terça-feira, 31 de julho de 2012

Witsel e a fossanga do Real Madrid

Ando a trabalhar demasiado. Falta-me tempo para tudo. Muito menos para me dedicar ao futebol. Mesmo assim, sempre vou dando uma vista de olhos n’ “A Bola” no Flávio, quando do café da manhã.

Mantendo a sua linha editorial, apesar de tudo vêm variando. Ninguém quer fazer passar todos por tolos durante o tempo todo. Falhando os inevitáveis Cardozo e Gaitan, ficou o Witsel, por nada menos do que 40 milhões de euros. É quanto o Real Madrid está disposto a dar para início de conversa.

Estranha-se é que sendo esse o valor da cláusula de rescisão, o Real Madrid, com a fossanga que está, não tenha batido o dinheiro e levado o homem. Pelos vistos, decidiu falar com “A Bola” primeiro.

(Não se pode é acusar "A Bola" de não ser magnânime para todos, embora seja mais para uns do que para outros. É que, pelos vistos, anunciam que o Shalke está disposto a dar 6 milhões de euros pelo Bojinov)

sábado, 28 de julho de 2012

Isto promete

Este ano promete. Sobre isso tenho poucas dúvidas. O Sporting é capaz de ter uma das melhores equipas dos últimos vinte anos. Os árbitros vão ter trabalho árduo pela frente.

O jogo contra o Saint Etienne foi promissor. Um bocado perros de início. Depois as coisas começaram a correr melhor. A bola, cá atrás, parece ter menos picos. Também não há grandes ataques de ansiedades se ela não sai à primeira. Roda-se sem a perder à procura da melhor aberta. Sempre que o adversário perde a bola mais atrás, há uma grande preocupação em se partir rapidamente para o ataque. Este ano os adversários vão pagar bem caro qualquer erro no meio-campo.

No ataque as coisas ainda não estão tão bem. Existe uma maior preocupação em atacar também pela zona central. Gostei de ver as movimentações dos jogadores do meio-campo para as costas da defesa. As bolas paradas é que não parecem estar treinadas. Reina uma certa anarquia.

Agora, o que faltou em sistematização, sobrou em brilhantismo individual. O Capel, o Carrillo e Wolfswinkel parecem estar com a corda toda. Muita atenção ao Carrillo. O rapaz, no ano passado, tinha deixado um cheirinho do que era capaz. Este ano, ganhou cabedal, explicaram-lhe que não precisa de estar sempre a inventar e que, quando a bola está no outro lado do ataque, é bom que venha finalizar ao centro.

Acabo como comecei: isto promete. Só falta saber como é que vão ser geridas as saídas. Temos cinco centrais. Depois de ter borregado a saída do Xandão, era bem pensado despachar o Carriço. Só que não deve haver nenhuma equipa no Mundo que o queira.

quarta-feira, 25 de julho de 2012

MatiGol

Quantas e quantas vezes se enchiam as bancadas de verde e branco e cantavam "mati mati mati mati gol" quando entrava um rapazinho moreno, franzino de bigode mal aparado. O rapazinho era hoje um dos icones, estrelas, imagem do Sporting Clube de Portugal.
O rapaz marcou golos, não foram assim tantos, mas quase todos valiam por dez. Porque o chileno marcava quando a equipa precisava, mudava a dinâmica, punha o resto da equipa a correr. Se estava empatado, se era preciso ganhar, era a hora de Matias Fernandez.
No espaço de três anos é geral, os sportinguistas adoram-no os benfiquistas e os portistas (secretamente) queriam-no. Mas, e isto pelos vistos ainda não é certo, é altura do nosso rapazinho marcador de livres infalíveis rumar até à "Bella Italia". Para a Fiorentina.
Deixa-me triste, porque o queria num Milan, num Manchester United, assim sentia que tinha evoluído no escalão, tinha-nos deixado por melhor. Terei de me contentar com os milhões que virão do nosso chileno e esquecer o facto daquele jogador merecer mais que a Fiorentina.
Alguns sportinguistas dizem que isto é bom, que ele tinha um ordenado muito grande, que temos lá igual ou melhor que ele. Mas quem é que vai marcar ao Leiria no último minuto? Quem é que vai servir o calcanhar de Xandão? Quem vai marcar aquele golo em Manchester? E contra os Rangers? E contra o Légia? O rapaz pôs Alvalade a sonhar.

