Quem falha assim não é gago: começava desta forma a minha
mensagem a um amigo após o jogo de ontem entre o Sporting e a deusa da caça; amigo
esse que deve ter amigos na Procuradoria-Geral
da república, com claras ramificações no jornal A Bola, já que este hoje (quase festivamente – eu diria) dava aos
escaparates uma capa cujo título em grandes parangonas dizia: quem falha assim
passa em segundo.
Sabemos que o jornal A Bola anda ansioso por fazer uma capa europeia
glorificando o seu protegido, e o máximo que conseguiu foi saudar a vitória blaugrana sobre o Porto, mostrando Félix
e Cancelo batendo no peito adornados com a seguinte frase: assim custa mais.
Pois custa. O Sporting entrou em modo não é preciso sermos
desmontados, tendo em conta que toda a gente sabe mais ou menos como a gente
joga, ainda para mais com o Esgaio mascarado de Porro, quer dizer, o Esgaio
mascarado de Esgaio mascarado de Porro, e o Trincão entretido com o facto de
ser um jogador de alta competição às pinguinhas. Não era fácil entrar assim, ao
mesmo tempo que a linha defensiva jogava roleta russa com o fora de jogo, tantas
foram as vezes que aquele moço do ataque da Atalanta com tatuagens ficou
praticamente cara a cara com o redes leonino sempre ensaiando o mesmo movimento
de caça ao leãozinho, até que deu sorte, como diz um amigo meu com experiência
em telenovelas brasileiras. Quem não deu sorte foi o Pote que tem jogado, a
espaços, disfarçado de Paulinho, confundindo a equipa adversária ao mesmo tempo
que se confunde a si próprio.
Na segunda parte, com o Edwards e Catamo em campo, e com os
tipos da Atalanta cansados de correr e de ver o Sporting trocar a bola como
quem joga ao meiinho, começamos a
nossa odisseia do costume, isto é, começamos a jogar futebol e a falhar golos.
É claro que o Edwards marcou (e falhou antes disso um golo dado), é claro que
jogamos contra dez, mas o que ressalta, para além das bolas nos postes, é a
falta de golos, sumo pontífice do jogo da bola. O Pote desperdiçou (às vezes
julgo ver ali alguma displicência de craque de trazer por casa), duas ou três
oportunidades, e depois a equipa recebe ordens do banco, ou talvez de alguma
entidade divina, não sei, ordens de começar a fechar o tasco, dando
oportunidade à equipa adversária de respirar e de ganhar peito quando estava
com o rabo entre as pernas, passando de caçador a caçado.
Quem falha assim não é gago nem pode ter grandes ilusões.
Boa crónica! Continue. Cumprimentos para si e um abraço ao Rui, de quem sinto falta de igualmente muito boas crónicas.
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EliminarObrigado, meu caro.
EliminarCumprimentos e volte sempre!