz? Eu sei que se lembram. Ele até estava lá mas...terá sido falta de estrelinha?

Rúben Amorim no final disse tudo: foi a pior exibição do Sporting este ano. Ou melhor, foi um jogo menos conseguido em modo tiki taka para entretidos confinados. A partir do golo, foi jogado sem balizas, pouco intenso, monótono, com alguns meiinhos de treino. Uma das equipas (a que jogava em casa) sem grandes ideias, a não ser a coesão e a união do costume, a outra equipa (a que jogava fora), esforçando-se por mostrar que vinha disputar o jogo, desconfiada (mas confiante) do desaparecimento das balizas.

As balizas reapareceram (misteriosamente) nos últimos dez a quinze minutos de jogo. Mas isso já nós sabemos: o golo do Sporting foi estrelinha e o do Santa Clara uma jogada do outro mundo, tão intencional e vistosa que o Feddal decidiu participar, de tão maravilhado que estava.

Rematando: bem que nos falta um abre-latas de vez em quando (o Rúben até falou do Futre, mas sem este alegar problemas psicológicos), e mais opões para o ataque. Com o Paulinho de molho ficamos a penar. O resto é jogo a jogo, debruçados no parapeito, a olhar as estrelas...

8 comentários:

  1. Caro Gabriel,

    Foi isto mesmo. Desta vez até tivemos um jogo com história para contar, mas o Rúben Amorim armou-se em desmancha prazeres e contou ele a história toda.

    Entretanto fico baralhado com muitos comentários. Passámos mais de uma hora a ouvir dizer que pelos vistos marcar no primeiro remate que se faz à baliza é crime. Depois passámos as horas seguintes a ouvir dizer que marcar no último é sorte. Fico sem saber qual o momento mais justo para marcar um golo!

    Deve ter sido uma merecida homenagem à eterna música: "Rapaziada quer se possa / Ou se não possa / A vitória será nossa / Viva ao Sporting"

    SL

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    1. Obrigado, meu caro. Não há nenhum momento justo para marcarmos um golo, apenas para sofremos.

      SL

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  2. Excelente texto. A equipa acredita até ao fim, mas está espremida, com o Porro é outra coisa e a ver se o Paulinho volta ao jogo e aos golos. Ainda falta muito para foguetórios.

    SL

    Leão de Leiria

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    1. Obrigado, meu caro. Sem foguetório, com o Porro e se calhar também com o Paulinho. Esperemos que não tenha vindo cheio de mazelas...

      SL

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  3. Seja como for os textos do Rui Monteiro vão sendo mais interessantes..

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  4. Acho que o R.Amorim está a dar pouco tempo de jogo ao Jovane Cabral .

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    1. Meu caro,

      O Jovane tem jogado pouco e o Cabral vai pelo mesmo caminho. Ali há coisa.

      Sl

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