Não tenho tido muito tempo para me dedicar a outra coisa que não seja trabalhar. Praticamente não tenho visto televisão, nem lido jornais, nem consultado a blogosfera. Mesmo assim, numas passagens entre o escritório e a cozinha apanhei dois bocados de televisão divertidos.
Num deles aparecia o Vítor Pereira quase a pedir desculpas por, apesar de ter ganhado dois campeonatos, ninguém lhe perdoar a falta de carisma ou a incapacidade de comunicação. É absolutamente espantoso. O homem em duas épocas ganhou dois campeonatos. Ganhou com equipas piores do que as do Benfica. Trocou as voltas ao Jorge Jesus, o rei da táctica, em todos os jogos contra o Benfica.
Noutro apanho o Jorge Jesus a dizer que não é o Eça. Não precisava de dizer. Já tínhamos reparado. Não é pelo que diz nem pela forma como o diz. Não estamos é a ver o Eça de cabelo oxigenado e de risco ao meio. A lógica neste caso é uma batata: um treinador está dispensado da sintaxe e da semântica.
Nos dois casos está-se em presença de duas pessoas simples que, pelo mediatismo da sua profissão, se tornaram figuras públicas. Um manteve a simplicidade. O outro tornou-se um bazófia. Um ganhou dois campeonatos em duas épocas. O outro ganhou dois campeonatos em cinco épocas. A comunicação social promove o segundo e desvaloriza o primeiro.
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