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Nos avançados saber chutar é, por maioria de razão, quase… tudo. Reza a lenda (Caretas do Sporting, 2007) que, na estreia de Peyroteu pelo Sporting, o treinador Szabo chamou-o à parte e disse-lhe “Não esquecer principal papel dê avançado-centro, caréga Maria!”. No requintado dialecto do húngaro, “caréga Maria” significava marcar golos. E Peyroteu carregou. Marcou dois dos cinco golos da vitória leonina sobre o Benfica (5-3) nessa primeira tarde de glória nas Salésias. E, depois, continuou a carregar. 635 golos em 393 jogos...
Hoje, os tempos são outros. Nestes dias de tempestade, Paulo Sérgio (neste caso, mais vítima do que réu), a 15 minutos de mais um dramático final de jogo, decide, desesperado, lançar mais um avançado: “Tenho que fazer qualquer coisa! Ora, bolas, dum lado chove, doutro faz vento.” – pensa, enquanto sorteia quem, de entre Postiga, Djaló ou Saleiro, irá, de seguida, fazer entrar em campo.
Lembrando as suas raízes alentejanas, toma, então, a decisão: “Calhando, vinagre no deserto, é vinho de três anos. Vá lá, Postiga, desta vez, saiu-te a ti! Pranta-te pronto, tu vais resolver isto! És manilha para isso! Força, salta pró terreiro e vê lá se t´aguentas nos calções. E, se não puderes ajudar, atrapalha. O que importa é participar!”
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