A ideia [e a prática] de combinar os resultados das eliminatórias com os adversários [do Sporting] nas competições europeias é brilhante, sublime até: começamos a perder em casa por um resultado que não deixe dúvidas quanto ao desfecho da eliminatória e acabamos a empatar fora [com sangue suor e lágrimas para animar a coreografia, de preferência]. Tínhamos efetuado este arranjinho com o Manchester City há uns anos e correu bem, mas este com o Borussia Dortmund correu ainda melhor.
Assim se evita a mais completa e absoluta humilhação que pode ocorrer por puro e simples desfastio de qualquer um destes clubes e respetivas equipas [quem tenha dúvidas, pode rever os jogos da eliminatória com o Bayern de Munique no tempo do Paulo Bento]. Como uma derrota e um empate é sempre melhor do que duas derrotas, saca-se mais algum carcalhol, algum graveto, muito útil para se contratar um jogador de Salvador da Bahia. No final, cada um vai à sua vida: nós vamos jogar contra o Aves, o Pinheiro ou o Gil Vicente; e eles contra o Real Madrid ou o Liverpool.
O “fine tunning” deste tipo de arranjinho não é simples. Só a experiência, a prática [continuada] é que permite encontrar a solução ótima, sem nunca colocar em causa os princípios inalienáveis que regem um clube eticamente irrepreensível como o Sporting [e centralista também, estava-me a esquecer]. Hoje [ontem, melhor dizendo], sabemos bem que os cinco a zero na eliminatória contra o Manchester City constituiu um resultado exagerado. Três a zero teriam chegado e, se eles insistissem, trocaríamos os dois golos por um ou dois médios lesionados. Também não custa nada permitir duas ou três defesas de encher o olho ao nosso guarda-redes para que ele volte a ser amigo do St. Juste.
Não sei se se pode dizer muito mais sobre o jogo de ontem. Talvez falar dos três ou quatro filhos do Musk que entraram na parte final do jogo. Os miúdos são traquinas, atrevidos, tanto metem o dedo no ouvido ou no nariz do pai na Sala Oval como a bola em qualquer uma das balizas do Westfalenstadion. Não aprecio recorrer a lugares-comuns, mas, ontem, com eles, ganhámos uma equipa. Que se cuidem o Lusitânia de Lourosa, o Varzim ou o 1º de Dezembro.
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