Boa sorte Matigol.

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Começou a época

Sabia que andavam a treinar e tal, mas ainda não os tinha visto tocar na bola. Lá fui ocupar o lugar no café para ver o jogo contra o Sheffield Wednesday, uma equipa de conhecidos lenhadores.
A primeira parte foi má. Não foi só o campo, que não lembra ao diabo. Foi a bola também. Ninguém acertava nela com jeito. Estavam todos perros, pareceu-me. Ainda bem, quando os vejo correr muito no início de época, lembro-me sempre da equipa do Inácio e de mais um preparador físico muito jeitoso que arranjou e de quem era muito amigo.
Da primeira parte sobram as duas conclusões do costume. O Carriço não dá. Não sei porque é que insistem. Mandem-no para o Corunha, já que eles não querem o Rodriguez. Pode ser que troquem um aleijado que não é coxo, por um coxo que não é aleijado. O Pereirinha continua cada vez mais na mesma. Não é mau jogador. Parecia que a lateral direito é que era. Só que o cérbero bloqueia-se-lhe com frequência. Já nem à chapada vai lá.
A segunda parte foi melhor. Com o Matias a bola deixou de ter picos mesmo naquele campo. O Cédric esteve bem. O Pranjic também. O Boulahrouz, com aquela cara bexigosa, não engana ninguém. Ele e o Onyewu constituem um par de seguranças de boîte de nível internacional.
Ganhámos dois a zero, esquecia-me de dizer. Foram dois belos golos, do melhor que se conseguiu fazer em campo. Mas o ataque continua a falhar. Criam-se poucas oportunidades. É preciso arranjar mais um avançado e ir alternado o 4x3x3 com o 4x4x2. É que, em Portugal, jogar só com um ponta de lança é dar de descanso às defesas.

domingo, 22 de julho de 2012

A magia do futebol # 4: Não sei quem escreveu o argumento deste filme, mas o tipo é bom…


Na época 88/89, o Arsenal, que completava 18 anos sem ganhar a Liga Inglesa, disputava a vitória no Campeonato com o Liverpool, nessa altura, um colosso do futebol inglês e europeu. Desta vez, muito melhor do que eu, o grande Nick Hornby, escritor e adepto fanático do Arsenal, descreve magistralmente na sua “Febre no Estádio” os memoráveis momentos finais dessa época. Vale a pena ler.

“E ao fim de cerca de dez anos disto, o Campeonato transforma-se numa coisa na qual se acredita ou não, tal como Deus. Reconhecemos que é possível, claro, e tentamos respeitar as opiniões daqueles que conseguiram manter a sua credulidade. Aproximadamente entre 1975 e 1989 eu não acreditei. Tinha esperança, no início de cada época; e uma ou duas vezes quase deixei que me arrastassem para fora da minha caverna agnóstica. Mas no fundo do coração, eu sabia que isso nunca iria acontecer (…).

Em 1989, 18 anos depois da última vez que o Arsenal tinha ganho a Liga, permiti-me relutante e tolamente acreditar que era possível que o Arsenal vencesse o campeonato. (…) Mas assim que me tornei um novo membro da Igreja dos Crentes no Campeonato dos Últimos Dias, o Arsenal sofreu uma paragem catastrófica. A equipa perdeu em casa contra o Derby; e de novo em casa, contra o Wimbledon não passou de um empate 2-2. (…) Nunca mais deixaria que isto acontecesse [acreditar que o Arsenal ia ganhar o Campeonato], nunca mais, e tinha sido um parvo, agora sabia-o, tal como sabia que havia de levar anos a recuperar da terrível deceção de ter chegado tão perto e falhado”.

