quarta-feira, 17 de novembro de 2021

Despedir ou não despedir o Fernando Santos é a questão?

A derrota contra a Sérvia originou indignação das antigas. A culpa era toda do treinador e está na altura do Fernando Santos com as suas mezinhas ir pregar para outra freguesia. Os jogadores são magníficos e está-se mesmo a ver que qualquer uma daquelas pessoas que na televisão fala de bloco alto e baixo, de transições, ofensivas e defensivas, de momentos de jogo os colocava a jogar articulados e afinados, um género de “London Symphony Orchestra” do pontapé na bola. A ideia simples e ingénua que os nossos jogadores são bons e com bons jogadores se fazem boas equipas que jogam bem e assim ganham não corresponde aos factos, é um facto. 

Portugal joga mal, como sempre jogou, com o Fernando Santos, o Paulo Bento ou o Carlos Queiroz. O que distingue a seleção de ontem relativamente à de hoje não é a qualidade de jogo mas a convicção: uma coisa é jogar mal, outra bem diferente é jogar convictamente mal. Temos dois jogadores que fazem a diferença relativamente a todos os outros das restantes seleções: o Pepe e o Ronaldo. Não estou a afirmar que o Ruben Dias, o João Cancelo, o Bruno Fernandes, o Diogo Jota ou o Bernardo Silva sejam maus jogadores, muito pelo contrário. O que afirmo é que são como os chapéus do Vasco Santana, há muitos como eles. Os jogadores da Sérvia são excelentes e as diferenças relativamente aos portugueses de pormenor. 

O que fez da Seleção Nacional uma equipa temível não foi o bom ou o mau jogo. O jogo foi sempre mau. Nos tempos áureos do Fernando Santos, a Seleção Nacional chegou a ser a equipa mais cínica do Mundo: dificilmente sofria um golo e sabia que marcava pelo menos um. Esta crença que se autorrealizava uma vez atrás da outra assentava nos dois protagonistas que falei. A solução não está em despedir o Fernando Santos para se arranjar outro que coloque a equipa a jogar melhor. A solução está em despedir o Fernando Santos para se arranjar outro que nos coloque a jogar tão mal como de costume mas que o faça convictamente. O problema do Fernando Santos não é a qualidade do jogo mas a incapacidade de transmitir essa convicção.

14 comentários:

  1. Porra, discordo.
    Percebo zero disto pelo que, agora que finalmente (e seja lá como tenha sido) já se ganhou qualquer coisa, o que quero é ver jogo que me faça bem. Fartinho de jogo que me faz mal.

    SL
    Abraço
    E que o nando ponha jogadores nos sítios deles

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    1. Viva,
      Acho que o Rui estava a ser irónico....
      É verdade que quando seguimos o nosso fado e jogamos como quem vai passar o cabo das Tormentas, as coisas até funcionam... o problema é quando começamos a empinar o nariz e pensamos que afinal somos todos estrelas e que o cabo das Tormentas se vai dobrar a ele mesmo e se renomear Cabo da Boa Esperança apenas porque os nossos jogadores jogam nas melhores ligas da Europa - e por isso, ou temos um treinador que sabe pegar nesse grupo e os mete a jogar à bola, ou então mais vale um engenheiro armado em Vasco da Gama.

      Saudações Leoninas,
      Sérgio

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    2. Pensando bem... sou capaz de ter passado mais um atestado desagradável à minha pessoa...

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    3. Meus caros,

      Por mim, também não me importava de ver melhor futebol da seleção. Para isso, era preciso ter um treinador a sério, um treinador que não gerisse politicamente as convocatórias para agradar ou para não desagradar e que soubesse colocar a equipa a jogar.

      A nossa seleção está sobreavaliada nos nossos media. Em individualidades, até pode ser melhor do que há uns anos, mas os fatores de diferenciação continuam os mesmos: um central de eleição (o melhor que vi jogar) e o Cristiano Ronaldo. As outras equipas também têm bons jogadores e é preciso tanto ou mais empenho para lhes ganhar. Esse empenho é indiferente à qualidade do jogo. Sei que se pode jogar com o Pepe e o Ronaldo e mais nove. Não se joga com o Diogo Jota e o Rúben Dias e mais nove (para não falar do Cancelo, do Bernardo Silva ou do João Félix).

      Abraço,

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    4. Quando o assunto é selecção nacional, o tópico jogadores devia ser o último a ser discutido. O seleccionador deprime. O ninho da fpf justifica que o futebol de onze equipe de cinzento. O Futsal não, porque o verde o vai colorindo.

      Abraços
      SL

      Amanhã gramava que se aproveitasse a única serventia possível para o alternativo amarelo: confundir os alemães. Não se desperdiçam oportunidades destas.

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  2. Os jogadores desvalorizam-se nas selecções.

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    1. Meu caro,

      Tem razão. Os jogadores na seleção jogam bem pior do que nos seus clubes. Isso tende a ser regra geral. Em Portugal, exagera-se.
      SL

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  3. Eu cá acho é que se o Fernando Santos meter o Paulinho, todos os problemas resolvem-se. Ficamos lá à frente com um jogador que toda a gente sabe que tem aversão à baliza e, consequentemente, as expetativas descem. E é quando elas estão em baixo que mais temos hipótese de ganhar.

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    1. Meu caro,
      É uma excelente ideia. É preciso convencer o Fernando Santos disso e da necessidade de meter o Pedro Gonçalves. Um sem o outro não funciona.
      SL

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    2. Em Março Fernando Santos vai revolucionar as convocatórias, Portugal vai ganhar à Itália : Mama Mia!
      Pedro Gonçalves, tal como Amorim não ter currículo para o M.United, tem ainda que mostrar mais ao engenheiro, fazer 1 golo de bicicleta, de calcanhar ou como Jardel, de bunda.´SL

      jOÃO bALAIA

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  4. Bom, venho aqui só para desejar um excelente novo ano. Mas é para ser excelente mesmo!

    SL

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    1. Meu caro,
      Bom ano para si e para os seus. Com o Ruben Amorim o próximo ano será sempre bom, veremos se será excelente.
      Grande abraço

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  5. Bom Ano Novo à equipa do Blog.
    Feliz ano de 2022
    SL

    João Balaia

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    1. Caro João,
      Um bom ano também para si. Como disse atrás, com o Rúben Amorim o próximo será sempre bom, veremos se será excelente.
      Grande abraço

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