Os pré-match costumam ser muito estimulantes. O que antecedeu o Sporting – Porto não fugiu à regra. Enquanto se embalava o prejuízo do Benfica em certificados do aforro, discutia-se a problemática das viagens e dos jogos da seleção. A contabilidade foi ao ponto de medir em quilómetros e milhas as viagens dos jogadores, refletindo também a pertinência dos minutos jogados e dos quilómetros percorridos pelos jogadores em campo, alargando o panorama analítico em milhas e em léguas, muitas delas submarinas. Tudo para chegar ao resultado pretendido: um Porto hipoteticamente cansado e um Sporting resplandecente e com o sono em dia. Horas de chegada foram divulgadas; jogadores chegados ao aeroporto corriam desvairados para apanhar um táxi que os levasse ao hotel. Chegariam a horas do pequeno-almoço?
Envergonhadamente, ficamos a saber que o Sporting não podia contar com 4 jogadores, três deles habituais titulares, embora estivessem frescos como alfaces, encontravam-se lesionados. Tudo feito para confundir ainda mais a equipa cansada do FCP, habituada pelo seu treinador a desmontar o Sporting, embora apenas antes dos jogos começarem. E foi assim que o jogo começou, com o Porto a jogar de igual para igual (segundo os comentadores) durantes uns bons 14 minutos, tempo que aguentou sem sofrer golos, já o jogo levava duzentas faltas e trinta amarelos. A partir daqui, Nuno Santos, incomodado com a facilidade com que aparecia isolado na frente do guarda-redes adversário, apiedando-se certamente do seu esfarrapado oponente, decidiu que apenas marcaria golos se estivesse com vários adversários pela frente e tivesse, nem que fosse por momentos, as pernas tortas do Garrincha. Nuno Santos é um leitor exacerbado de Eduardo Galeano, e conhece aquele gol de Garrincha marcado à equipa da Fiorentina, durante num jogo de preparação do Brasil a caminho do Mundial da Suécia.
Na segunda parte a história do jogo continuou mais ou menos
a mesma, mas durante muito tempo sem balizas. A acumulação de faltas ia a
caminho do Guiness, e os cartões amarelos continuavam a brotar como se fossem
cogumelos agraciados pela humidade dos carvalhos. Às vezes havia futebol e os
jogadores distraiam-se. Terá nascido de uma dessas distrações o golo do Porto.
Um golo marcado por um tipo cansado que tinha chegado tarde a casa e entrado
pela janela do segundo andar, situada nas traseiras, única parte da casa sem
arame farpado. O Sporting voltou ao jogo com o Paulinho sempre a abrir espaços
para si próprio, acabando por se cansar na tarefa e nos cansar de o ver cansar-se.
O empate agradava sobretudo ao árbitro e ao sorriso de alívio de Sérgio
Conceição: não é todos os dias que uma equipa cansada e com um orçamento de
muitos milhões e várias soluções, empata em Alvalade. Ou terá sido estrelinha?
PS: Nem dezanove mil em Alvalade? Estranho, não
acham?
a escumalha não apareceu , só os queques ....
ResponderEliminarMeu Caro,
EliminarQueques, só se forem do Norte. Betinhos, dão mais a essa costa. Escumalha há em todo o lado...
Mas, onde estão os adeptos que lotam um Alvalade campeão?
SL
Ora aí está uma excelente posta sobre o jogo de ontem, embora o Sporting tenha empatado por manifesta aselhice e falta de estrelinha.
ResponderEliminarUm abraço
Obrigado meu caro.
EliminarO árbitro nem ao BAR foi beber uma cervejinha com máscara. Nada.
SL
Caro Gabriel Pedro:
ResponderEliminar1 - Apesar de falharmos alguns golos cantados e o Porto somente com um remate à baliza tivesse feito o empate, o Sporting foi, novamente, prejudicado ( para não dizer roubado ) por uma equipa de " padres vermelhos " que tudo fizeram para que o jogo acabasse empatado, por razões óbvias.
.2 - Apesar do propalado cansaço dos jogadores do Porto, os mesmos estavam frescos, como alface, no final dos 90 minutos.
O laboratório que tem sede no Dragão e consegue distribuir Covid por jogadores do Sporting, conseguiu fazer mais um milagre. Podem dizer que estou a insinuar uma situação grave de doping. Pois meus amigos, tenho o mesmo direito de insinuar esta situação, como as dos 4 estarolas " talibãs" do Canal Porto de 3.ª feira, insinuaram, persistentemente ( gastaram quase uma hora a falar do assunto ) que os jogadores do SCP dispensados da seleção, não estavam lesionados, para estarem disponíveis para o jogo do Sporting-Porto.
Quando estes 4 " estarolas " pedirem desculpa pela insinuação, eu também peço desculpa. Mas, de certeza, vou esperar sentado.
3 - Quanto às agressões do Pepe e do seu colega guarda redes, tudo normal. Mas se fosse ao contrário ia ser o fim do mundo. Já tínhamos o " velho condotieri " a bufar por todo o lado, com a comunicação social servil a segui-lo por toda à parte. E é nisto que o Sporting perde. Não tem uma imprensa favorável.
Um abraço
Meu caro,
EliminarFalhamos à Sporting. O árbitro (e o VAR) falharam como é suposto falharem. O resultado das análises ainda não chegou ao adro. Nada que nos demova.
SL
Ainda bem que estás de volta, mas o Sporting foi roubado forte, penaltis e expulsões perdoadas. Cartão de adepto e claques enfraquecidas, não somos todos marginais!!!!
ResponderEliminarSL
PL
Obrigado, mas aqui também não temos cartão de adepto. Somos feitos de Sporting. E e só...
EliminarSL
Caro Gabriel,
ResponderEliminarParabéns pela crónica certeira. Melhor pontaria, só o Pepe no pugilismo. Quanto ao jogo houve um regresso ao velho normal: o Sporting a jogar melhor, mas a falhar; arbitragem desastrosa, mas mais desastrosa para uns que para os outros; e a manipulação do costume pela Comunicação Social.
Ainda assim, é um velho normal que não preocupa. O próximo jogo é com o Ajax, equipa que chega a Lisboa com muitos mais km ou milhas de avião que o Sporting. É aproveitar!
SL
Obrigado, meu caro.
EliminarO novo normal, afinal, é o velho normal. A Oeste nada de novo. Mas estamos cada vez mais imunes. O Ajax que se cuide. Temos muito andamento.
SL
Abençoado regresso!
ResponderEliminarPrecisava de alguém que me explicasse o jogo desta forma para superar a azia...
Bem haja por isso!
Obrigado, meu caro. Nada disto é para se levar a sério.
EliminarOs leitores é que fazem este blogue. Bem haja!
SL
Faz falta o Rui Monteiro.
ResponderEliminar