Mas ainda não estava tudo acabado. O jogo final da época era precisamente em Anfield contra o Liverpool e o Arsenal precisava de uma vitória por dois golos para ser campeão.

“Não fui a Anfield. O jogo começou por ser marcado para uma data anterior, quando o resultado não era tão crucial, e quando se tornou claro que era aquele jogo que ia decidir o campeonato, já não havia bilhetes há muito tempo. De manhã, fui a Highbury comprar uma nova camisola da equipa, pura e simplesmente por achar que tinha que fazer qualquer coisa, e apesar de reconhecer que usar uma camisola na televisão não deva ser especialmente encorajador para a equipa, sabia que isso me faria sentir melhor. Mesmo ao meio dia, umas oito horas antes do pontapé de saída, já havia montes de autocarros e carros à volta do estádio, e no caminho para casa desejei boa sorte a todas as pessoas por quem passava: o seu otimismo (três-um, ou mesmo um jovial quatro-um) nessa bonita manhã de Maio fez-me sentir triste por eles, como se esses jovens chilreantes e corajosamente confiantes se preparassem para ir para a tumba e não para Anfield perder a fé, na pior das hipóteses.

Fui trabalhar à tarde e, por menos que quisesse, fiquei muito enervado; por fim, fui direito para casa de um amigo apoiante do Arsenal, para ver o jogo. (…) E à medida que o jogo se ia desenrolando e se tornou evidente que o Arsenal ia cair debatendo-se, ocorreu-me pensar como conhecia bem a minha equipa, os seus rostos e maneirismos, e como gostava de cada um dos seus membros. Do sorriso do Merson, com os seus dentes afastados e o feio corte de cabelo à africano, das tentativas viris e comoventes do Adams de resolver as suas imperfeições, da elegância enfatuada do Rocastle, da diligência adorável do Smith… Até consegui perdoar-lhes por terem chegado tão perto e terem estragado tudo: eram novos e tiveram uma época fantástica, e um apoiante não pode pedir mais do que isso.

Fiquei entusiasmado quando o Arsenal marcou um golo logo no início da segunda parte, e voltei a animar-me a uns dez minutos do fim quando o Thomas teve uma clara oportunidade e passou a bola ao Grobbelaar, mas no final o Liverpool parecia estar cada vez mais forte e a conseguir criar cada vez mais oportunidades, e, por fim, quando o relógio do canto da televisão mostrou que os 90 minutos tinham passado, preparei-me para exibir um sorriso corajoso por uma equipa corajosa”. (…)

Nesses segundos finais, “o Lukic passou a bola ao Dixon, o Dixon passou ao Smith, como era de esperar, um golpe brilhante do Smith… e de repente, no último minuto do último jogo da época, o Thomas [sim, esse mesmo, imagine-se, o Michael Thomas que andou anos mais tarde a arrastar-se ali para as bandas da Luz] ficou sozinho e com uma boa hipótese de fazer o Arsenal ganhar o campeonato. “É agora ou nunca!” gritou o Brian Moore; e aí eu achei que me estava a controlar, a tirar uma lição dos recentes lapsos de ceticismo enfurecido e a pensar, bem, pelo menos chegámos perto do fim, em vez de pensar, Michael, por favor, Michael, marca o golo, meu Deus, só espero que ele marque o golo. E a seguir ele deu uma cambalhota e eu caí redondo no chão, e toda a gente na sala saltou para cima de mim, dezoito anos, totalmente esquecidos num segundo. (…)

“Não me lembro de mais nada que tenha cobiçado durante duas décadas (que mais existe que possa ser cobiçado com alguma razoabilidade durante tanto tempo?), nem me lembro de mais nada que tenha desejado tanto em rapaz como em homem. Portanto, espero que sejam tolerantes para com aqueles que descrevem um momento desportivo como o seu melhor momento de sempre. Não é por falta de imaginação, nem por termos vidas tristes e estéreis; é que a vida real é mais pálida, monótona, e contém menos potencial de delírio inesperado”.


quinta-feira, 19 de julho de 2012

Mourinho vs Proust: A ambição embriaga mais do que a glória?


