quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Ausência de política desportiva

O que mete confusão na venda do Carriço ou na dispensa do Izmailov não são as decisões de gestão em si mesmas ou a(s) sua(s) racionalidade(s) no contexto actual. O que me mete confusão é a total ausência de uma política desportiva no Sporting.

Peço imensa desculpa a muitos sportinguistas, mas não verto uma lágrima pela saída de qualquer um deles. Como sempre disse, o Carriço não é nem muito alto, nem muito forte nem muito rápido para ser um bom defesa central. Ficou a meio-caminho. É pena. O Izmailov, quando joga, é bom jogador. Quando não joga – a maioria das vezes – não interessa nem ao Menino Jesus. Pelo caminho, receberam os respectivos salários, que não comparam com os da esmagadora maioria dos portugueses.

A nenhum deles faltaram oportunidades. O Carriço não se afirmou (o facto de os actuais defesas centrais serem umas abéculas não o transforma num craque). O Izmailov não jogou. O Sporting andou ano após ano a fazer de conta que apostava nos jogadores, mas sem saber ao certo o que lhes fazer. Demora assim tanto tempo a saber se o Carriço é uma aposta segura ou não? Demora assim tanto tempo a saber se o Izmailov pode jogar ou não?

O Sporting não vendeu enquanto podia e quando não podia procurou despachá-los. Despachou-os como pôde e pôde pouco, como se vê. Esta história não é nova. É a repetição de muitas outras. O que dói não são as saídas dos jogadores. O que dói é a completa ausência de uma política desportiva. Quanto tempo mais vamos demorar para ter uma?

7 comentários:

  1. Se o Carriço tivesse custado um par de milhões já tinha feito uma dezena de jogos esta época. Um sportinguista destes comigo só saía depois de provar que não servia para qualquer posição. E como provou ser um razoável 6, ainda faltava experimentar a 2 e a 5. Pelo menos nunca o vi a pastar em campo nem a fazer birras.

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    1. Meu caro,

      Estou em parte de acordo, mas só em parte. O Carriço não é um bom central. Mas pode ser um razoável trinco (e ainda fazer uma perninha como central em situações desesperadas) , melhor seguramente que o Gelson. Então, porque razão se foi buscar o Gelson? Estas é que são coisas que ninguém percebe.

      SL

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  2. Caro Rui Monteiro,

    O problema aqui, para mim, nem é tanto de falta de politica desportiva. É muito mais falta de politica técnica, pois desde a saída de Paulo Bento que não temos uma equipa técnica orientada para fazer crescer jogadores (e já o último ano de Paulo Bento não foi grande espiga).

    Imagina que passavas os teus últimos anos de faculdade sempre com profs. de merda. Por melhor que fosses, isso iria afetar-te e não iria retirar de ti o melhor potencial possivel.

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    1. Meu caro,

      Estou de acordo em tese. Não sei se se aplica ao caso do Carriço. O Carriço jogou pelo menos dois anos a titular. As coisas não correram bem.

      SL

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  3. Meu caro,

    Só para reforçar um pouco mais o que diz, começa-se agora a falar de jogadores da B em fim de contrato, outros insatisfeitos por terem sido postos a rodar em clubes e campeonatos em que não evoluiram coisa nenhuma.
    O caso do Pedro Mendes parece-me particularmente absurdo até pelo facto de terem ido buscar um parolo argentino da idade dele (não percebo o porquê de um precisar de ganhar experiencia e o outro vir para titular) que me faz pensar que podia ter tido uma carreira na bola também.

    Juntando os valores de renovação do Adrien, o eterno Pereirinha (há duvidas ainda?)e só me apetece dizer venha de lá o nosso Vale e Azevedo e vamos lá arrumar este assunto que esta morte lenta é que não dá.

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    1. Meu caro,

      A malta é incompetente. Não sabe e ponto final. Ninguém percebe nada da política de contratações, dispensas e vendas. É mais ou menos ao acaso.

      SL

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  4. E será que ninguém pensou, no caso de o Izmailov agora de repente começar a jogar, em processar o jogador por fraude obrigando-o a devolver o dinheiro que lhe foi pago a titulo de salários?
    Não será uma fraude enganar um clube desta forma?
    Seria pelo menos uma bela lição, para que quem viesse para nos enganar pensasse duas vezes antes de o fazer.

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