sábado, 31 de março de 2012

Tudo por tudo contra a História…

Sou, confesso, um veterano politraumatizado das dramáticas noites europeias do Sporting ao longo dos últimos 25 anos, como…

 

… 86/87 UEFA, contra o Barcelona, com o golo de Roberto nos últimos dez minutos a salvar o Barça, numa eliminatória que o Sporting podia ter resolvido momentos antes num chapéu falhado de Fernando Mendes que nos daria o 3-0…


... 89/90 UEFA, contra o grande Nápoles de Maradona, empatando os dois jogos a zero e perdendo nos penalties, depois de Ivkovic ter ganho a aposta de 100 dólares ao génio argentino por defender o seu penalty...


… 94/95 UEFA, contra o Real Madrid, em que, depois de perdermos 1-0 em Madrid acertando 3 bolas nos postes (!), ganhamos 2-1 em Alvalade com Juskowiak nos minutos finais a atirar ao poste, rolando a bola cruelmente pela linha de baliza com Cadete a assistir (isto, claro, além de dois penalties indiscutíveis por assinalar contra os blancos)…


… 95/96 UEFA, contra o Rapid de Viena, com o golo dos austríacos que ditou o prolongamento a surgir nos últimos segundos do jogo, num remate de meio campo - o sempre científico Professor Queiroz decidiu, então, proceder a rigorosos testes de visão a Costinha, o que, como se sabe, melhorou bastante o seu desempenho…


… 2001/02 UEFA, contra o Partizan. Depois de perder em Alvalade por 3-1, o Sporting ganhava por 3-1 em Belgrado, quando Nicolae, já nos descontos, atirou ao poste, naquele que poderia ter sido o golo decisivo da eliminatória (depois, no prolongamento, foi o que se sabe…);


… 2005/06 UEFA, contra o Halmstad, em que, nos descontos e na sequência de uma saída suicida de Nélson, sofremos o golo que nos conduziu a mais um prolongamento de pesadelo, onde conseguimos estar em vantagem na eliminatória, para, quase no fim, acabarmos por perder ...


… 2007/08 Liga dos Campeões, contra a Roma, na fase de grupos, com o empate que ditou praticamente a nossa eliminação a surgir nos descontos na sequência de um remate de longe que tabelou em Polga, após um banho de bola leonino e um golo mal anulado a Liedson que nos daria o 3-1;


… 2009/10, Liga dos Campeões e UEFA, contra a Fiorentina e o Atlético de Madrid, empatando os 4 jogos, em eliminatórias equilibradas decididas por detalhes – nomeadamente, arbitrais, como as expulsões de Tonel ou de Vukcevic…


… 2010/11, UEFA, contra o Glasgow Rangers, empatando igualmente os dois jogos, com o golo dos escoceses que ditou o nosso afastamento a surgir nos descontos…


Do lado positivo da balança, recordo os golos decisivos de Djáló e "de" Rui Patrício nos segundos finais dos jogos contra o Brongby e Twente e... claro, sobretudo aquele momento único do Miguel Garcia no inesquecível desafio de Alkmaar… Tudo para depois perdermos a final em casa contra o CSKA, onde, num minuto que parecia ter saído de um argumento de um filme não sei se dramático, de comédia, ou de terror, …. o Nicolae e o Rogério, a meio metro da linha de golo, em vez de empatarem o jogo (seria na altura o 2-2), se empataram mutuamente acabando por acertar no poste, com a bola a deslizar na linha até ao guarda redes russo que, não satisfeito, lançou de imediato o contra-ataque fatal onde sofremos o definitivo 3-1…


O lastro negativo é enorme, mas, na longínqua Ucrânia, Sá Pinto e um punhado de leões tentarão desafiar o destino, provando que, como dizia Henry Ford, "A única história que vale alguma coisa é a história que fazemos hoje."

quinta-feira, 29 de março de 2012

Deus vestido à Sporting

Não me parece que Deus seja do Sporting. Se fosse, o árbitro não tinha marcado penalty, inventando, isso sim, um fora-de-jogo, um pé em riste do avançado, uma simulação do adversário com direito a amarelo e tudo ou uma mistura destas alternativas. Se fosse, não permitia que o melhor guarda-redes do Mundo acabasse por fazer penalty. Se fosse, tinha expulsado o defesa no Metalist quando fez falta sobre o Matias. Se fosse, tinha feito com que o Wolfswinkel, após receber a bola do Jéffren, a passasse ao Matias que lha devolveria para sua desmarcação para o meio da área dando o terceiro golo. Se fosse, o Carrillo não se tinha desviado do pé do adversário e tinha-se estatelado na área.