Mourinho é um vencedor insaciável. Primeiro, o bi-campeonato português. Depois, a Taça UEFA e, logo de seguida, a Champions. Mais tarde, o bi-campeonato inglês. Seguiu-se o bi-campeonato italiano. E, sem perder o ritmo, ganhou mais uma Champions.

Após um primeiro ano difícil ("apenas" uma Taça de Espanha), na época passada já venceu o campeonato espanhol. Depois de derrotar o Barça de Guardiola, Mourinho já definiu para a nova época mais um inimaginável patamar de ambição – desta vez, o "Special One" quer experimentar ganhar algo tendo ao seu lado… o grande Luís Campos, uma espécie de Rei Midas mas ao contrário! Não estará Mourinho a ir longe demais? E se, mesmo assim, Mourinho voltar a vencer, quem se seguirá – O Joaquim Rita? O Gabriel Alves? O... Rui Santos?

quarta-feira, 18 de julho de 2012

O regresso de Liedson

Há pelo menos duas boas razões para desejar o regresso de Liedson: a designação deste blog e o Luisão.

segunda-feira, 16 de julho de 2012

A magia do futebol # 3: Não sei quem escreveu o argumento deste filme, mas o tipo é bom…


Imagine que vai assistir a um jogo num dos mais míticos campos de futebol do mundo. Imagine que, nesse jogo para a Taça, a equipa de casa, um dos principais colossos do futebol mundial, defronta o campeão em título da Liga. Imagine que nesse dia Mourinho e Guardiola estão, por uma vez, do mesmo lado, um no banco, outro em campo. Imagine que Vítor Baía, que também defende as mesmas cores, decide abrir o livro e deixar a sua inesquecível assinatura num dos jogos mais loucos que alguma vez se assistiu. Imagine, assim, que, de um momento para o outro, a equipa de casa se vê a perder por 0-3 ao intervalo.

Imagine que o venerável treinador da equipa de casa – Bobby Robson, também um velho conhecido nosso - decide, por fim, lançar em campo simplesmente os melhores jogadores, independentemente da sua posição. O jogo enlouquece e, de um momento para o outro, a equipa da casa, reduz para 2-3. Porém, logo na jogada seguinte, Baía insiste, oferecendo o 2-4 ao adversário e um “poker” ao grande Milinko Pantic. Em desespero, a equipa de casa reage e o "nosso" genial Luís Figo marca “de bolea” um golo monumental, reduzindo para 3-4. Passados uns minutos neste jogo louco, Ronaldo (o outro fenómeno) faz o seu hat trick e empata mesmo a partida a 4. No entanto, esse resultado continua a dar vantagem ao campeão da Liga. Por fim, a cerca de dez minutos do apito final o 5-4 para a equipa da casa e a loucura total pela “remontada” histórica. Barça 5 – Atlético de Madrid 4 para a Taça do Rei em 96/97. Talvez o melhor jogo que alguma vez tive o prazer de assistir (pela TV, é claro). 


domingo, 15 de julho de 2012

Será isto o Sporting C?

«Evaldo confirmado pelo Corunha

Evaldo está confirmado como reforço do Deportivo da Corunha. O clube espanhol, que já tinha garantido em Alvalade Diogo Salomão, André Santos e Rodriguez, anunciou na noite deste sábado ter chegado a acordo com o Sporting para a cedência do lateral brasileiro.

O jogador, de 30 anos, estava em Alvalade há dois anos, tendo sido contratado ao SC Braga. Antes tinha jogado no Marítimo e no FC Porto B, este último a porta de entrada na Europa para o lateral formado no Atlético Paranaense.

No Corunha, Evaldo vai encontrar várias caras conhecidas. Para além dos já referidos Diogo Salomão, André Santos e Rodriguez, militam também no clube os portugueses Pizzi, Bruno Gama e José Castro.»

