Sinto-me o Bruno Fernandes, a correr que nem um desalmado de três em três dias. Não há rotatividade no blogue e se fisicamente não me estou a ressentir, emocionalmente estou de rastos. Há dias, num seminário onde se tratava o tema da governação de políticas públicas, alguém falou de fadiga institucional. Não sofro de fadiga institucional mas de fadiga do Sporting. Ainda bem que vai entrar em ação o Fernando Santos!
Neste jogo, decidimos finalmente fazer pressão alta e impedir a saída da bola do Rio Ave, condicionando assim o jogo do adversário. O Rui Costa, por sua vez, condicionou o nosso condicionamento, encontrando umas falta aqui e ali em situações duvidosas e demorando sempre tanto a apitar que se fica na dúvida se não chega a demorar mais tempo que o próprio vídeo-árbitro. Sempre que o Rui Costa não nos condicionou, nós condicionámo-nos sem ajuda de ninguém, falhando golos atrás de golos. Embora não se disponha do Slimani, não se percebe a razão de não se fazer este tipo de pressão com as sucessivas equipas de pernetas que vêm jogar a Alvalade, sobretudo quando se joga com o Bruno Fernandes, o Battaglia e o William Carvalho no meio-campo.
Tanta tática e depois os golos acontecem pela pura e simples inteligência dos jogadores. No primeiro, o Piccini, como jogador italiano que se preza, aproveitou um lançamento lateral para apanhar os passarinhos da defesa do Rio Ave com as calças na mão. O Bruno Fernandes meteu de primeira para o Bas Dost que, de primeira também, deixou de calcanhar para o Gelson Martins. O Gelson Martis complicou tanto, mas tanto, que não só surpreendeu os defesas como o guarda-redes, colocando a bola cruzada junto ao poste, quando estava à espera que passasse para o lado ou voltasse para trás, como habitualmente. No segundo, o Coates taticamente fez tudo mal. Recuperou a bola, passou-a ao Acuña, desmarcou-se para a área e, ao entrar ao primeiro poste, obrigou um central a procurar marcá-lo, deixando o Bas Dost solto para receber o centro do Gelson Martins e a meter na baliza. Jogar com um avançado é uma forma de dar descanso a este tipo de defesas que joga mais recuado. Enquanto continuamos à procura do Téo perdido, vão-nos salvando estas desobediências do Coates.
Acabei este último parágrafo com os bofes de fora. Está tão comprido que ficamos sem ar ao lê-lo e muito mais a escrevê-lo. Parecia o Bruno Fernandes isolado e de frente para o Cássio a rematar ao poste. Voltamos ver-nos no próximo dia 30, contra o Braga. Continuamos a lutar em todas as frentes e por todos os títulos, como se vai dizendo até um dia se deixar de dizer.
Desta vez nem foi preciso lançar um elogio ao amigo Rui, pois dando numa de JJ, comparou a qualidade da sua prosa, com as maravilhas que os pés do Bruno Fernandes desenham no relvado.
ResponderEliminarE esteve muito bem na analogia, diga-se!
Quanto ao jogo em si, não sei se foi efeito da Pilsen que andamos a tomar, mas a verdade é que corremos mais com 2 dias de descanso que na maior parte dos jogos que tivemos a semana toda a preparar a jogatana.
Pena é que este campeonato para cada Rio-Ave tem uns 7 Moreirenses. Houvessem mais Rio-Aves e tinha eu o meu coração em melhor estado, com toda a certeza.
Nota final, isto de pressionar a saída de bola dos defesas adversarios, só vale a pena, quando a saída de bola, não é um chutão para a frente, como fazem 95% das equipas que visitam o nosso covil ...
Um bem haja e boa recuperação. Precisamos de si na maxima força, para esta reta final!
Abraço e SL.
Meu caro,
EliminarDe facto, estou na fase JJ com esta comparação com o Bruno Fernandes.
Percebo a sua ideia quanto à pressão alta. Não me parece é que a alternativa seja a de deixar os adversários sair à vontade, queimando tempo, mesmo que acabem por jogar à biqueirada quando não sabem o que fazer. Se é para jogar à biqueirada para a frente, então que o façam da forma mais rápida possível e com os jogadores mal posicionados.
SL
"Continuamos a lutar em todas as frentes e por todos os títulos, como se vai dizendo até um dia se deixar de dizer".
ResponderEliminarGostei, esta tudo aí e espero que esse dia não chegue ou venha tarde. Alguma coisa se vai ganhar a jogar como ontem. Anos e anos o Sporting no Natal começava a preparar a próxima época. Gosto mais deste Sporting.
SL
Meu caro,
EliminarA esperança é a última a morrer. O problema é que a última esperança quando morre é que a dói mais e a que nos deixa mais frustrados. Esperemos que a esperança na última esperança não morra tão cedo.
SL
Felizmente o Rui não foi convocado (apesar de o merecer...) pelo FS, porque senão voltava mais cansado e coco já alguém escreveu para defender o Sporting é bom que esteja fresco e de cabeça limpa. SL
ResponderEliminarCaro Vasco,
EliminarOs jogos do Sporting começam a não me dar muito prazer. Vejo-os por vício ou por dever de ofício. quando assim é, o que devia ser um prazer passa a ser uma chatice.
SL
Caro Rui,
ResponderEliminarSinto-me culpado pela sua fadiga, já que se o Rui é um Bruno Fernandes as minhas contribuições para este blog estão ao nível de um qualquer 3o Guarda Redes num plantel de bola, ou do que seriam as aparições do Francisco Geraldes ou do Matheus Pereira se não tivessem sido emprestados.
