segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Fim de fim-de-semana

O fim de tarde, princípio de noite, de Domingo constitui o período mais deprimente da semana. Ainda não acabou o fim-de-semana, mas interiormente já acabou. Estamos no Domingo e a fazer um esforço para nele continuar, mas a cabeça está na Segunda-feira. Nada melhor, portanto, do que ver um jogo da seleção. Se mandasse, agendava os jogos da seleção sempre para esta altura.

O jogo contra a Letónia não me retirou da letargia que se tinha apoderado de mim. O Fernando Santos não facilita. O jogo é para ser entediante e tudo é planeado para que a sensação de tédio nunca nos abandone durante noventa minutos. Tudo é pensado ao pormenor. Só assim se percebe a inclusão do André Gomes. Com ele, é garantido que se joga a passo.

Na primeira parte, assistimos a uns nacos de futebol pastoso, com trocas de bola a todo o momento, passes para o lado e para trás e truques e malabarismos inconsequentes dos mais virtuosos. Muita posse de bola e muitas cócegas na defesa da Letónia. Aos trambolhões, marcámos o primeiro golo. Boa tabela entre o Nani e o Ronaldo, rasteira de um defesa trapalhão e penalty. O Ronaldo, que não parece estar com grande confiança, fechou os olhos e bateu com força e a bola entrou por milagre, furando o guarda-redes.

A segunda parte prometia mais do mesmo. Não começou por correr mal. O André Gomes caiu na área ao ralenti e o árbitro marcou novo penalty. O Ronaldo decidiu marcar melhor, mas, como a confiança não é muita, atirou a bola ao poste. Para quem conhece o futebol português, sabe que um lance destes é sinal de que tudo se prepara para correr mal. Pouco depois, no único lance de ataque durante o jogo todo, a Letónia faz o empate. A profecia parecia cumprir-se. Só que nestes contextos é que se percebe que com o Fernando Santos é diferente. Praticamente na jogada seguinte, o Quaresma tira um cruzamento daqueles que só ele é capaz e o William Carvalho mete-a lá dentro.

Sem o André Gomes e o João Mário a jogar a passo, com o Quaresma e o Gelson a acelerar e o Ronaldo a fazer os movimentos que sabe e gosta, partindo do lado esquerdo para finalizar na área, a seleção parecia endiabrada. A defesa da Letónia passou a viver em permanente sobressalto e as oportunidades sucediam-se. Marcámos mais dois golos, mas ficaram outros tantos por marcar. Assim acabou (bem) o fim-de-semana.

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