Não me parece que Deus seja do Sporting, porque se fosse ao contrário era tudo isto e mais alguma coisa que tinha acontecido. Nós sabemos que seria assim.

Pode ser que Deus esteja escrever direito por linhas travessas. Também pode ser que Deus não queira nada com o futebol, sobretudo com o futebol português. Talvez Deus não queira que tenhamos o Céu na Terra ou que de tanto sofrer nos queira garantir o Céu.

Não. Nós sabemos que Deus trata todos por igual. Espero que na próxima semana assim continue, mas com a nossa camisola vestida.

quarta-feira, 28 de março de 2012

Voltar atrás no tempo

Fui dos que estive em Alvalade na final da Liga Europa contra o CSKA. Fui, do Porto, com o Júlio Pereira e com outro amigo. Pagámos por um bilhete o que não se paga no Metropolitan Opera House. Saímos da lá com um grande melão. Um clube como o Sporting tem muito poucas oportunidades destas para vencer uma competição europeia. Ficámos com a sensação que aquela oportunidade era irrepetível.

Estamos nos quartos-de-final, muito longe, por isso, de poder voltar a ter essa oportunidade. Mas também é verdade que ela é mais possível hoje do que era há menos de um mês. Ir a Bucareste era uma forma de fazer o tempo voltar para trás e concluir um trabalho que deixámos inacabado em 2005.

Eu penso nisso. Espero que o Sá Pinto e os jogadores pensem nisso também amanhã.

terça-feira, 27 de março de 2012

Contas de um Calvário

«Um dia mais. Outro dia, outro destino, esta estrada sem-fim para o Calvário.»

(do personagem Jean Valjean, no musical da Broadway "Os Miseráveis")


O meu forte não são os números, como já aqui mo lembraram (nessa altura a propósito do avassalador tempo de posse de bola do Sporting em Setúbal) mesmo assim, arrisco.

Na jornada 19 estávamos a 16 pontos do então líder (SLB 48 pontos, SCP 32 pontos). Daí para cá, esse “gigante de pés de barro”, perdeu dez (10!!) pontos em seis jornadas e, cumprindo a nossa obrigação, pois não tivemos jogos contra nenhum "grande" e aquele que se pensaria como o mais perigoso adversário, o Vitória de Guimarães, até foi despachado com cinco secas, deveríamos estar agora a apenas seis pontos deles.

Eu sei que é pouco consolo e que como as coisas estão, principalmente com um Braga até agora imparável, isso representaria “apenas” estar mais perto do terceiro lugar do SLB. Mas lembro que esse foi o objectivo de recurso entretanto traçado.

Estaríamos pois a seis pontos do acesso à liga dos campeões, e isto em vésperas de duas jornadas importantes em que o nosso concorrente directo por esse 3º lugar (agora o SLB) jogaria com o líder do campeonato e logo de seguida se deslocaria a Alvalade. E o que digo para o SLB, poderia dizer para o FCP, outro candidato ao terceiro lugar, com uma diferença de apenas um pontinho mas igualmente com os mesmos jogos ainda pela frente.

Assim, candidamente pergunto: era ou não possível ter feito um pouco mais em Setúbal e Barcelos? Era ou não possível sonhar um pouco mais?

sábado, 24 de março de 2012

Matar o tempo

Nunca um jogo de futebol serviu tão bem para matar o tempo como este contra o Feirense. O tempo saiu combalido, mas resistiu. Não morreu, mas vai ter que avançar uma hora. Só é pena que não tenha avançado essa hora entre o golo e a entrada do André Martins.

