- “Fábio Fabuloso: Benfica vence com grande golo e excelente exibição do extremo” (A Bola, 26/9/10);- “Benfica guarda jóias: Coentrão renova até 2016 e seguem-se David Luiz e Luisão” (A Bola, 28/9/10); - “Há sempre uma primeira vez -Benfica nunca venceu na Alemanha mas Jorge Jesus ainda sonha: Estamos ao nível dos melhores” (A Bola, 29/9/10); - “Kardec – A Nova Ameaça: Avançado é aposta forte de Jesus e deixa Sporting de Braga em sentido” (A Bola, 1/10/10); - “A melhor dos últimos 30 anos : Cardozo tem a média de golos mais alta” (Record, 21/9/10); - “Reyes sonha voltar à Luz (Record, 23/9/10); - “Mourinho lembra estreia: Benfica é gigante” (Record, 21/9/10); - “Jesus pensa em grande: Tenho direito a sonhar” (Record, 29/9/10)“; - “Faz hoje 50 anos que as Águias arrancaram para a conquista da 1ª Taça dos Campeões” (Record, 29/9/10);- “A hora do tango: Encarnados querem chegar hoje ao segundo lugar” (Record, 3/10/2010).Estes são apenas alguns dos títulos principais mais recentes das capas dos jornais desportivos “A Bola” e “Record” dedicados ao actual… sétimo classificado da Liga Sagres e penúltimo colocado do Grupo B da Liga dos Campeões.
“Trata-se de bons exemplos do que é hoje designado por Jornalismo Positivo” – afirmaram os Directores daqueles diários desportivos lisboetas ao ILdL. Inspirados nos métodos mais tradicionais de propaganda, aqueles responsáveis identificam a
simplificação como o seu eixo central de actuação: “Adoptar uma única ideia, um único símbolo – tudo o que vem do Benfica é bom. A partir desse dogma central, toda a propaganda gerada, perdão, todo o Jornalismo Positivo deve procurar ser
popular, adaptando o seu nível ao menos instruído dos indivíduos aos quais se dirige. A capacidade receptiva da massa popular é limitada, a sua compreensão escassa e tem tendência a esquecer tudo com grande facilidade. Quanto maior a massa de população a convencer, menor será, então, o esforço mental a realizar. Estes são, pois, os princípios fundamentais deste nosso novo conceito de Jornalismo Positivo”.
“Mesmo quando o Benfica perde (
vade retro, longe vá o agouro,
toc, toc, toc – benzem-se os Directores), em vez de enfatizarmos os aspectos negativos da exibição encarnada, optamos por títulos lamechas do tipo “Triste Despertar” ou “Huntelaar trai Jesus: Treinador encarnado bem o queria no Verão” (A Bola e Record, respectivamente, após a derrota contra o Shalke). Ou, ainda, quando algum jogador do Glorioso se lesiona, procuramos ver a coisa sempre pelo lado positivo para continuar a mobilizar a massa adepta benfiquista. Por exemplo, n`”A Bola”, referimos na sexta-feira que “Cardozo pára
apenas 3 semanas” e, logo no dia seguinte, colocamos como título de página inteira “Kardec – A Nova Ameaça: Avançado é aposta forte de Jesus e deixa Sporting de Braga em sentido”, informando ainda que Felipe, o guardião bracarense, já se deu mal em jogos anteriores contra o novel portento benfiquista”.
Segundo apurou o ILdL, este novo conceito de Jornalismo Positivo, desde sempre favorável ao Benfica no ADN d`”A Bola” e, mais recente, no caso do próprio Record, está a gerar grande preocupação nos principais editores do Jornal “O Benfica”. “Isto é concorrência desleal! – afirmou à nossa reportagem um dos responsáveis pelo Jornal da simpática agremiação de Carnide. “Temos muitas dificuldades em entrar no mercado, porque, infelizmente, os nossos jornalistas apenas conseguem atingir o grau 7 da
Escala de “Barbas” de facciosismo benfiquista. “ Os jornalistas do Record já alcançam frequentemente o nível 8 e os d`”A Bola” chegam quase sempre ao patamar máximo”.
“Aliás, comparado com os jornalistas d`”A Bola”, o “Taxista Zé Manel” parece um lagarto dos sete costados” – refere, abespinhado, o mesmo responsável. “Por exemplo, o Aurélio Márcio d`”A Bola” chegou, inclusivamente, há uns bons anos atrás, a zurzir duramente o Jornal “O Benfica” por este se ter atrevido a lançar uma ou outra crítica velada à exibição encarnada após um jogo menos bem sucedido (salvo erro, derrota na Luz contra o Boavista), dizendo que tais referências negativas iriam contribuir para desestabilizar a equipa em vésperas de um confronto decisivo com a Roma numa pré-eliminatória da Taça dos Campeões Europeus” (n.d.r – OK, agora, caros leitores, por favor, verifiquem se estão bem sentados da cadeira: esta última parte é mesmo verdadeira…).
Entretanto, o IldL sabe que, pelo contrário, o Kremlin -
que recentemente impôs normas que obrigam a rádio a divulgar pelo menos 50% de notícias positivas sobre a Rússia - está a acompanhar com grande interesse esta experiência da imprensa desportiva lisboeta. “Trata-se, na verdade, de uma boa prática de Jornalismo Positivo” – confirmou um alto responsável russo. “O modelo do Pravda encontra-se ultrapassado e estamos neste momento a envidar esforços no sentido de podermos vir a contar com Vítor Serpa, Alexandre Pais, ou Leonor Pinhão para, com todo o seu
know how, ajudarem a transferir este excelente modelo de Jornalismo Positivo para a nossa Comunicação Social. Estamos convencidos que, com o seu apoio, o fanatismo, tornar-se-á, cada vez mais, o desporto da ignorância” – concluiu.