Para os leões do Norte, começa a não ser de todo descabido dar um salto à Corunha, encher o depósito, comprar uns mexilhões e ver a sua equipa C a jogar (é pena o azul do equipamento).

sábado, 14 de julho de 2012

O Pranjic quer ser campeão!

O Sporting está vivo e recomenda-se. 
As nossas "promoções", como quem diz jogadores que não queriamos, não precisamos e continuavam a dar despesa, começaram hoje a sair como pãezinhos quentes. Evaldo e Rodriguez no Corunha, Valdes no Parma e é apenas uma questão de tempo até oferecermos o Pongole, vendermos o Bojinov etc. etc.
Os nossos míudos da equipa B foram representar a selecção no Euro sub 19 e apenas posso dizer que 7 dos onze em campo, eram fruto de Alcochete e jogadores da B. 
O Patinho, reforço que veio do Fulminense, diz que quer ser como o Deco (Deus queira que seja).
Tudo encaminhado e motivado para começar a trabalhar de leão ao peito.

Mas tenho de falar disto:
hoje às 16h ainda nenhum orgão da comunicação social sabia o nome do novo reforço do Sporting, aliás, nem atiravam nomes ao ar, como de costume, com medo de falhar a profecia.
Pranjic foi apresentado às 17h na Loja Verde, os jornalistas, quando viram no site oficial do clube  que vinha novo reforço, lá mandaram dois ou três rapazes d'a Bola e do Record para ver o que se passava e qual era a brincadeira do Sporting.
Assim chegou, como um ninja (silensioso mas mortal) Danijel Pranjic, internacional croata que não custou nem um centavo ao clube verde e branco e, pode agora, ser opção a Insúa e colmatar alguma eventual saída.
Aplausos à direcção que tem sabido negociar discretamente e, a cima de tudo, a custos zero. Para além disso, dizem que até para a semana já temos novo avançado e central. 

Fomos buscar a prata da casa, temos o melhor treinador do mundo, e resgatámos jogadores em fim de contrato. Está na altura dos títulos. Deixem o Pranjic ser campeão.


sexta-feira, 13 de julho de 2012

Onze em campo

Tenho andado afastado das questões futeboleiras. Fiquei a saber que contratámos o Labyad e o Gelson Fernandes. Vamos, ainda, contratar um central e renovar com o Adrien.

Fiquei aliviado. É que um dia destes li um dos habituais estarolas de ”A Bola” e fiquei com a sensação que iriamos ter dificuldades de apresentar onze jogadores em campo nos jogos do próximo campeonato. Como sempre, “as notícias sobre a nossa morte são manifestamente exageradas”.

sábado, 7 de julho de 2012

A magia do futebol # 2: Não sei quem escreveu o argumento deste filme, mas o tipo é bom…


Imagine que… você é adepto de um histórico clube oriundo de um outro País que ama o futebol. O seu clube não ganha o campeonato há mais de quatro décadas e é conhecido pelos seus altos e baixos – tão depressa ganha o campeonato, como na época seguinte desce de divisão, marca e sofre 100 golos no mesmo campeonato, etc. Nesse período, o principal rival do seu clube, oriundo da mesma cidade, ganhou quase tudo o que havia para ganhar ao nível nacional e internacional, passando mesmo a ser a equipa que venceu mais campeonatos no País. Mesmo assim, o seu clube tem mais adeptos na cidade de origem do que o seu rival histórico.

Imagine que em 2012 … o seu clube, reforçado por um conjunto de estrelas planetárias, está finalmente em posição de vencer o campeonato, chegando a ter 8 pontos de avanço em fase adiantada da competição. Porém, você fica em desespero quando, depois de diversos percalços - entre os quais uma quase inimaginável eliminação da Liga Europa às mãos de um fantástico Sporting, o seu clube tem uma queda abrupta no campeonato, passando a ter 8 pontos de atraso – ainda por cima do seu principal rival da mesma cidade - a cerca de 5 jornadas do fim. E, depois, de um momento para o outro, tudo se altera novamente -  o seu clube histórico aproveita uma quebra do seu principal rival e atinge a jornada final com o mesmo número de pontos, mas com vantagem no goal average.

