Não dispomos de uma estratégia de jogo. Dispomos, isso sim, de uma estratégia de sobrevivência. Sempre que possível, jogam os bons. Na sua ausência, jogam os assim-assim. Quando nem os assim-assim conseguem jogar, jogam os que nem assim-assim são. Depois do Coentrão e do Acuña, o Bruno César deixou-nos hoje, paz à sua alma, e entrou o Lumor. O Piccini não recuperou e o Ristovsky está com as costas empanadas, tendo de jogar o Battaglia. Não jogando o Battaglia e o Bruno Fernandes no meio-campo, entrou o Misic. O Montero jogou na frente apoiado pelo Bryan Ruiz, a fazer de Bruno Fernandes, e o Rúben Ribeiro encostou à direita a fazer de Acuña ou de Bryan Ruiz. Os resultados não parecem muito diferentes e as exibições também não.
Os bons, os assim-assim e os que nem assim-assim são, depois de uma lavagem ao cérebro de Jorge Jesus, começam a ficar todos iguais e a forma coletiva de jogar é muito semelhante, joguem uns ou outros. A bola é passada e repassada até chegar ao Gelson Martins. Nessa altura, o jogo acelera e o rapaz desembesta como se não houvesse amanhã até passar a bola a um colega de equipa. Esse colega pára para pensar e, quase sempre, decide que a jogada deve recomeçar, porque sim ou porque perdeu oportunidade. A primeira parte foi isto e mais o Nuno André Coelho que ainda nos quis fazer o favor de deixar em jogo, num primeiro momento, o Montero e, num segundo, o Gelson Martins. O Montero parou para pensar e não chutou, o Gelson Martins chutou sem pensar. Mesmo que o resultado seja o mesmo, prefiro os jogadores que chutam e não pensam aos que pensam e não chutam.
Só depois de entrar o Bas Dost quase e meio da segunda parte é que passámos a dispor de uma avançado que chuta e pensa de forma articulada no tempo. Na primeira oportunidade, depois de um cruzamento do Battaglia tirou as medidas à baliza. Na segunda, ainda antes de o Rúben Ribeiro saber o que ia fazer já ele o sabia e desmarcou-se para a encostar ao segundo poste no meio de três adversários. Na terceira, o Battaglia fez de Slimani e só precisou de fazer um passe para a baliza. O Chaves esteve sempre na expetativa até se ver a perder. Carregou na parte final do jogo e nós tivemos as dificuldades habituais de controlar o jogo com posse de bola. Levámos com o “penalty” da ordem. Há mais fita do que falta, mas o Coates não precisava de ter metido o braço. Como o jogo acabou pouco depois, de certa forma até se pode afirmar que ganhámos folgadamente.
Acabada esta jornada, importa enterrar os mortos e tratar dos feridos que quinta-feira há mais. Os que se conseguirem deslocar pelos seus próprios meios, embarcam para Plzeň. Pelas minhas contas, ainda temos onze para esse jogo. Os que sobreviverem regressam de imediato e se algum dos feridos se recompuser pode ser que se arranjem onze jogadores outra vez para se jogar no domingo contra o Rio Ave. Pelos vistos não se podem adiar jogos sempre que a seleção se pretenda preparar para uma peladinha qualquer.
Viva,
ResponderEliminaro Jesus diz que não tem tempo para treinar... mas já agora... se ele tiver um bocadinho que seja, será que dá para treinar lances de contra-ataque e lances de superioridde númerica na área adversária... é de arrancar as unhas assistir a um contra-ataque do sporting...o que leva a bola não quer a bola, os que estão desmarcados não querem a bola... o que pode chutar não sabe chutar...enfim... talvez fazerem um estágio com uma equipa de segunda ou uma sessão num psicólogo ou hipnotizador...
Saudações Leoninas
Meu caro,
EliminarO contra-ataque é contra-natura para nós. Queremos é rodar a bola a passo. Nisso é que somos brilhantes.Até que chega a um momento que passamos a modo de desespero e aí passa a valer tudo, mesmo o Coates a ponta-de-lança.
SL
Ontem o engraçado é que toda a gente estava à espera de Dost na segunda parte, até o treinador do Chaves. Resultou.. em relação aos assim - assim e os não assim - assim , desde que jogue o Rui Patrício, os centrais, Battaglia. William, Gelson e Dost eles entram no jogo. Extraordinário lance de Rúben Ribeiro, se tivesse dado mais uma volta era o Garrincha; o defesa do Chaves ainda esta na centrifugadora.
ResponderEliminarSL
Meu caro,
EliminarDesde que o Rui Patrício esteja lá e os centrais também, as coisas aguentam-se até se chegar à fase de desespero em que se espera que uma bola seja enviada 20 cm acima da defesa para o Bas Dost encostar.
SL
Grande mestre da tática...
ResponderEliminarUtilizando o que aprendeu no basquete todos correm e lançam ao cesto
A bola gira até confundir o adversário
E no final chamamos o gajo mais alto para afundar...
Já tem tudo mais de 25 anos de plágios :)
Caro António,
EliminarOu tudo se conclui num "alley oop" do Bas Dost ou então nada feito. Só com os bloqueios não se vai lá.
Um abraço