O Bruno Fernandes foi-se. A sensação de perda é enorme e é maior ainda quando os nossos adversários elogiam o negócio. Eles sabem que vamos ficar mais fracos. Foi um privilégio vê-lo jogar por nós, com a nossa camisola. Muito poucos estiveram ao seu nível, talvez o Balakov. Com ele em campo, tudo era possível, tudo era sempre possível: um remate indefensável, um passe de morte, um livre à maneira, uma arrancada imparável. Devemos-lhes várias vitórias e não mais nos esqueceremos da eliminatória da época passada contra o Benfica na Taça de Portugal: manteve-nos à tona na primeira mão e resolveu na segunda, quando só tínhamos olhos para ele e só dele esperávamos que fizesse o que era preciso fazer.
Enfim, foi-se ou foram-se os dedos e ficaram os anéis. Os anéis ajudam a encontrar os respetivos dedos, mas nada nos garante que sejam os dedos certos, sobretudo quando estamos cansados de trocar dedos certos por anéis e anéis por dedos errados. Talvez seja melhor guardar os anéis e fazer o melhor possível com os dedos que ficam, embora não façam uma mão, uma mão cheia (de jogadores) que permita construir uma equipa, uma verdadeira equipa. A esperança, essa, com ou sem Bruno Fernandes, tem de seguir dentro de momentos e pode ser o Plata, o Camacho ou outro herói improvável qualquer, como o Bruno Fernandes quando chegou de Itália. É a vida, a vida dos clubes, e não há outra para viver.
Vietto ou Wendel poderão fazer o lugar. Vietto jogou muitas vezES, a extremo, onde não rende. Wendel no Fluminense era o motorzinho, tem melhorado nos indices de competividade. No jogo contra os pauliteirosdo Marítimo foi o :"Homem do Jogo"
ResponderEliminarLembro-me muito bem dos comentário bota-abaixo que Bruno Fernandes levou quando chegou de Itália.
É o futenbol e os futeboleiros!
Jpoão Balaia
SL
Caro João,
EliminarO Vietto é daqueles jogadores que não aprecio. Não é mau jogador, só que não é um jogador com posição certa. É demasiado macio e defende pouco para jogar no meio-campo. Num sistema com dois avançados, talvez desse alguma coisa, mas falta-lhe golo e também não iria pressionar a defesa quando perdêssemos a bola. Nas laterais, não é suficientemente rápido nem potente, deixando ainda o defesa à sua sorte. Nesta altura, talvez seja o Wendell aquele que melhor renderá num sistema com três médios a jogar mais à frente. Falta-lhe mais espontaneidade no remate, apesar de não rematar mal.
SL
Caro Rui,
ResponderEliminarO melhor desde Balakov, sem dúvida: Grande jogador e capitão. Como ele disse: não sou leão de berço mas agora sê-lo-ei sempre. A vida continua.
Não esquecer também que esta foi, a par da contratação de Slimani, uma grande aposta com benefícios desportivos e SOBRETUDO financeiros.
Um abraço
Desde Balakov? Jardel, João Pinto, p.barbosa,Nani, William Carvalho, Liedson, Slimani, só para enumerar alguns. Bruno é craque sim mas não há insubstituíveis. O Sporting continuará e outros craques virão.
EliminarCaro Gabriel,
EliminarPara mim, só está ao nível do Balakov. É um grande jogador, um jogador que decide jogos, e foi um grande capitão, numa equipa e num clube em que ninguém assume responsabilidades. Infelizmente, por ser do Sporting, foi perseguido pela arbitragem e pela comunicação social. A pancada que se fartou de apanhar com os árbitros a fazer de conta.
Um abraço
Caro Rui,
ResponderEliminarObrigado pela excelente crónica que resume num parágrafo o que era Bruno Fernandes para os Sportinguistas: era um mágico e o garante de golos e títulos. Foi um privilégio vê-lo jogar pelo Sporting.
Desportivamente perdeu o Sporting e perdeu a liga Portuguesa, que claramente já não tem pedalada para segurar jogadores desta valia (e muito menos dinheiro).
Tendo em conta as circunstâncias é dar oportunidade a outros a ver se algum pega. Igual dificilmente vai ser. Parece-me que até se definir o treinador que vai ser o cerébro a comandar os dedos, mais vale não vender os anéis pela luta pelo 3º ou 4º lugar...