Os rapazes do Feirense são uns pândegos. Batem em tudo, em todos e em qualquer lugar. Dentro ou fora da área, em jogadas com ou sem perigo, batem sempre. Vão-se revezando. Agora, nenhum deles pode sair de campo sem, pelo menos, um amarelo.

Não sei o que diga de nós. Quando entrou o Carriço suspirei de alívio. Vendo o Renato Neto, começo a suspeitar que o Carriço é um trinco de eleição. Depois vão-se vendo os jogadores a cair como tordos; e os que não caem parecem sempre no limiar do coma. Escapa o Izmailov, embora estejamos sempre à espera que se desatarraxe uma peça qualquer.

Salvou-nos o miúdo André Martins. Quando nos imaginava num sufoco nos últimos dez minutos, o André Martins desatou a passar a bola com acerto. Nessa fase, quase que comecei a suspeitar que o futebol não nos fosse um desporto completamente estranho

quinta-feira, 22 de março de 2012

No final perde o Sporting

Há três tipos de sportinguistas. Os que consideram que se jogarmos melhor ganhamos e que os árbitros são uma desculpa. Os que consideram que não ganhamos por causa dos árbitros. Os que consideram que temos que jogar melhor, mas com a arbitragem como está não é possível ganhar o campeonato.

Os primeiro são os que acreditam que os bebés vêm de Paris transportados por uma cegonha. Mas dão ares de grande “fair play” e superioridade moral. Os segundos estão tão preocupados com os árbitros que nem prestam atenção ao jogo. Irritam-se o tempo todo.

Estou entre os terceiros, mas se tivesse que escolher entre os dois anteriores, estava nos segundos.

Temos que ser melhores. Se não formos os melhores não ganhamos. O Porto e o Benfica, sobretudo o Porto, não precisam disso para nada. O Poto ganha, seja lá como for, e por isso é melhor. Sendo melhores, ganhamos mais vezes. Sendo melhores, disporemos do apoio da opinião pública. Sem esse apoio, dificilmente se muda a atitude dos árbitros.

Agora, temos que resolver o problema da arbitragem. Sem isso nada feito. Não interessa se temos os melhores jogadores ou treinadores do mundo. As profecias dos árbitros, transformadas em boicotes, cumprem-se: a bola é redonda, são onze de cada lado e no final perde o Sporting.

terça-feira, 20 de março de 2012

Uma questão de ideias

É tudo uma questão de ideias.
O árbitro, por exemplo, é um reconhecido idiota, não lhe faltam portanto ideias. Debita ideias e decisões idiotas ao ritmo do seu arfar.

Já ao futebol do Sporting, quando falta espaço, começam a faltar ideias.
Provavelmente estou também eu a ser idiota, mas acho que ao nosso futebol nos falta uma ideia de jogo. Principalmente quando o jogo pede, não uma reacção, mas sim uma intervenção. Por vezes parecemos mais reactivos do que proactivos (excepto o Sá Pinto "Rei Leão" que ontem não reagiu mesmo tendo razões de sobra para ir às trombas aquele "morcão").

Será portanto preciso alguém com ideias para construir uma equipa com uma ideia de jogo, com um estilo, com um objectivo. Enfim, uma equipa que mesmo quando as suas individualidades não tenham ideias, se sobreponha a ideia do colectivo... e vice-versa.

segunda-feira, 19 de março de 2012

Um não jogo

Um jogo tem regras. Sem regras não é um jogo. Pode ser outra coisa qualquer. Como passa na televisão, pode ser um “reality show”. Agora, jogo não é com certeza. Não sendo um jogo, não tenho nada a dizer sobre ele.

Não vale a pena falar do Bruno Paixão. A culpa não é dele. A culpa é quem permite que continue a arbitrar época atrás de época.

Enfim, a solução passa pela greve dos clubes pequenos e dos árbitros. Essa é que era a boa solução. Não sendo possível, talvez valha a pena pensarmos em fazer greve. Sempre nos podiamos poupar para os jogos que são jogos na Liga Europa.

domingo, 18 de março de 2012

Alma de Leão


Valeu a pena? Tudo vale a pena,

Se a alma não é pequena.