Imagine agora que… nesse último jogo o seu clube, para terminar com um jejum de mais de 4 décadas, tem que vencer uma equipa que ainda luta desesperadamente para não descer de divisão. Contudo, desde cedo o seu principal rival na luta para o campeonato ganha vantagem no outro jogo disputado à mesma hora. Entretanto, já perto do intervalo, tudo fica mais tranquilo, quando o seu clube também marca e parece caminhar para a desejada vitória. No entanto, após o intervalo, tudo de altera – o seu adversário luta desesperadamente para evitar a descida de divisão e acaba por empatar. Logo de seguida, contudo, “dá a louca” habitual a um dos principais jogadores da equipa adversária, sendo expulso por agressão e provocando múltiplos desacatos, Mesmo assim, o adversário vai sobrevivendo com 10 jogadores e, de repente, o cenário de pesadelo - sem saber ler nem escrever, consegue mesmo passar para a frente do marcador. Os dois jogos vão-se aproximando assim rapidamente do fim, com o rival histórico do seu clube cada vez mais próximo do seu 20º campeonato. Já nos descontos, porém, o seu clube lá consegue o empate, que no entanto de nada lhe valeria, pois o seu rival já havia vencido o jogo que disputava. Por fim, praticamente na última jogada do tempo de descontos, o seu clube, num desesperado tudo por tudo, marca mesmo o seu golo mais importante das últimas quatro décadas e, sobre a linha de meta, acaba por se sagrar… campeão!!!

Como diria John Cleese, os adeptos do City conseguem lidar bem com o desespero, mas era a esperança que os ia matando…


quarta-feira, 4 de julho de 2012

Rui Santos "Best Apps"




"Estão de parabéns Paulo Bento e os jogadores que fizeram um 'muito bom' Campeonato da Europa, mas deixem-me estender igualmente essas felicitações a Manuel José, Carlos Queiroz, Luís Figo e Rui Costa. Sem eles, talvez não tivesse sido possível 'unir o grupo' - uma das melhores qualidades reveladas pela Selecção neste Europeu".
Rui Santos, Record, 29/6/2012

 - Aplicação “Conflito Mundial” - Estão de parabéns os Aliados que fizeram uma “muito boa” campanha militar, mas deixem-me estender igualmente essas felicitações às Potências do Eixo. Sem elas, talvez não tivesse sido possível “unir o grupo” – uma das melhores qualidades reveladas pelos Aliados nesta campanha.

- Aplicação “Política Europeia” - Estão de parabéns a Espanha, a Itália e a França que fizeram uma “muito boa” cimeira europeia, mas deixem-me estender igualmente essas felicitações à Senhora Merkel e aos seus apoiantes. Sem eles, talvez não tivesse sido possível “unir o grupo” – uma das melhores qualidades reveladas pela Europa do Sul nesta cimeira.

- Aplicação “Política Nacional” - Estão de parabéns Passos Coelho e os apoiantes do PSD que fizeram uma “muito boa” campanha eleitoral, mas deixem-me estender igualmente essas felicitações a José Sócrates e ao PS. Sem eles, talvez não tivesse sido possível “unir o grupo” – uma das melhores qualidades reveladas pelo PSD nesta campanha.

- Aplicação “Futebol Português” - Estão de parabéns Pinto da Costa, Vitor Pereira e os jogadores do Porto que fizeram um “muito bom” campeonato nacional, mas deixem-me estender igualmente essas felicitações a Luís Filipe Vieira, a Jorge Jesus, a João Gabriel, a João Gobern e, já agora, porque não, a mim próprio. Sem nós, talvez não tivesse sido possível “unir o grupo” – uma das melhores qualidades reveladas pelo Porto neste campeonato.

