sábado, 13 de fevereiro de 2016

Ainda bem que jogámos fora!

Não vi o último jogo contra o Rio Ave. Há quase quinze dias que não via jogar o Sporting. Foi um regresso este jogo contra o Nacional. Com o Bruno Paixão e o Manuel Machado pelo meio, foi um regresso ao passado.

Em Alvalade, estávamos feitos. Um árbitro à maneira e uma equipa de feios, porcos e maus são os condimentos certos para o empate. Há qualquer coisa de estóico em onze jogadores permanentemente à defesa. A nenhum jogador passa pela cabeça ganhar o jogo. Aos do Sporting não lhes passa pela cabeça não ganhar o jogo. Com o árbitro a emperrar o jogo, o empate acaba por ser o resultado possível.

Em casa tudo é diferente. O que é estóico parece passar a estúpido. Falta a vontade de não perder. Não se está preparado para defender com estoicismo. O empate serve na mesma, mas convém disfarçar. Disfarçando, deixa-se espaço aberto às trocas de bola entre o Ruiz e o João Mário, com uma ou outra interferência do Adrien. Quando se dá conta, está-se enredado e não se consegue sair com a bola.  Depois chega o Slimani, uma e outra vez.

Deixando jogar o Ruiz e o João Mário, o jogo está sempre meio ganho. O resto faz o Slimani. Um primeiro golo à ponta-de-lança, a prever com décimas de segundo de antecedência onde a bola vai cair e a desmarcar-se e a cabecear para o golo. Depois o lance do três a zero. Aquele lance só lhe acontece a ele. Só ele é que acredita naquela carambola. Teve azar. O remate saiu à trave. O azar dele foi a sorte do João Mário, que a meteu lá dentro. O quatro a zero foi o prémio de consolação. Penalty marcado com a frieza de um Adrien.

A defesa parece recomposta. O Coates não parece estar sempre com um ataque de nervos com a bola nos pés. O Ruben Semedo também não. Só que deste tenho medo. Aqueles excessos de confiança na parte final do jogo deixam qualquer um à beira de um ataque de nervos. O João Pereira está um senhor jogador. Está cheio de moral. A moral em alta não lhe permite, apesar de tudo, centrar para onde deve e como deve. O Zeegelaar não faz a mínima ideia do que seja jogar a lateral esquerdo. É grande, corre com a bola, centra mais ou menos, recua quando se perde a bola e vai-se mantendo atento ao jogo. Nesta altura, estas características fazem dele melhor jogador do que o Jéfferson.

O meio-campo esteve bem. Gostei da paulada do William Carvalho que lhe valeu o amarelo e a dispensa do próximo jogo. Devem ter sido instruções do Jorge Jesus. O Adrien esteve como tem estado esta época, acima das suas possibilidades. Mais um penalty, mais um golo. Desta vez a coisa esteve para dar para o torto. O João Mário esteve magnífico. É pena que marque quase sempre mal as bolas paradas. Merecia melhor sorte e que alguém lhe ensinasse a fazê-lo.

O ataque esteve bem. Esteve o Slimani e o Ruiz. Normalmente, os dois bastam. O Mané acompanhou-os. Aquela mania de arrancar uma dúzia de vezes e tentar passar por todos até perder a bola, começa a irritar. Sobretudo porque a equipa fica exposta aos contra-ataques quando perde a bola. Não sei se é defeito ou feitio. Se for feitio, prefiro o Gelson Martins.

Agora toca a descansar e a preparar o jogo contra o Boavista. Pelo caminho é preciso dar ritmo aos suplentes contra o Bayer de Leverkusen. O Teo, o Barcos, o Aquilani, o Matheus, o Esgaio o Schelotto precisam de mais oportunidades. Pelo caminho, façam o favor de não nos arranjarem mais jogos-treino na Europa.

4 comentários:

  1. Caro Rui,

    De acordo quanto ao jogo na Madeira: parece que é sempre mais fácil quando o adversário tem de fingir que não usa a táctica do autocarro. Para desespero de comentadores e afins, parece que os jogos mais difíceis se tornam fáceis e vice-versa (felizmente muito esporádico).

    Dito isto espera-se um jogo muito difícil com o Boavista. Ainda assim permita-me discordar da estratégia com o Bayer: eu arriscava neste jogo (até por ser em casa) e apostava em pelo menos uns 7/8 jogadores da equipa-base; se não levasse uma vantagem de pelo menos dois golos, aí sim, poupava os titulares todos do passeio à Alemanha.

    Isto sou eu, o treinador deve ser racional e a verdade é que temos menos de 1/3 de probabilidades de ganhar aos Alemães e neste momento mais de 1/3 de probabilidades de ganhar o campeonato. Hoje a matemática não sustenta a minha sugestão.

    SL,

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    1. Meu caro João,

      O problema é se conseguimos dois de vantagem. Lá temos que continuar com esta brincadeira. Vale mais nem arriscar.

      Um abraço

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  2. Concordo Caro Rui,

    Espero que não tenhamos o azar de passar a eliminatório, pois nessa altura os jogadores também vão "querer mais e mais".

    Acho que se os alemães vierem calmos vamos conseguir conciliar um bom resultado para ambas as partes: uma saída digna do SCP e a passagem "sofrida" do Leverkusen. O Voeler disse que o Bayer quer chegar longe e isso não nos preocupa.
    Abraço,
    Paulo.

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    1. Caro Paulo,

      Já escrevi tudo o que tinha a escrever sobre o papel das equipas portuguesas nas competições europeias. A única coisa que interessa é o "guito". Esta competição nem "guito" dá.

      Assim, vale mais não perder a concentração e o foco no que é importante. Este ano temos uma oportunidade como há muitos anos não tínhamos de ganhar o campeonato. Nada nos deve distrair desse objectivo.

      Um abraçp

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