O que sempre impressionou nas equipas de Jesus é o posicionamento da defesa, quase sempre em cima da linha do meio-campo, e a sua capacidade de ir avançando e recuando em função da maior ou menor liberdade do jogador adversário que tem a bola e das desmarcações dos adversários para a suas costas.
Ontem, viu-se tudo isto contra a Roma.
Com a bola, o adversário fica com o campo curto. Agora, isto implica uma enorme disponibilidade dos avançados para pressionarem a saída da bola pela defesa e recuarem quando os adversários conseguem passar. Implica uma enorme atenção dos defesas centrais. O mínimo deslize e abrem-se trinta metros para qualquer avançado correr isolado para a baliza. O Ciani cometeu esse deslize na África do Sul e levámos logo um golo.
Os extremos parecem jogar mais por dentro. Abre-se mais espaço para os laterais. O Jéfferson para dispor de capacidades para aproveitar; o João Pereira não. Este modelo também parece deixar os dois médios mais protegidos. No Benfica, o meio-campo estava sempre em desvantagem. Quando o adversário saía com rapidez, o trinco e os centrais ficavam entregues a si próprios. No Benfica dava para cortar esses lances à morteirada, sem riscos de expulsão. No Sporting não será assim.
O ataque vive de bolas paradas e de transições rápidas, após a recuperação rápida da bola. A equipa mete muito jogadores dentro da área quando ataca. Aliás, só mete lá a bola quando estão reunidas essas condições.
Este modelo de jogo tem tudo para asfixiar as equipas pequenas, sobretudo em Alvalade. Com as equipas melhores vai ser mais difícil. Ontem, contra a Roma, ganhámos com essas qualidades. Vamos ver se essas qualidades superam os defeitos – ou os riscos – quando tivermos que jogar a sério contra equipas como a da Roma. Não vemos ter de esperar muito. É só esperar pelo próximo fim-de-semana.
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