sexta-feira, 10 de abril de 2020

Inconsolavelmente fiel


Estive a rever (uma grande parte) o AZ Alkmaar– Sporting no canal 11. O isolamento social dá para tudo, inclusive para isso. Durante o prolongamento (isto é verdade), o de hoje claro, não revivi os momentos em que vi na altura o jogo, perto de uma taquicardia arrítmica (não sei se isso existe, mas lá que parecia, parecia), segundo consta, mas vivi-o estranhamente, como se fosse a primeira vez, e eu fosse uma espécie de vidente, ou tivesse consultado um oráculo e soubesse que ia correr tudo bem. Deve ser por ver isso escrito hoje em dia nas janelas e elevadores: vai correr tudo bem ou vamos todos ficar bem, eu sabia, eu sabia. E depois no final do final de tudo o Tello marca o canto, uf, estava a ver que não, o Garcia marca golo e toda a equipa marca golo, toda a equipa festeja, cada um a correr desvairadamente para o seu lado (como quando se corta a cabeça a uma galinha e esta desata a correr), até que alguns jogadores se encontram, incrédulos, como nós nos encontramos até hoje. Foi a última vez que o Peseiro teve uns gramas de sorte. A última. A partir daí não reza a história. Obrigado na mesma.

2 comentários:

  1. Segui na TV,sem som , e ouvi o relato de Jorge Perestrelo: "Eu te amo Sporting", disse ele. O maior de todos.
    Neste tempo de isolamento dá para rever os grandes jogos do Sporting, o maior para mim Sporting x Manchester (5x0).
    O Sporting já foi um grande clube de futebol.
    Boa Páscoa para todos os autores e comentadores.

    João Balaia

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    1. Meu caro,

      Foi o último relato de Jorge Perestrelo. Morreu no dia seguinte a esse jogo.
      O Sporting é um gigante adormecido (hoje estou extravagante!) Boa Páscoa e saúde!

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