SL
Caro João,
EliminarA liga portuguesa não tem pedalada nem vontade. O LFV sempre disse preferir os dirigentes certos aos jogadores certos. É um campeonato onde predomina a clubite, o fanatismo e a batota. O futebol interessa muito pouco.
No desporto, vive-se de heróis, embora alguns achem que não. O BF foi um herói. No entanto, a realidade tem horror ao vazio e a seguir a ele outro virá. É esse o sortilégio do desporto.
SL
Pois, sim - 0 títulos...
ResponderEliminarMeu caro Sérgio,
EliminarA sua auto-estima anda pelas ruas da amargura e a memória também. O BF ganhou duas Taças da Liga e uma Taça de Portugal pelo Sporting. Nos anos 80 e 90, andamos quase uma década e meia para ganhar uma Taça de Portugal. O Porto no ano passado ganhou "bola", como diz o JJ. Este ano perdeu a Taça da Liga e ia-lhes dando um fanico. Convém não esquecer as nossas conquistas e não as desvalorizarmos. Para isso, temos os adversários.
SL
Rui
ResponderEliminarPosso pegar numa frase sua e mudar-lhe apenas uma palavra?
"Na vida, vive-se de heróis, embora alguns achem que não. O BF foi um herói. No entanto, a realidade tem horror ao vazio e a seguir a ele outro virá. É esse o sortilégio da vida."
Na verdade a grande derrota das ultimas décadas foi a derrota do herói colectivo. Com a nefasta contribuição que muitas práticas pretensamente colectivas deram pela forma como (se) executaram.
No desporto escolhe-se o melhor do mundo mas não se escolhe uma equipe. Pode parecer meio estranho mas acho que o Sporting deu a BF a possibilidade de ele ser um herói. Com tudo o que o clube fez de bom e ... de mau. Está também o clube de parabéns independente dos dirigentes de hoje e de ontem. Acho que foi o próprio quem melhor percebeu isso.
Sol Carvalho
Caro Sol Carvalho,
EliminarA sua interpelação é muito interessante. Na Grécia Antiga, os atletas eram Deuses e como tal eram adorados nas olimpíadas. Hoje, sou capaz de afirmar que os grandes atletas e jogadores de futebol são símbolos de uma ordem (neo)liberal que exalta o individuo (e o individualismo) relativamente à sociedade (lembremo-nos das palavras de Margaret Thatcher sobre a inexistência da sociedade). Esta exaltação, esta procura de sucesso (no Facebook todos sorrimos, os ricos e o pobres), faz com que não sejamos capazes de viver sem heróis, sem símbolos individuais de sucesso.
Como sabemos, todas as realizações são coletivas, mesmo quando parecem individuais. Os homens de ciência, os cientistas, por exemplo, sabem muito bem disso. Neste caso, não haveria Bruno Fernandes sem o Sporting mas haveria e há Sporting sem Bruno Fernandes. Os heróis somos nós, não o Bruno Fernandes. No momento da despedida, de facto, o Bruno Fernandes revelou-se muito lúcido.
SL
Foi-se,Foi-se um Enorme Jogador, um Enorme Homem, um Enorme Capitão...Foi-se sem o titulo de Campeão Nacional, e porquê? Simples...aqui em Portugal só é Campeão quem os árbitros querem, quem é Padre ou quem vai à missa...quem tem meninos queridos em todos os órgãos de decisão,quem assalta a justiça quando esta cegamente lhes é tão favorável, e quando se tem de aturar jornalistas e comentadores ceguinhos que nem distinguem o óbvio! Por tudo isto Bruno nem é enorme é gigantesca-mente enorme, nem cabe em Portugal...Aí não pudera!!!!! SL Viva o Sporting!
ResponderEliminarMeu caro,
EliminarTodos conhecemos as qualidades do Bruno Fernandes. A que mais destaco é de se tratar de um competidor incansável. Para ele, nunca nada está perdido. Também destaco o facto de ser um jogador de uma enorme objetividade. O golo é o objetivo do jogo e ele não desperdiça energias, tudo o que faz dentro de campo visa chegar ao golo. Em certo sentido, tem a mesma mentalidade do Cristiano Ronaldo: detesta perder, acha sempre que tudo é possível e sabe que o objetivo é sempre o golo e é com golos que se ganham jogos.
