O futebol como organização constitui um imenso faz de conta. Faz de conta que tem leis e justiça própria. Faz de conta que as regras se cumprem e não há concorrência desleal. Faz de conta que se trata de um Estado dentro de cada Estado. Este faz de conta é de tal forma convincente que os seus protagonistas acreditam que assim é e fazem acreditar os outros também. A convicção é de tal forma que nem a pandemia do Covid-19 os demove de continuarem essa representação.
Sem espanto, assiste-se a uma discussão entre a FIFA, a UEFA, as federações e as ligas sobre a conclusão dos campeonatos, como se essa decisão lhes coubesse. Aparentemente, não lhes passa pela cabeça que só haverá jogos à porta aberta ou fechada quando os governos dos diferentes países assim o decidirem (e ponto final) e que essa decisão não se encontra propriamente no topo das suas prioridades.
Em Portugal, a Federação, a Liga e o Sindicato vão se entretendo a discutir redução de salários e eventual “layoff”. A discussão anda entre os trinta e os cinquenta por cento de redução dos salários e os clubes acordaram não efetuar qualquer contratação de um jogador que rescinda o seu contrato com justa causa. Pelo caminho, jogadores do Aves vão rescindindo, alegando o não pagamento (de todo) dos salários. Será que eles são completamente estúpidos para não perceberem que é preferível receber setenta ou cinquenta por cento de nada do que nada mesmo?
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