terça-feira, 5 de abril de 2016

Assim só é possível às vezes

O nível de desperdício da nossa equipa nunca nos deixa de surpreender. O Teo Gutierrez então é um caso clínico. Começa por falhar de baliza aberta. Conseguiu enfiar uma rosca marada na bola que a fez descrever uma trajetória completamente impossível. A seguir, não satisfeito, quando o William Carvalho se isola, permanece sempre em fora-de-jogo, limitando-lhe as opções e obrigando-o a fintar o guarda-redes e, com azar, a escorregar e a falhar um golo cantado. Para acabar a primeira parte em beleza, isola-se do lado direito e, em vez de passar para o Slimani marcar de baliza aberta, tenta marcar um golo impossível. Como a relação com o Slimani estava promissora, ainda acaba a discutir com ele a marcação do penalty.

Para nossa sorte, a bola acabou por ir ter com o tosco. Aquele que não sabe jogar à bola; que só sabe jogar de cabeça. O tosco ensinou aos Gutierres desta vida como se faz. Voltou-lhes a ensinar como se faz no penalty.

Numa primeira parte que foi um autêntico massacre, em vez de uma goleada ficámo-nos por uns singelos dois a zero. Em vez de acabarmos com a brincadeira em quarenta e cinco minutos, quisemos continuar a jogar à bola com a rapaziada do Belenenses na segunda parte também.

Mal começámos a segunda parte começámos logo a desperdiçar. O William Carvalho centrou com o pé direito contra o pé esquerdo. O Teo Gutierrez, sempre ele, demora uma eternidade a passar a bola e um lance promissor de contra-ataque acaba numa tentativa de chapéu quase do meio campo do Bryan Ruiz. Até que o Adrien Silva se enerva e num pontapé de ressaca manda uma bomba lá para dentro. O Bryan Ruiz logo a seguir falha isolado. O lance dá canto. Na sequência do canto, o Coates ganha a bola de cabeça que, depois de uma carambola, aterra nos pés do Teo Gutierrez, que estava acampado em fora-de-jogo. O rapaz ainda se atrapalha com um colega, mas acaba por marcar. Bola ao centro e o Slimani na jogada seguinte aparece isolado e, à segunda, marca golo. O árbitro para compensar o golo anterior resolve marcar fora-de-jogo.

Depois, bem, depois pensámos que o jogo tinha acabado. Ninguém se interessou mais pelo que estava acontecer dentro de campo. Fomos continuando a falhar, mas a falhar pior. Pelo caminho, o Teo Gutierrez voltou a marcar "à mama" ao segundo poste (que começa a ser a sua especialidade). Displicentemente, deixámos o Belenenses marcar dois golos nos dois únicos remates que fez à nossa baliza.

Moral da história, num jogo que devíamos ter ganhado por dez a zero acabámos por ganhar por cinco a dois. Depois digam que a culpa é do treinador.


Nota: Portugal é um país com enormes assimetrias territoriais no que respeita ao desenvolvimento económico. O Porto deu hoje um grande exemplo de solidariedade territorial.

9 comentários:

  1. os primeiros 20 minutos de jogo são aquilo que nos tirará esta Liga: desperdício ridículo.

    Uma equipa com esta produção e controlo do jogo tem de ser castigadora. Os 3 do meio-campo foram enormes!!!

    O Teo... que se pode dizer do Teo? Vê-se melhorias no jogo (as assistências para Slimani aos 30s e 58m - golo mal anulado), mas a finalização... Já marcou algum golo normal? O 1º estava em fora-de-jogo, tirando a Ruiz a hipótese de marcar (não era certo que marcasse, sendo o Ruiz). O 2º nem se percebe bem, pois o seu marcador já está no chão quando recebe a bola.

    O lance com o William define a sua classe: sempre, mas sempre, em fora de jogo. Só faltou meter-se entre a linha de golo e a bola, para invalidar ainda mais a jogada.

    Mas não vamos bater mais no Teo, o Slimani já lhe disse tudo o que nós queríamos dizer:

    http://www.vsports.pt/vod/30353/m/191775/vsports/3b28a38bd32560790e85c74ca71fda81

    Jornada produtiva. Estamos a 1 ponto de garantir a pré-eliminatória da Champions (e entrada na fase de Grupos da Liga Europa). Estamos a 11 pontos de garantir o 2º lugar e a entrada directa na Champions.

    um abraço

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    1. Caro Cantinho,

      Não se podem falhar tantos golos. O JJ assegura a quantidade e a qualidade de jogo. A qualidade dos jogadores tem de fazer o resto. Infelizmente, não faz.

      Só o Slimani é que marca golos. Os outros precisam de falhar oportunidades atrás de oportunidades para marcarem um golo.

      Um abraço

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  2. O Teo, é daqueles jogadores que dá sal a um jogo. Sem ele, seria apenas mais uma vitoria folgada, sem grande estoria.
    Com o cafetero transloucado em campo, temos garantias de momentos unicos.
    Ontem mais uma vez, não nos desiludiu. Golos falhados de baliza aberta, momentos de egoismo atroz, birras para converter penalties, golo em fora de jogo e culminou com uma patada na cabeça do rapazola que tentou defender as redes azuis.

    Jogadores destes são unicos, e importantes para apimentar este jogo por vezes algo monotnomo.

    Mas podendo escolher, prefiro-os ver noutra equipa que não a minha.....

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    1. Ora aqui está uma excelente perspetiva. O campeonato português é o que é, apenas se podem perder pontos sem ser por manifesto desleixo em meia dúzia de jogos e todos sabemos que interessa mais ter as pessoas certas nos lugares certos que quem jogue à bola.

      Neste quadro um Teo faz falta, muita falta.
      Mas se o Teo é o sal temos de arranjar um condimento para o Ruiz. Os nós cegos que dá aos adversários seguidos do falhanço mais incrível também ficam na retina.

      SL

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    2. Meus caros,

      Começo a estar como o João. O Teo é um caso típico de incompetência. O estranho é como anda nesta vida há anos, com a seleção da Colômbia pelo meio, sem ninguém dar por isso.

      O Ruiz é um "case study". Não é coisa para ser estudada por amadores como nós. A cada nó cego nos adversários sucede um nó cego na baliza.

      SL

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  3. Caro Rui,

    É isto mesmo. Eu acho que um dos motivos que leva o Jesus a jogar com o Teo é a inevitável valorização do Slimani. É que ver os dois lado a lado desarma completamente a rapaziada que diz que o homem só joga de cabeça!

    SL

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    1. Caro João,

      Só pode ser esta a razão. A comparação não fica só pelo que jogam. Todos nós temos a noção que o Slimani é meio maluco. Pelo menos tem cara de maluco. Quanto ao Teo não temos dúvidas. O homem é doido varrido. Ao pé dele, o Slimani é de uma sanidade que até dói.

      Um abraço

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  4. Está na hora de pensar em mudar o nome do blog... o Slimani está a 3 golos da melhor época do Liedson (só campeonato).

    Parece impossível, um paradoxo, mas o nosso jogador a que melhor se aplica aquela frase do Cruyff, de que o futebol se joga com a cabeça e as pernas estão lá para ajudar, é mesmo o Slimani.

    O homem pensa antes de executar, tem presença de espírito e uma confiança inabalável. Parecendo que não, estas coisas fazem a diferença.

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    1. Meu caro,

      Nada no Slimani é por acaso. Basta ver o primeiro golo.

      SL

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