Faltava jogo interior. Era o que todos diziam e entrava pelos olhos dentro. Era necessário colocar jogadores mais no meio e menos colados às linhas. A ideia de colocar os extremos colados às linhas dava origens a uns tantos encontrões com os laterais. O Bruno Fernandes é um excelente jogador de meio-campo mas não é segundo avançado. Mas o Jorge Jesus é que é o rei da tática e, por isso, estava-se hoje, contra o Guimarães, à espera de mais umas tantas adaptações com a possibilidade de chuparmos com a mosca morta do Alan Ruiz a titular.
Por uma vez, fez o óbvio. Trocou os extremos para os obrigar a jogar mais por dentro, ficando a linha para os laterais. O Bruno Fernandes jogou a médio, embora mais avançado. Esta tática tinha dois problemas. Os extremos ainda não estão completamente treinados a jogar assim, como se viu com o Gelson Martins, que andava sempre à procura do melhor pé, para rematar ou centrar, sem o encontrar. Os laterais não têm andamento para correrem para cima e para baixo. Enfim, era um 4x3x3 possível, como diria o Gabriel Alves ou outro do mesmo género.
Não se adaptando os jogadores à tática mas a tática aos jogadores a coisa correu bem. O Bas Dost, sem companhia, deixou de fazer “amorties” e tabelinhas e passou a empurrá-las lá para dentro que é que sabe fazer e faz bem. Não se viu muito mais do que isso mas é isso que está lá para fazer e é conveniente que não o incomodem com outras coisas. O Bruno Fernandes demonstrou que é um excelente médio. Já não me lembrava de um jogador do Sporting a marcar um golo com um remate de fora da área. Hoje vi um a marcar dois. Tendo o Bruno Fernandes por perto, o Adrien sempre faz menos asneiras, dado que não tem de fazer de intelectual da bola. A passo, o Coentrão aproveitou o espaço que estava descoberto porque não andava lá nenhum lateral a perseguir o nosso extremo.
Às vezes fazer o que é simples e o que é óbvio é o mais recomendável. Pode ser que o Jorge Jesus aprenda e nos dispense de umas tantas invenções e adaptações (e de basófias). Este modelo tem muito para evoluir e não sei se funciona em muitos dos jogos contra equipas mais fracas. Jogar com um só ponta-de-lança só serve para fazer cócegas à defesa contrária. Os extremos têm que ter mais golo nas botas. De outra forma, continuam a sair em drible para fora e ficam à procura do pé que não têm (não percebi por que é que o Gelson Martis não meteu pelo menos uma trivela à Quaresma). Têm de aprender a sair no drible por dentro e a saber passar e rematar nestas circunstâncias. Os laterais têm de ter pernas e para fazerem os corredores. Com o Coentrão dos velhos tempos, mesmo com o Piccini, o problema estava resolvido. O problema é que tanto ele como o Mathieu estão permanentemente a desatarraxar-se.
As vitórias são todas do treinador de bancada, já as derrotas são sempre do casmurro...
ResponderEliminarCá para mim teimosos e casmurros são os que fazem sempre as mesmas críticas ao Jorge Jesus. O homem faz as alterações que acha que tem de fazer, não faz invenções, nem tem maus resultados de propósito.
EliminarJá mete nojo tanta embirração. Estamos todos desejosos de ver o Sporting campeão, mas não se chega lá a criar um mau ambiente à nossa gente. Exigência sim, hostilidade não!
woooosh! (som do sarcasmo a passar ao lado do nosso amigo anónimo)
EliminarMeus caros,
EliminarPor 7 M€ qualquer um de nós está disposto a isso e muito mais. Nas nossas profissões por muito menos aguentamos muito mais. Isto tudo, gastando-se milhões e milhões em contratações e salários.
O JJ fez o óbvio, mas não deixou se tratar de uma invenção. Este sistema nunca foi posto em prática em nenhum jogo-treino nem nos quatro jogos oficiais. Só forçado pelas circunstâncias e pelas críticas é que, tendo a cabeça a prémio, resolveu colocar os jogadores a jogar nos sítios certos e evitou-nos o Alan Ruiz.
Esperamos resultados. Esperamos ser campeões o resto é treta. Até agora, está a léguas do Leonardo Jardim, por exemplo. Gosto de ver os jogos. Gosto de ver os jogadores a jogar à bola. Os treinadores são para treinar bem os jogadores e não dizerem alarvidades.
SL
Não estou nem a defender nem a atacar o casmurro... só constatei uma verdade universal dentro do futebol.... As vitorias estão sempre casas«das e as derrotas solteiras... Apenas isso
EliminarMeu caro,
EliminarTem razão. Se ara para o JJ o qualificativo era brando. Utilizaria seguramente outro.
SL
Gelson Fernandes?! O homem fez algum mal a alguém? Gelson Martins!
ResponderEliminarMau caro,
EliminarTem toda a razão. Embora nos fizesse falta também uma mistura do Gelson Martins e do Bruno Fernandes.
SL
O Gelson Fernandes já lá passou (tempo do Godinho) e deixou ZERO saudades...
EliminarMeu caro,
EliminarEsse Gelson Fernandes ou parecido nem pensar.
SL
Eleições, já! Jesus, despedido!
ResponderEliminarExcelente análise. JJ mudou muita coisa. Basicamente utilizou os melhores jogadores disponíveis e nas posições correctas. Bruno Fernandes jogou como médio e não como segundo avançado. E mostrou como pode ser importante para o jogo da equipa. Os extremos trocados forçaram o jogo interior e libertaram espaço para Coentrao e Piccini. Bataglia foi mais posicional e passou a bola em vez de a ir levar
EliminarOs suplentes, em particular Iuri, tiveram tempo de jogo e ajudaram a equipa.
O único disparate do dia de ontem foram as declarações de JJ sobre a liga dos campeões e a sua importância. Um disparate total. Espero que em Bucareste jogue a melhor equipa e essa é a que jogou em Guimarães.
Caro JG,
EliminarO nosso problema é admitirmos que se deve esperar não sei quanto tempo para o treinador fazer o que entra pelos olhos dentro.
SL
meu caro Rui Monteiro, é isso mesmo. Estamos dispostos para pagar principescamente a um treinador e ser ao mesmo tempo condescentes com as suas sucessivas asneiras. Quando ele faz bem, isto +e quando ele faz o que se espera de alguém pago para fazer o melhor, logo surgem os guardiões do templo a atirar pedras aos criticos. Quem adopta uma atitude crítica é sempre apelidado de anti-sportinguista pelos acríticos de serviço.
ResponderEliminarRadica realmente nessa atitude a nossa incapacidade para mudarmos as coisas.
Meu caro,
EliminarSomos demasiado condescendente para quem é pago principescamente para quem faz o que é suposto fazer (neste caso já vamos na terceira época). Nas nossas vidas e nas nossas profissões, não se tem o mesmo nível de tolerância.
Não se é menos sportinguista por se ter opiniões diferentes. Aliás, quando estou a ver um jogo nada disto me vem à cabeça. Só quero ver bola e jogadores.
SL