terça-feira, 20 de março de 2018

Só temos medo que o céu nos caia em cima da cabeça, mais nada...


A coisa boa (temos sempre que encontrar uma) dos últimos meses a ver jogos do Sporting é que tem bastado ligar a TV (ou entrar no estádio) perto do jogo acabar para se ter um desenlace (quase sempre) perfeito. Enquanto os outros (leia-se outras equipas que lutam pelo título) tratam da sua vidinha durante a semana, de diversas e criativas maneiras, nós temos que jogar os jogos todos do princípio ao fim, e ainda somos criticados por marcar nos descontos desses mesmos jogos, como se os descontos fossem uma invenção com patente registada sportinguista.

Ora, neste último jogo, ganho com dois golos (um deles ainda na primeira parte) marcados durante os noventa minutos, falhados foram mais quatro ou cinco, nem isso terá desmotivado os ecos dos cartilhados (entre outros) do costume. Parece que o Rio-Ave queria sair sempre a jogar, defendendo alto mas sem pressionar muito, não explorando as costas e as deficiências da nossa defesa, acabando por perder, supostamente, por inoperância ou incapacidade próprias, como se jogar em Alvalade fosse empresa fácil, acessível aos bons alunos com trabalho de casa feito. Os ecos são devidamente alardeados pela propaganda. Afinal se ganhámos é porque os jogos se estendem, se não ganhámos, evidentemente, somos a equipa do quase, e é assim que deve ser, para regozijo de todos aqueles que nos dão palmadinhas nas costas.

Começo a acreditar que o ideiafix Jesus, não tendo lugar na nossa versão do livro de Asterix, ficaria mesmo a calhar (e com resultados) mais a norte, como, aliás, o provou, na sua versão gaulesa nossa vizinha da segunda circular. Nada disto (ou pouco) estará relacionado com ideias, ou a sua ideia, mas apenas como resultado da pena de um qualquer Goscinny de serviço com a colaboração dos desenhos de Uderzo feitos sob coacção. Talvez enviados por email. Não sabemos. O que sabemos é que estamos em todas as aventuras deste ano. Não é pouco. O caminho para um pacemaker faz-se caminhando. 

4 comentários:

  1. Excelente. meu caro

    Ainda assim acho que o Ideiafix poderia e deveria fazer melhor, embora não consiga controlar o que se passa no mundo pouco recomendável da bola. Mais a norte seria campeão, o que até estará ao alcance de um Sérgio Conceição, ou de um Vitória e está tudo dito.
    Continuaremos as nossas aventuras como irredutíveis.

    SL

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    1. Caro amigo,

      Obrigado.
      Espero que nunca nos cansemos de tanta irredutibilidade. É claro que não!

      SL

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  2. Se há frase que representa toda a essência de ser Sportinguista ela acaba de ser escrita.

    "O caminho para um pacemaker faz-se caminhando"

    Brilhante! No alto dos meus 38 anos de vida nada me parece tão explicativo dos meus 38 anos de Sporting!

    Apesar de não concordar com as vossas ideias sobre o nosso Ideiafix - com ele estamos muito mais perto de festejar - a verdade é essa mesma, não tendo um "Pinto" Goscinny de serviço ou um "Vieira" Uderzo fica mais dificil (impossível?) a irredutível aldeia fazer o banquete no final da história!

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    1. Meu Caro,

      Muito obrigado. Só existe uma forma de andarmos neste mundo da bola: não o levarmos demasiado a sério. E ainda assim vamos caminhando...

      De guionistas como esses anda o mundo cheio. Seria preciso um novo guião para novas aventuras. Tem sido possível noutros desportos, porque não?Estar perto de festejar não é festejar. Com o Paulo Bento também andamos perto...


      SL

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