segunda-feira, 31 de agosto de 2020

Jogar à defeso

Enquanto o Messi não é oferecido ao Boavista, ou recebe alguma proposta indecente do Benfica, divertimo-nos com o rumor (curiosamente sem eco na imprensa) da volta de Paulo Gonçalves às lides, como se este alguma vez as tivesse deixado. As missas continuam com os seus devotos fiéis, embora sem grandes resultados para alguns mais submissos.

Aqui há uns anos não foi fácil dar com o famoso Palito que andou a monte (literalmente) mais de um mês, apenas demovido pelo cansaço e pelo frenesim mediático que lhe incomodava as noites. Este ano temos o Henrique Carvalho, o fugitivo de Lamego, e Cavani, o fugitivo de Ibiza, que já se terá tentado entregar às autoridades, sem resultado, segundo o jornal A Bola, porque já não seria desejado (risos).

Entretanto, continuamos todos os dias a receber informação importantíssima sobre os excelentes métodos que JJ utiliza nos treinos e que os jogadores adoram, como se JJ cá estivesse pela primeira vez a vender gelados. Darwin Núñez, um jogador que todos conhecemos, e pelo qual o Benfica oferece quase 25 milhões (nada de especial, segundo a imprensa especializada em bitaites e cerimónias religiosas), estará muito próximo de provocar um terramoto na mente de Cavani, por ser ele o escolhido. O facto de ser Uruguaio e avançado demonstram um grande trabalho de scouting da estrutura.

As interessantes imagens do treino de Acuña em casa, na senda das de Cavani aqui há uns tempos, a correr entre vinhas, leva-nos a pensar em que ilha este desaparecerá proximamente. O afastamento da equipa e do estágio, treinando em casa ou na academia, é demostrativo da estratégia genial da direcção para vender o jogador. A posição em que esta fica nas negociações é a do apeado que acredita vencer a cavalaria em tempo de armas nucleares. Ousado, para não dizer outra coisa.

PS: após conversa com Pinto da Costa, Zaidu, a nova contratação portista, afirmou: vamos ganhar tudo. O campeonato português já está mais ou menos decidido à partida. Até o Zaidu sabe disso.

4 comentários:

  1. Caro Gabriel,

    Foi muito informativo para todos os portugueses compreenderem como se faz planeamento fiscal (para não lhe chamar outro nome) em horário nobre a propósito do Cavani. Seria interessante fazer mais programas desses porque tenho uma facturas esquisitas que, com o mesmo jeito de quem está a fazer a contabilidade do Benfica e do Cavani, são capazes de entrar num daqueles anexos do IRS que nunca percebemos a utilidade.

    Um abraço,

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  2. Caro Gabriel,

    Para quem está a jogar à defeso foi bastante incisivo. Já percebemos que o Messi não encaixa no 11 do Benfica, mas que o reforço de maior peso será mesmo o regresso do Paulo Gonçalves. Nada de importante que justifique atenção jornalística, claro está.

    Da venda de Acuña espero um grande negócio, única consequência possível da brilhante estratégia negocial seguida. A essa junta-se a mais-que-provável venda do Palhina, excelente trinco para o grandioso Braga mas com o guião errado para o Sporting. Esse negócio será tão bom que nem vale a pena esperar para vender daqui a 3 meses e com isso encaixar a choruda comissão que o Braga ganha com uma venda neste defeso... e ainda eles se queixam do Varandas!

    SL

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    1. Meu caro,

      A verticalidade é uma das características do meu futebol. Embora também aprecie uma boa transição rápida.

      Este filme (negócio) é um dejà vu...o que vale é que o campeonato é como os corações, só tem uma cor: vermelho e azul. Não temos que nos preocupar.

      SL

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