Não basta ser-se do Sporting, nos tempos que correm, para se passar uma tarde de Sábado a assistir ao jogo com o Estoril. É preciso ser-se maluco. Maluco do Sporting, neste caso (duas características que, cada vez mais, se complementam muito bem).
O jogo, como sempre, foi mau. Fui-me pouco a pouco abstraindo dele. Pela cabeça passavam-me os mais variados trocadilhos com a expressão Linha (a célebre Linha do Estoril). E não foram só os antigos trocadilhos com o Cannigia e o seu gosto por um certo tipo de linhas. Brotavam-me da cabeça preciosidades como: “É preciso por esta gente na linha”; “O Postiga não (a)linha”; Ó linha minha gentil que te partiste tão cedo desta vida descontente…”.
Também me passaram pela cabeça certas lembranças. O início da carreira do Fernando Santos como treinador-engenheiro do Estoril. Quase tive saudades do tempo em que foi nosso treinador (foi nessa altura que contratámos o Polga). Mas depois lembrei-me do Custódio a trinco e passou-me. Não podia deixar de me lembrar do Carlos Manuel, quando, no Estoril, acabou a sua carreira de futebolista e iniciou a de treinador. Foi, sem sombra de dúvidas, o pior treinador de futebol que passou pelo Sporting. Foi o tempo em que o Agatão se fez passar, em Alvalade, por preparador físico. Tempos em que a nossa tendência para o suicídio se agudizava.
Quanto ao jogo, ganhámos (se acabarmos na Liga Orangina já sabemos como havemos de jogar fora de casa). Levámos o tradicional golo de bola parada como se estivéssemos a jogar uma peladinha de solteiros contra casados. O Liedson encarregou-se de, em meia dúzia de minutos depois de entrar, explicar porque é um dos melhores avançados do Campeonato Nacional. Provavelmente, o único que temos. O Postiga marcou mais um golo. Tudo nos acontece. Corremos o risco de não só sermos o clube onde o Postiga jogou três épocas completas consecutivas como aquele onde, depois disso, ainda lhe renovaram o contrato.
Enfim, nada de novo na “linha de água”…
Sem comentários:
Enviar um comentário