domingo, 19 de abril de 2015

A encher chouriços e mal

Estabilizada a classificação do Sporting e de muitas das restantes equipas do campeonato, este jogos, como o de hoje, contra o Boavista, servem para encher chouriços. Os jogadores andam entretidos a ler jornais para verem o que lhe reserva a próxima época. Os treinadores fazem o que podem. Admito que o Marco Silva tenha de pedir por favor aos jogadores para se equiparem e entrarem em campo.

 O jogo começou da melhor maneira. Marcámos o golo mais rápido da época. Se outro título não tivermos, este já cá canta. Nem encomendado se arranjava um início de jogo melhor. Mas, no Sporting, nada é linear. Depois de marcarmos horrivelmente um livre à entrada da área, permitimos que o Boavista saísse a jogar. Os jogadores do Boavista aos trambolhões levaram a bola até à nossa área. Nessa jogada, recuperámos a bola para aí umas três vezes e três vezes a voltámos a perder. De ressalto em ressalto, lá acabou o rapaz mais jeitoso do Boavista por marcar o golo do empate.

A partir daí, entrámos no modo passo de caracol e não mais saímos dele. O Marco Silva ainda tentou acordar a rapaziada com a entrada do Slimani. Mas ninguém estava para maçadas. A acabar a primeira parte, numa espécie de contra-ataque, o Jéfferson sem perceber muito bem onde estava deixou passar a bola e o Tobias Figueiredo acabou, ingenuamente, a derrubar um pequenito do Boavista que se preparava para passar a bola ao Patrício. Expulsão do Tobias Figueiredo e remate no consequente livre à barra. Contra o Penafiel as coisas ainda correram pior. Depois da expulsão, na marcação do livre, sofremos um golo.

Na segunda parte tudo apontava para um jogo ainda pior. O Boavista não defraudou ninguém. Mesmo a jogar contra dez, recuou as tropas e defendeu com tudo o que tinha. Nós continuámos a passo de caracol e parecíamos querer continuar a cumprir o que tínhamos prometido na primeira parte. Estávamos nisto quando o Carrillo sacou um daqueles cruzamentos milagrosos que vão milimetricamente ao encontro da testa do Slimani.

Com o dois a um, as coisas podiam mudar. O Boavista tinha obrigação de atacar e nós teríamos mais espaço para o contra-ataque. Nada disso aconteceu. O Boavista queria, mas não podia. Nós podíamos, mas não queríamos.

Se este jogo foi mau, esperem pelos seguintes. O campeonato português é assim mesmo. Antes de começar a classificação está feita. Durante algum tempo, ainda se vai acreditando que nada está pré-determinado. A partir de certa altura, todos se conformam com a sua sorte e os jogos são um simples exercício de encher chouriço. O futebol português caracteriza-se por este permanente aborrecimento.

7 comentários:

  1. Ah meu caro Rui Monteiro, terá esquecido o "chouriço" que foi acabado de encher aos 33 minutos e fui colocado no "fumeiro"! Será que se esgotou a paciência do "enchedor de chouriços"?!...

    Adormeci a ver o jogo. Será "alzheimer" ou "chouriços" a mais?!...

    Abraço e até p'rá semana.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Meu caro,

      Só não adormeci porque estava no café. Estes jogos servem para provar também que as alternativas aos titulares nunca foram muitas.

      A jogar contra dez o Boavista ainda passou a jogar pior. Se é que isso é possível. Contra onze, sabem que estão ali para defender e mais nada. Contra dez, às vezes, ficam na dúvida.

      Um abraço

      Eliminar
    2. "as alternativas aos titulares nunca foram muitas"

      A sério???? Quem diria!!

      No jogo da Taça da Liga o Sporting também só marcou a 10 minutos do fim após estar reduzido a 10, depois da expulsão do... Rosell. Há coisas que nunca mudam. Mas o culpado é o Marco (ou o desgraçado que vier a seguir), porque não devia ter metido este "craque" neste jogo. Ou então não o devia ter tirado, porque o desmoraliza. Se não é do cu é das calças, porque pedir à brunecada para usar a cabeça, é pedir de mais. Qualquer "matreco" que tenha vindo pela mão deste presidente tem de ser bom à força, e se o treinador não conseguir fazer evoluir cepos, pois vai o treinador borda fora. E está este clube reduzido a esta cambada de aldrabões e dos putos que vão na conversa deles.

      Eliminar
    3. Meu caro,

      A frase que retirou do "post" na melhor da hipóteses pode ser um crítica às contratações. Não sei como é que vê nela uma crítica ao treinador.

      SL

      Eliminar
  2. "O Boavista queria, mas não podia. Nós podíamos, mas não queríamos."

    É isto mesmo (mais o último parágrafo).
    Muito, muito mau.

    Marco Silva terá de perceber que até ao final do Campeonato e na final da Taça já não haverá mais Penafieis ou Boavistas.

    35 mil adeptos em Alvalade. De que raça somos feitos?
    Devia ser caso de estudo.

    um abraço

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Bilhetes a oito euros para sócios, em qualquer sector do estádio. É essa a "raça" de que somos feitos.

      Mas confesso que estive quase a ir-me embora ao intervalo, porque já estava às cabeçadas durante a primeira parte, de tanto sono que o jogo me deu.

      Eliminar
    2. Meus caros,

      Impressionou-me o número de espectadores, seja qual for o preço. Mesmo de borla, as pessoas têm que se mobilizar para ir ao estádio. É sempre mais confortável ficar em casa, mesmo para quem mora em Lisboa.

      Por essa razão, os jogadores têm que fazer muito mais. Os adeptos querem futebol e é por eles que se lhes paga o salário. O Marco Silva tem um teste à sua liderança.

      SL

      Eliminar