O Rúben Amorim dispõe de toda a minha tolerância e boa vontade. A expetativa de voltar a ver jogar o Mattheus Oliveira é de tal forma que estou disponível para continuar a assistir ao desespero do guarda-redes, de três centrais e de dois médios para levarem uma e outra vez a bola para o ataque. A tática é a do Silas mas parece mais bem estudada e treinada, atendendo ao posicionamento mais avançado dos dois alas.
Esta tática deixa a equipa sempre em desequilíbrio numérico atrás, ao meio e na frente, conforme a dinâmica de jogo. Hipotecam-se três defesas em vez de dois quando a equipa está a atacar. Quando não se tem a bola, deixam-se dois médios a ocupar o meio-campo e a lutar contra três ou quatro adversários. Os três da frente ou estão condenados a comportar-se como um grupo de paraquedistas ou de outra tropa especial qualquer junto à linha do inimigo ou se recuam, para receber a bola entrelinhas, correm o risco de trazer adversários com eles e assim congestionarem ainda mais o espaço da saída de bola para o ataque. Mas, tratando-se de jogos de pré-época, precisamos de tempo para se tirar conclusões definitivas antes de se arranjar mais um treinador-adjunto para o Ferro.
A primeira parte foi um desespero. Desesperava pela substituição do Vietto quando este, só para me chatear, desmarcou primorosamente o Sporar que foi indo como se nada fosse até nada ter sido. Para me deixar na dúvida, o Vietto lesionou-se logo a seguir. O Vietto é aquele jogador tão falho de intensidade que desejamos sempre ver outro no seu lugar; desejamos até o vermos e, quando o vemos, nos lembrarmos que o Vietto tem sempre a possibilidade de tirar um coelho da cartola; quando o voltamos a ver num qualquer jogo a seguir voltamos ao mesmo e assim sucessivamente até ao fim dos tempos. A primeira parte foi isto e mais umas tantas traulitadas dos jogadores do Paços de Ferreira liderados pelo grande Pêpa, essa gente indómita sempre disposta a talhar madeira alheia.
A segunda parte foi um desespero, mas um desespero diferente do da primeira, um desespero de outra maneira e por outros meios. Parecia que podia ser diferente quando o Jovane Cabral enfiou um balázio ao ângulo na conversão de um livre direto, fazendo o primeiro golo. Depois, o Matheus Nunes levou um amarelo ridículo e vimos entrar o Eduardo para o seu lugar (sim o Eduardo!), quando tínhamos o Mattheus Oliveira no banco. O Paços de Ferreira encheu-se de brios e tentou fazer pela vida, aproveitando os seus jogadores toda e qualquer oportunidade ou oportunidade nenhuma para se atirar para o chão. Mas o Eduardo Quaresma estava seguro, o Coates limpava tudo o que havia para limpar nas bolas aéreas e o Max tratava do resto; o Camacho transformava a bola numa rã sempre que lhe tocava; o Plata aquecia, coisa que nunca deixou de fazer desde que substituiu o Vietto; o Sporar desaparecia em combate e foi abatido ao efetivo; o Borja continuava a ser o Borja; o Acuña estava melhor, embora os cinco quilos a mais prejudiquem o seu futebol; o Francisco Geraldes prometia ler o Memorial do Convento e, se lhe pedissem muito, também o Manual de Pintura e Caligrafia ou o Levantado do Chão. Sobrava o Jovane Cabral, que continuou a demonstrar estar em melhor forma do que todos os outros juntos.
O jogo não foi um desespero, apesar de quer a primeira, quer a segunda parte, o terem sido. Pelas duas equipas teria sido, mas um árbitro serve para isso mesmo: para transformar o desespero em farsa e a farsa em normalidade. Não viu um agarrão ao Jovane Cabral, que existiu, e viu um empurrão do Coates a um jogador do Paços de Ferreira, que não existiu. Vídeo-árbitro para a frente, vídeo-árbitro para trás, e tudo voltou ao (a)normal: fomos gamados, como se não tivéssemos sido; o Paços de Ferreira foi beneficiado, como se não tivesse sido. Tudo normal, tudo farsa, tudo desespero e vice-versa.
