Não fui ao estádio. Estava para
ir receber a equipa e beber um copo no Boina Verde, ver a malta dos coiratos a
arrebitar cachimbo, ficar na bicha a ruminar impropérios antes de entrar no
estádio, escutar os petardos (será a passagem do ano?), olhar a casinha e
recordar sem vergonha o cachecol da caveira e a faixa do puto que já foi capa
de um disco memorável. De Braga são apenas 3 horas e picos, mais uns trocos (valentes)
de portagem, mais uns trocos (valentes) de gasóleo, mas desta vez não era
possível, nem com a máscara do Dali da Casa de Papel. Tentei as autoridades, as
oficiais e as oficiosas, não, não era possível partir o mealheiro e esmiuçar os
envelopes das prendas de Natal para ver o Sporting. Já lá fui tantas vezes, reza
uma história de contar os tostões, apenas para ver o Sporting, entrar no
estádio, andar lado a lado com as gentes das nossas cores. Todo o mundo sabe
que…
A internet não sabe. Às vezes o
jogo chega com delay, às vezes não chega. Depois de uma manhã de trabalho e uma
tarde de confinamento, entrei no estádio. Às pinguinhas, os acontecimentos
aconteciam (deixem passar) com o beneplácito dos comentadores, passando as
imagens rente ao desleixo dos árbitros. E a nossa equipa jogava, planava, ao
som dos festejos de um corte do Porro (lembram-se?), de uma defesa do Adán, de
um ou outro tricot do Pantufas. Ao intervalo o Braga ganhava zero a zero (gritavam
alguns, em desespero). Fumei um cigarro e depois outro. Acho que bebi uma cerveja.
Começou a segunda parte, o delay
atrasava-me os pensamentos e fui algumas vezes apanhado em fora de jogo, uma
delas por catorze centímetros. O jogo, repentinamente, foi colhido de surpresa
pela entrada em campo de uma equipa que não tinha autorização para tal, ainda por cima depois de o Braga se apanhar a ganhar zero a zero. O VAR não se pronunciou
(incrivelmente) e essa equipa que surpreendentemente (para alguns) estava em
campo acabou por ganhar dois a zero. A imunidade de grupo, ainda assim, não
estava, nem está, garantida.
Fui-me a um coelho (daqueles
criados em casa - o PAN que me desculpe) estufado, acompanhado de um tinto
robusto. Satisfeito, lembro-me de pensar: venha o próximo!
Grande (e emocionante) crónica! Venha de lá o próximo.
ResponderEliminarMN
SL
Obrigado e que venha o próximo!
EliminarSL
Caro Gabriel,
ResponderEliminarEstá aqui tudo: "O jogo, repentinamente, foi colhido de surpresa pela entrada em campo de uma equipa que não tinha autorização para tal, ainda por cima depois de o Braga se apanhar a ganhar zero a zero. O VAR não se pronunciou (incrivelmente) e essa equipa que surpreendentemente (para alguns) estava em campo acabou por ganhar dois a zero".
Este ara o fim-de-semana em que o Benfica passava para a frente. Os foguetes estavam lançados e foi preciso andar a apanhar as canas, com grande consternação de alguns. Há quem lhe chame melão ou azia.
SL
Caro Rui,
EliminarSe isto continuar assim (embora não esteja previsto) ter-se-á de proceder a uma grande empreitada de alargamento das portas, tendo em contas as dificuldades recentes na passagem das mesmas. A alternativa seria uma espécie de lobotomia (hipótese apenas em estudo).
Um abraço e SL
Caro Gabriel...
ResponderEliminarSegundo alguns nem remates enquadrados com a baliza fizemos.
SL
Rui Jorge Pedro
Meu caro,
EliminarConseguir marcar golo(s) sem remates enquadrados com a baliza, apenas está ao alcance de alguns, poucos, eleitos...
SL
Meu caro,
ResponderEliminarParabéns pelo excelente resumo do jogo. A expectativa generalizada é que o Braga teria uma grande vitória, mesmo que 0-0. Acabou por perder como tantos outros e tentaram dar-lhe a mesma vitória moral que já tinham atribuído à B-SAD. São tantos os elogios, num e noutro caso, que fico com a dúvida se o Adan será mesmo jogador do Sporting ou se as suas defesas são apenas resultado de um grande azar dos adversários...
Em qualquer caso para o Sporting apenas interessa uma coisa: que venha o próximo! (e, de preferência, que não venha o Godinho nem o Soares Dias)
SL
Meu Caro,
EliminarObrigado. Ficamos à espera do próximo jogo, calhando com o Sr. Mota. Para continuar a festa...
SL