terça-feira, 12 de novembro de 2013

É Proibido Proibir Falar de Arbitragens



Concordo, como de costume, com a abordagem do jogo feita pelo Rui Monteiro. Não desgosto da imagem da nossa equipa de «feios, porcos e maus», desde que no fim, mesmo com menos um braço, com um tiro na perna e saliente falta de dentes, matem o “artista”. Mas…começo a ver muitos pistoleiros escondidos um pouco por todo o lado.

Agradeço também o facto de o Rui não ter insistido em falar no desempenho do Sr. Árbitro. Digo isto, primeiro, porque parece que não devemos falar de árbitros uma vez que já fomos supostamente beneficiados e, portanto, agora podemos (e decerto deveremos) ser prejudicados até ao fim da época...e tudo isto muito caladinhos. Isto segundo opinião expressa pelos entendidos em arbitragens, benefícios & roubalheiras ali dos lados da Luz. Roubar sim, desde que seja tudo muito silencioso e higiénico, caso contrário é populismo e demagogia.

Segundo, também não devemos falar em arbitragens, conforme o sr. Sobral, de quem em seguida falaremos um pouco mais, porque «produzidas neste tom, estas críticas desgastam a imagem da indústria-futebol […]», arrisco acrescentar que isso poderá influenciar os mercados, fazer-nos derrapar para “lixo abaixo do pior lixo”, fazer subir os juros da nossa dívida e arrastar-nos para um novo resgate.

Acrescenta o douto sr. Sobral, que, entre outras coisas, foi coordenador da secção «Benfica» no diário desportivo português «A Bola» (o que por si só já é uma referência de luxo),  que estas críticas «não trazem qualquer resultado positivo e impedem, neste caso, que se saliente o óbvio: o excelente trabalho que Leonardo Jardim está a fazer em Alvalade, ajudado por um grupo de jogadores que continuam a crescer. Mais erro menos erro. Mais fora-de-jogo menos fora-de-jogo». Assim, para não prejudicar o crescimento da nossa equipa, o melhor é deixá-los ir indo, sendo roubados e espoliados, mas sempre esforçados e honrados, enfim, do melhor que se produziu durante o Feudalismo e se aprimorou na Revolução Industrial em termos de política laboral. 

Também não podemos falar desses senhores árbitros, em quarto lugar, porque de outro modo ainda poderíamos ser acusados, por uma qualquer Sociedade Protetora De Uma Coisa Qualquer, por exemplo de árbitros, de perseguição e desumanidade. Uma sociedade como aquela que parece ser representada pelo senhor Luís Sobral quando diz que «não houve qualquer onda de compreensão face aos erros de Duarte Gomes, que existiram”. Poderíamos sossegar e pensar que: «este Sobral é mesmo um verdadeiro defensor dos injustiçados e dos oprimidos». Isto se não continuássemos a ler a crónica deste distinto “qualquer coisa” (pois que pela retórica já deve ser um ex-jornalista) e lermos que «no dérbi, por exemplo, o erro mais visível de Duarte Gomes foi não ter assinalado grande penalidade sobre Luisão». 

Certo da sua verdade, o Sobral, encarnação sofrida da ONG defensora da verdade desportiva, arrisca um pouco mais quando retoricamente questiona: «os árbitros erram e acredito que possam ser influenciáveis. Todos somos, não é?». Diz ele, inventor do Maisfutebol, funcionário da Média Capital, escolhido por esse guru da arte de influenciar, o José Eduardo Moniz. Só retórica, porque de seguida acrescenta que «não acredito que (os árbitros) desejem prejudicar este clube, aquele dirigente, o outro treinador. Não acredito, embora esteja disponível para ser convencido do contrário. Tragam as provas».

Ora bem caro Sr. Sobral, ao contrário de V. Exª, não sou repórter de investigação, nem mesmo jornalista, nem nunca fui diretor de um qualquer meio de comunicação, a esses sim pode pedir isso. O que lhe posso dar para que melhor perceba o que é isso de ser influenciável, parcial e hipócrita é a sua própria crónica e a sua própria carreira profissional. Relei-a, reveja-a e faça a sua autocritica. 

6 comentários:

  1. «Não estou a olhar para lá. (...) Eu não estou a ver porque não estou a olhar para lá.»
    Rui Gomes da Silva, recusando ver o lance em que André Almeida desvia com o braço um remate de Carlos Mané, junto à baliza benfiquista, falta que ficou por sancionar devido a um erro grosseiro do árbitro Duarte Gomes - Exatamente o mesmo que Duarte Gomes féz!!
    - Mais provas Luis Sobral?
    - Já se esqueceu do roubo escandaloso do Capela?
    - Tem por vezes acontecido que um árbitro cometa um erro favorável ao Sporting, mas quando em confronto direto com o slb ou o fcp, os erros são sempre para o mesmo lado. Pode ser comprovado cientificamente!
    Basta que o Luis Sobral ou o seu amigo "manhoso" façam uma estatistica dos ultimos 20 ou 30 anos sobre os erros de arbitragem nos clássicos!

    SL

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  2. "coordenador da secção «Benfica» no diário desportivo português «A Bola»" - isso não é um pleonasmo?

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  3. Esse sobral é escumalha da pior espécie! Como é que se pode combater/conversar com talibãs deste calibre? Não pode...infelizmente esta gente só percebe um tipo de "linguagem"! Estaremos nós capazes de lhes fazer frente com as mesmas armas?

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  4. Este sobral, não é parvo, não é estúpido, cumpre apenas a sua missão. Dá-me vómitos!...

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  5. estes lagartos são uma cambada de frustradose doentes ,,parece que não aprendem ,,só quero ver em que lugar da tabela vão ficar ,,e com quem se vão cdesculpar....

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  6. Caro A.Trindade

    gostei muito do seu post. Sigo este blog há muito tempo, e sou um assíduo leitor (ou melhor, era) das crónicas do Luís Sobral. É incrível como Luís Sobral e seus discípulos (Luis Mateus, etc...) falaram do jogo de sábado. Tinha alguma consideração por estes jornalistas. Fazem boas análises. São pessoas inteligentes. A verdade é que a inteligência nunca foi, nem será, sinónimo de honestidade. No fundo colocamos a nossa inteligência ao serviço daquilo que queremos, do que dá mais jeito. Menos as pessoas honestas. Essas sabem que, infelizmente, às vezes temos que admitir e fazer o que não queremos ou desejamos. Pois e isso é uma grande chatice. Mais do que isso, pode custar uns trocos, directa ou indirectamente.
    Gosto de pensar que há mais pessoas a pensar como eu. E este seu post fez-me isso mesmo. Obrigado.

    SL

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