domingo, 26 de fevereiro de 2017

Sem pressão é que é

Começo a perceber a teoria de um amigo meu quando este diz que o Sporting só joga quando não há nada (ou pouca coisa) em jogo. Explico: desde que ficamos praticamente arredados do título (recuperar para dois não será nada fácil), o Sporting tornou-se mais prático, ou pragmático, como agora se costuma dizer, deixando de lado uma bipolaridade que nos consumia a alma e os nervos. No jogo com o Moreirense ainda entramos como quem não quer a coisa, tendo que correr o triplo para dar a volta na segunda parte, coisa que nem sempre foi possível. Com o Rio Ave, nada de abébias, marcar cedo e defender o resultado, que o Patrício também é filho de Deus. Ontem, fizemos uma primeira parte com o jogo controlado e acabamos por marcar numa grande jogada que culminou num falhanço do Ezequiel Schelotto, acabando a bola por sobrar para o Ruiz, que desta vez não conseguiu falhar. Quando o Ruiz não falha os deuses estão todos connosco. 

Na segunda parte voltamos a rame-rame que nos é familiar, isto é, jogar muito, jogar melhor e…falhar dois golos cantados, um do Bost e outro do Gelson. Isto apenas para dar mais ânimo à partida que assim teve jogo até ao fim. No fim marcou o Bost. Parece que o JJ o ensinou a marcar penaltis. A verdade é que sem pressão as coisas nos saem melhor. Até a sorte lá aparece, ao mesmo tempo que as más arbitragens desaparecem. Porque será? 

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

Por acaso



Hoje vi um excelente jogo de futebol. Provavelmente o melhor que vi este ano. E foi tudo por acaso.
Foi por acaso pois nem sabia que ia dar o jogo, vi em diferido usando uma das maravilhas do tv do século XXI , o “volta a trás”. Já o jogo, foi sempre para a frente, 5-3 Manchester City vs Mónaco.
Tão entusiasmado estava a ver bom futebol que consegui nem me irritar muito com os comentários por vezes incompetentes, mal fundamentados, caseiros e pouco sensatos dos especialistas da RTP. De qualquer modo acho que qualquer dia vou dedicar algum tempo a tentar perceber quais serão os critérios presentes na escolha daquilo que é um comentador de futebol, cá para mim deve ser “por acaso”. Neste jogo, mesmo com uma série de repetições, não conseguiram ver que o Kun Aguero de facto simulou um penalti. Habituados aos grandes artistas no circo nacional já tem dificuldade em perceber a realidade. Por acaso o árbitro era bom e decidiu bem, várias vezes.
O Leonardo Jardim, um dos melhores treinadores que passou nos últimos anos pelo Sporting, também mostrou bem a sua competência. Por acaso não ganhou este jogo, talvez também por excesso de avidez, o que até nem fica mal a quem quer ir mais longe naquela selva. Seja como for e apesar de ter estado um ano no Sporting, o Leonardo não é da nossa formação, apenas por acaso.
Por falar em formação, neste jogo pude também confirmar a minha ideia de que o Bernardo Silva é de facto, por acaso, a única “pérola da formação” do Benfica que sabe jogar à bola. Dá gosto ver o rapaz “mexer na bugalhinha” mesmo que muitas vezes dali não saia grande coisa. Trata sempre bem a bola e ela agradece.
Fiquei feliz por ver também grandes jovens jogadores de futebol a justificarem as apostas dos seus respectivos treinadores como Mbappé ou Sané. E vi outros, como Falcao e Aguero, mais experientes, a mostrarem igualmente a magia do seu futebol. Uns e outros mereceram o seu palco e não foi por acaso nem por causa da idade.
Vi também aquilo a que alguns chamaram um “frango monumental” de Subasic. Foi “frango”, não contesto, aliás se somarmos a isso o penalti falhado do Falcao, fica aí a história do resultado, mas daí a chamar-lhe “monumental” teria que me esquecer de outras realidades bem mais preocupantes. Como a do ex-secretário de Estado dos Assuntos Fiscais do Governo de coligação de Pedro Passos Coelho, Paulo Núncio, que deixou passar por entre as mãos dez mil milhões de euros. Isso sim foi um “frango monumental” e este aposto que não foi por acaso.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

Emocionante estabilidade

Já alguém se tinha queixado aqui da estabilidade que vivemos. Ontem foi mais um desses casos. Aconteceu tudo o que costuma acontecer. Primeira parte desastrosa, erros individuais de um Bruno César defesa esquerdo, de um Rúben Semedo desastrado e de um Rui Patrício em péssima forma. Muito domínio, pouco futebol.

Na 2a parte o habitual. Sangue, suor e, tivéssemos nós um pouco menos de sorte ou eles um pouco mais de Casilhas, também teriam havido lágrimas. A única (decisiva?) diferença no guião habitual terá sido a capacidade de gerir os últimos minutos longe da nossa baliza. De resto, estabilidade...

Agora é preciso manter a estabilidade. Ganhar em casa ao Rio Ave. Faz meio campeonato que fizemos o nosso pior jogo. Ou talvez apenas a pior primeira parte. Teremos aprendido alguma coisa?

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

Esta estabilidade mata-me...


Disse o Senhor Presidente que: «ninguém nos vai desestabilizar!»
Já eu, confesso, começo a desconfiar de tanta estabilidade.
Tem sido tudo tão estável que parece que sabemos de antemão os resultados.
Nada é imprevisível, não há surpresas. Não há magia.
Esta estabilidade anda a mexer-me com os nervos!
Esta estabilidade mata-me!


domingo, 5 de fevereiro de 2017

Golos de meninos ou uns verdadeiros anjinhos?

Mais uma vez um jogo nosso teve duas partes distintas. Não três, não quatro, duas, sempre duas, mediadas pelo intervalo, como se cada quarenta e cinco minutos fosse um tributo à nossa paciência ou ansiedade.

Na primeira das partes JJ decidiu (mais uma vez) inventar. Teve um sonho e de lá saiu o Matheus Pereira que apenas tinha um minuto no campeonato. O Matheus Pereira concorreu de certeza para o penteado mais exótico do jogo. Enquanto esteve em campo ganhou esse prémio e nada mais. Andava perdido a respirar por um(a) Palhinha. O Palhinha não teve culpa, não, não é responsável pelo súbito amor à formação dos responsáveis do clube. Na verdade a defesa de uma equipa não se trata apenas da defesa da equipa. A equipa ou defende ou sai de cima. Para defender é preciso entrar em campo. A equipa não entrou em campo na primeira parte. Ponto. Daí a questão, sofremos golos como meninos, ou somos verdadeiros anjinhos?

A entrada (mais uma) na segunda parte levou-nos paro o campo das coisas diabólicas. Diabólico, porque aquilo não se faz aos nossos nervos. Diabólico o gato-sapato que fizeram da equipa do porto, verdadeiramente banalizada, sem fazer qualquer remate à nossa baliza. Justiça ao Ruiz que lá vai rematando de meia distância, para não ser sempre o Adrien a falhar. Falhamos uns…o guarda-redes defendeu outros. O árbitro não assinalou um penalti contra o Porto, por mãos (assim mesmo no plural) na bola. Nada de novo. O Zeegelaar continua Zeegelaar. O Ezequiel Schelotto continua Ezequiel Schelotto. O Semedo continua a distrair-se com a bola, concorrendo para o gajo em campo com o maior sangue frio a despropósito. O Bryan continua triste. Nós continuamos…a meio caminho andado de um pacemaker.