O Rui apresenta a sua versão genial, como sempre, do 2º jogo da pré-época. Amorim não deu minutos, ainda, ao filho do Bebeto mas vai dar, tenho a certeza. Geraldes o magnifico esta para a titularidade do Sporting como Félix para a Bola de Ouro. É só conversa!
ResponderEliminarAmorim, ao deixar o Braga, disse aos rapazes que dificilmente perderiam a classificação. Três jogos depois, foi apanhado a mentir. Ele há coisas!
SL
Caro João,
EliminarEstamos com grande expetativa em ver jogar o filho do Bebeto: sempre podemos dizer que vimos jogar o filho de um campeão do Mundo (pensando bem o Polga foi campeão do Mundo). O Geraldes tarda a confirmar o que sempre se disse dele. Tem pouco tempo, poucos minutos, mas não se tem visto grande coisa.
Ficamos sem saber se a contratação do Amorim tinha como objectivo fragilizar o Braga, mais do que melhorar o nosso jogo. Seja como for, em termos relativos, fomos beneficiados com a troca. Ainda vamos descobrir que é um génio, um génio do mal, mas um génio mesmo assim!
SL
Caro Rui Monteiro
ResponderEliminarPresumo que a expectativa de rever Matheus Oliveira a jogar seja uma piada. Quanto a Ruben Amorim, continua a ter a estrelinha, pois o Sporting jogou pouco e de uma forma trapalhona, mas venceu. Continuo a achar que Amorim goza da protecção do sistema, por influência do super-empresário, mas é apenas um palpite. Há meses atrás o VAR não teria corrigido a asneira desse grande árbitro, chamado Rui Costa. Palpite foi o que o Cal deu, quando "exigiu" a contratação de Amorim. Enfim, ainda não se sabe se o Amorim vai ter sucesso, no Sporting e já há uns patetas a reclamar quota-parte na decisão. Desejo muito que Amorim tenha sucesso e que o Sporting ganhe, sempre, mas os patetas amigos do Cal e que ainda lá ficaram, que propagandeiam, a aposta na formação, como se nós nos pudéssemos esquecer das apostas em Jésé, Bolasie, Fernando, Eduardo, Doumbia, Rosier, Borja, etc, têm que levar, na primeira oportunidade, um pontapé nos fundilhos.
SL
Meu caro,
EliminarA do Metheus Oliveira é uma piada, uma ironia, naturalmente.
Estou convencido que a intervenção do vídeo-árbitro foi para avisar o árbitro disso mesmo: "atenção, atenção, as orientações alteraram-se!".
Até ao momento, o Amorim não tem nem entusiasmado mas também não tem desiludido. A seu favor, está a aposta nos mais jovens e no alargamento do leque de escolhas. Como se vê, há contratações que só servem para comissões e inflacionar a folha de pagamentos. A seu desfavor, está um sistema de jogo e uma qualidade de jogo por demonstrar. Jogar com três centrais implica uma grande dinâmica táctica dos jogadores porque, de outra forma, a equipa está sempre descompensada. Os laterais têm que equilibrar na defesa, no meio campo e no ataque. Os centrais têm de sair a jogar ou, de outra forma, hipotecam-se demasiados jogadores na fase de construção. Vi o jogo do Braga contra o Glasgow Rangers, em casa, e pareceu-me um sistema muito vulnerável e facilmente contrariável, como se viu.
SL
Caro Toujoursvert
EliminarDe acordo em relação ao CAL, calado é um poeta, como dizia Romário.Esquecer Jesé, Bolasie, Fernando, Eduardo.....missão impossível, com também a carrada do BdC. E o Sporting aguenta!
E relação ao penalti tenho outra versão,o Rui Costa marcou, deu amarelo ao Coates que estava a meio metro do lance mas o VAR recordou-lhe a classificação do Sporting,logo não há penalti, não há amarelo. Amarelo estava o Borja.
SL
Brilhante!
ResponderEliminarSalgas