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Quase tudo pronto

Os nossos rapazes estão quase a chegar a Alcochete para começar a preparar a nova temporada do Sporting Clube de Portugal, que arranca dia 19 de Agosto (parece cedo não é?).
A juntar-se aos leões mais veteranos estará Labyad, que foi hoje apresentado aos sócios, e, ao que tudo indica, Gelson Fernandes.
Infelizmente, é nesta altura que mais se especula na comunicação social. Os jornais são diários, isto sem jogos todos os dias têm de se encher as páginas na mesma.
Há uns dias, Adrien era dado como certo do FC Porto em troca de Miguel Lopes. Agora, aparentemente, tal coisa nunca passou pela cabeça nem dos jogadores nem dos dirigentes. Adrien aliás, já representou mais clubes neste último mês do que ele alguma vez pensou numa carreira. Aparentemente o rapaz chateou muitos dirigentes do Sporting, mas nunca nada foi dito nem da parte dos dirigentes nem do jogador para além de vagos "Vamos ver como corre tudo". Mas, os jornais exploram a polémica como se decidisse um campeonato ou se tratasse de um orgulho ferido de parte a parte. Será que Sá Pinto não dorme de noite na indecisão se aposta ou não no míudo? Será?! Pouco provável..

Mas não só isto reflecte a má colheita de notícias deste Verão. O Sporting despediu não sei quantas pessoas que trabalhavam para a Academia (30 aparentemente). Nada foi dito da parte da direcção, nem o clube confirma tais notícias. Apenas confirmaram que algumas pessoas em fim de contracto não o puderam renovar, tudo isto justificado pela contenção de custos do clube e da má prestação de tais funcionários. Lançou-se o pânico geral. De repente, o Sporting ia passar a ser a pior formação deste país. Tudo isto sem uma confirmação desses despedimentos. 
No dia seguinte o clube fazia anos e as palavras do Godinho Lopes, na cerimónia de comemoração, são totalmente distorcidas. "Sporting para os sportinguistas" é aparentemente a justificação para os despedimentos, quando o homem nem falou de tal coisa.
Até a nova camisola alternativa, que para mim e das mais bonitas dos últimos anos e (esperemos) motivação crescente para Ricky e Schaars, é motivo de discussão. A sério, vão ler os jornais "online", quase dá para rir.

Chatices à parte, está quase a começar, pelo menos a pré-época sempre dá para tirar a fome. E vem aí a equipa B! Vamos lá começar bem desta vez.


A vitória do sono

Resolvi ver a final do Campeonato da Europa. Sou, por natureza, preguiçoso. Sendo a alternativa trabalhar, o Espanha – Itália pareceu-me a boa solução. Adormeci a ver o jogo. Sempre que entreabria os olhos, a jogada parecia sempre a mesma.

A Espanha pratica um género de andebol com os pés mas sem jogo passivo. É a mesmo coisa que imaginar um jogo de andebol em que os jogadores pudessem trocar a bola entre si sem qualquer objectivo de marcar golo ou um jogo de basquetebol em que qualquer jogador pudesse driblar sem quaisquer limitações de espaço ou de tempo. Vemos a Espanha e apetece-nos logo passar para uma conferência de imprensa do Vítor Gaspar. O tédio é o mesmo, só que o segundo sempre demora menos tempo.

Tudo isto se deve ao Barcelona. Só que o Barcelona ainda tem o Messi. O Messi ainda dá profundidade ao jogo, nesta novilíngua do futebolês, isto é, pega na bola finta uns tantos e marca golos. A Espanha é o Barcelona sem o Messi.

Que os espanhóis apreciem este tipo de jogo, percebo bem. Ganham e isso é tudo ou quase tudo para eles, como seria para nós se estivéssemos em idênticas circunstâncias. Que nós, que não somos espanhóis, o apreciemos também é que não percebo. Ou percebo muito bem. O futebol falado rende mais que o futebol jogado. O profissional do bitaite tecnico-táctico passou a dominar o futebol português. Neste Europeu, não se podia ligar a televisão sem se ouvir um dessas picaretas falantes. Alguém os consegue mandar calar, especialmente ao Carlos Daniel.