Em qualquer caso espero que volte com muita energia para esta fase final da época, precisamos todos das suas crónicas como o Sporting precisa do Coates nos descontos quando não está a ganhar.
Quanto ao jogo de ontem acabou por ser um espectáculo entretido, apesar dos esforços do Rui Costa para o deixar ao nível que nos espera para os próximos dias com a táctica do Fernando Santos. Já no que à época diz respeito enquanto houver vida há esperança e nós ainda estamos vivos. Ainda que uns com mais fadiga que outros!
SL
Caro João,
EliminarO que cansa são as exibições e a prosápia do JJ. Ontem foi melhor. O que se pergunta é por que razão não se pressiona sempre assim e se dá sempre uma hora de avanço ao adversário. Como diria a Paula Bobone, estar vivo é o contrário de estar morto e vice-versa.
SL
De todas as equipas ditas "pequenas", o Rio Ave é a única que sai sempre a jogar porque o seu treinador não abdica do tal "futebol de posse" (mesmo que isso descambe em suicídio, como acontece sempre que o Rio Ave joga em Alvalade, na Luz ou no Dragão).
EliminarInfelizmente, na grande maioria dos jogos em Alvalade, a única pressão que há a fazer é para que o chutão seja feito o mais rápido possível.
E, nesses casos, ter três ou quatro a pressionar na frente é ter inferioridade numérica no sítio onde bola irá cair.
Meu caro,
EliminarPercebo o seu ponto de vista, como referi noutra resposta, mas não estou assim tão crente que os tais adversários joguem à biqueirada para a frente e avancem tantos jogadores para ficarem em superioridade.
Depois de pressionados, mandam uma biqueirada para onde estão virados e não avançam com três ou quatro jogadores e muito menos para o sítio onde pensam meter a bola. Continuam com um ou dois avançados, a maior parte das vezes a bola nem sequer vai na direcção deles, ficam todos cá atrás, sendo certo que a primeira bola é um dos pontos fortes dos nossos centrais.
Aliás foi isto que fizemos na primeira época do JJ com sucesso. A diferença é ter ou não ter o Slimani. Eu acho que mesmo sem o Slimani dá para jogar assim.
SL
Caro Rui,
EliminarA diferença é que este jogo é incomparável com todos os outros por um motivo: o Rio Ave nunca, mas nunca mesmo, chutou uma bola para a frente.
Saiu sempre a jogar, mesmo em situações de igualdade numérica (o que, do meu ponto de vista, é estranhíssimo).
Se o Sporting fosse jogar assim ao Santiago Barnabeu, diria que o treinador estava louco.
Este era, claramente, um jogo de características únicas.
Nem o Porto ou o Benfica arriscam tanto em Alvalade. Aliás, nem o Sporting o faz.
Por esse mesmo motivo, o Rio Ave era tudo o que o Sporting poderia pedir depois dos 120 minutos na República Checa.
Isto não invalida, claro, que o Sporting não possa ou não deva jogar mais subido noutros jogos, mas nunca será a mesma coisa.
Meu caro,
EliminarEstou de acordo consigo. Com equipas que saibam jogar à bola e seja melhores do que nós, a pressão alta é um suicídio. Agora, essa pressão alta não tem grandes riscos com os Moreirenses e os Aves desta vida.
Aliás, não faz é sentido não pressionar, deixar jogar e perder tempo e acabar o jogo com não sei quantos jogadores no ataque, a pressionar à doida e dando todo o espaço para o contra-ataque como aconteceu diversas vezes esta época.
SL
(Já vim tarde como o Bryan mas não quis deixar de rematar para a bandeirinha)
ResponderEliminarMeu caro
Eu até ia pedir desculpas pelo meu fraco desempenho mas, afinal, não fui eu que me contratei. Comissões nem vê-las!
Eu sempre soube das minhas limitações, nunca tive grandes ambições e só o facto de ter chegado à primeira equipe e de ter partilhado este espaço consigo já me fez ganhar o título de “melhor da minha rua” (por pouco diga-se, pois a sua rua é próxima).
Em minha opinião, não há portanto rotatividade no blogue pois, tal como na equipa de JJ, pelo menos pela minha parte, não há qualidade no banco ou os que tem qualidade não têm tempo ou vontade para tentarem ser felizes ou para falharem a tentar.
O meu amigo tem, como todos temos, um banco mau. Vai ter que se aguentar à bronca tal como o Ronaldo, Se chegarmos aos penaltis pode sempre tentar convencer-me que eu remato bem que nem um “marreco” mas as despesas ficarão, mais uma vez, por sua conta. Posso comprometer-me a ficar com a “chuva no nabal” se o meu amigo se acomodar com o “sol na eira”, mas não mais do que isso. Em equipa que ganha não se mexe.
Um abraço solidário e agradecido.
Caro Trindade,
EliminarA fadiga é mais de ver jogar (mal) o Sporting e da embirração com o Jorge Jesus. Nesta altura, não me apetece ver jogos do Sporting. Escrever sobre eles ainda é o menor dos males.
Está combinado. Passa a Wendel. Só entra quando não houver mais ninguém para entrar e os apanha-bolas não estiverem no sítio que o JJ lhes diz.
Um abraço
"vão-nos salvando estas desobediências do Coates"
ResponderEliminarLindo!