O Bruno Fernandes não merecia que o obrigassem a continuar a jogar por cá. O que mais irritava era a deslealdade dos adversários. Era uma caça ao homem, com os árbitros a permitirem tudo e mais um par de botas e, deste modo, a provocarem-no o tempo todo. Como é que alguém que leva o jogo a sério como ele leva, que se bate jogada atrás de jogada, não se revoltava ainda mais é uma coisa que ainda hoje me surpreende. Depois, ainda tínhamos a comunicação social a dizer que protestava muito, sem uma única palavra para a forma como os árbitros o tratavam, sem consideração pelo seu jogo.
SL
Nunca a partida de um leão me deixou tão triste e emocionado também porque nunca conheci no Sporting um capitão tão abnegado e empenhado carregando com garra uma equipa para algum sucesso arrancado a ferros. Bruno teria merecido jogar de verde com um plantel mais forte e com outras oportunidades para ser campeão. Bruno merecia ter tido uma equipa que lhe tivesse dado a possibilidade de ser campeão em Portugal. Muitos ainda o vem acusar de ter rescindido como quase todos rescindiram. è pura cegueira de adepto. Depois do que se passou em Alcochete e não havendo garantias da saída de Bruno de Carvalho, qualquer jogador de bom senso teria rescindido. O que eu critiquei nos que não voltaram foi o oportunismo por passada a agitação inicial e o afastamento do BdC não terem renovado aproveitando a fragilidade do Sporting para ganharem mais dinheiro. Ganhar mais dinheiro não é em si nada criticável, o que é criticável é o oportunismo e a falta de ética e princípios. Mas adiante...agora...sei não. Acabámos a 1ª volta mesmo com BF com menos 19 pontos que o líder, agora sem Bruno não sei o que irá acontecer...
ResponderEliminarCaro Vítor Cruz,
EliminarTendo a compreender os jogadores num primeiro momento: o ambiente com o Bruno de Carvalho tinha-se tornado impossível. O que se compreende menos ou não e compreende de todo é num segundo momento, quando era evidente a saída de Bruno de Carvalho, que não tivessem regressado sem qualquer exigência adicional. Desse ponto de vista, o Bruno Fernandes comportou-se de forma exemplar.
É um grande jogador e a sua determinação e sentido de competição constituía um exemplo. Um capitão ou constitui um exemplo ou não serve para capitão. Lembremo-nos por exemplo de um Pedro Barbosa para percebermos bem quem não serve para capitão. A equipa fica mais frágil sem sombra de dúvidas. Agora, como estamos a 19 pontos e sem Bruno Fernandes, espero que a perseguição dos árbitros e VAR seja menos assanhada. Triste quando depositamos as esperanças em não continuarmos a ser perseguidos.
SL
"A esperança,essa, com ou sem Bruno, tem de seguir dentro de momentos e pode ser o Plata, o Camacho ou outro herói improvavel qualquer, como Bruno quando chegou de Itália".
ResponderEliminarPalavras de esperança, não fosse a nossa cor o VERDE.
Bruno, descoberta de JJ, quando chegou, ouviu-se o habitual : muito caro, andou de clube em clube na Itália!
Balakov veio para suplente, segundo Sousa Cintra, o craque era o Careca, o segundo Eusébio.
Ja o genial Chalana dizia :" É o FUTEBOL"
Vai surgir outro craque, foi sempre assim. Provavelmente, como aquela mulher que esteve sempre ali, demoramos tempo a ver,
SL
Caro João,
EliminarA história do Balakov é exemplar. Veio como avançado, para substituir de quando em vez o Gomes, que estava no final da carreira, e afinal era médio. Como o Sousa Cintra disse que o Careca era um cinco estrelas, quando contratou o Balakov disse que era um quatro estrelas. Veio a revelar-se um dos jogadores mais prodigiosos que jogou pelo Sporting. Com muita, esteve mais anos no Sporting e ganhou menos do que o Bruno Fernandes.
Sem o Bruno Fernandes, vamos ter mais olhos para outros. É como diz da mulher do lado. Quando somos miúdos, apaixonamo-nos sempre pelas impossíveis, para descobrirmos mais tarde que a verdadeira paixão estava mesmo ao nosso lado e nós não víamos. Os heróis, os verdadeiros, heróis são os improváveis. Um herói anunciado, por definição, não é um herói.
SL