Quem quer passar além do Bojador,

Tem que passar além da dor.

Deus ao mar o perigo e o abismo deu,

Mas nele é que espelhou o céu.


(Fernando Pessoa)

quinta-feira, 15 de março de 2012

Ganhar à Sporting

Ganhámos à Sporting. Transformámos o difícil em fácil e o fácil em difícil. Acabámos com o coração nas mãos. Mas o Rui Patrício merecia que tudo acabasse como acabou, com um duelo que ganhou. Se não o conheciam, tão cedo não o vão esquecer.

Quanto ao resto, bem, o resto interessa muito pouco. Agora, com o Izamailov e o Matias a jogar como estão, se fosse aos adversários começava a ter medo. Muito medo mesmo.

quarta-feira, 14 de março de 2012

Uma reforma estrutural, adenda

A reforma estrutural que ontem enunciei está muito bem na generalidade. Precisa, como alguns leitores referiram, de um certo afinamento na especialidade.

Em primeiro lugar, é preciso acautelar a competitividade do campeonato nacional. Não se pode somente hierarquizar os clubes por sorteio. É necessário, por sorteio, determinar os resultados e não as classificações. As classificações devem decorrer dos resultados. Mais, tenho para mim, que os resultados por sorteio não seriam muito diferentes daqueles que resultariam dos próprios jogos. É que, hoje, os resultados também dependem do mesmo tipo de lotaria. Da lotaria dos árbitros, mas, mesmo assim, de uma lotaria. Esta nova modalidade parece-me, apesar de tudo, mais transparente.

Em segundo lugar, é preciso encontrar um papel relevante para os árbitros. O nosso campeonato é um campeonato de árbitros e sem eles não se consegue encontrar uma narrativa coerente para a classificação. Assim, antes do sorteio dos resultados, os árbitros, designados para os jogos, inventavam as faltas, os cartões amarelos, as expulsões e por aí fora. É uma atividade a que se dedicam com afinco e não há nenhuma razão para não a continuarem a fazer. Em função dessas invenções é que se efetuaria o sorteio dos resultados. Há “software” que pode ser desenvolvido para o efeito.

Em terceiro lugar, é preciso que os dirigentes mantenham o seu papel. Com os resultados determinados, como até agora, pelas invenções dos árbitros, podiam continuar a fazer declarações para a comunicação social. Isso permitiria continuar a alimentar, de vez em quando, os “blackout”, a reação corporativa dos árbitros e todo o foguetório que constitui a dimensão mediática do nosso campeonato.

Em Portugal, o que atrapalha o futebol são os jogadores, os treinadores e a bola. Eliminados esses bloqueios, tudo ficaria na mesma, mas para melhor. Pelo caminho mantinha-se a componente mais importante deste espetáculo: o Totobola. A Santa Casa da Misericórdia agradece.

terça-feira, 13 de março de 2012

Uma reforma estrutural

A Liga, pelos vistos, decidiu que não há descidas de Divisão. Penso que não se foi tão longe quanto se devia. O caminho é o caminho certo, mas falta ambição.

Esta medida deve manter-se para o futuro. Em nenhuma circunstância, um clube deve descer de Divisão. Como não se desce de Divisão também não faz sentido disputar uma série de jogos. No mínimo, seria uma maçada. Assim, só se efetuariam jogos entre as equipas que disputam o título: o Sporting, o Benfica, o Porto e o Braga. As outras seriam hierarquizadas por sorteio.

Somos muito piegas. Nunca levamos as coisas até ao fim. Isto, sim, é que permite ir além da troika. Isto é que seria uma verdadeira reforma estrutural.

domingo, 11 de março de 2012

Descobrir o óbvio

Às vezes, descobrir o óbvio torna-se num exercício muito difícil. Com a lesão do Rinaudo, optou-se por andar à descoberta de um trinco que fizesse as vezes dele, quando a solução mais simples seria a de fazer recuar o Elias e o Schaars. Nós dissemo-lo. Muitos outros também.

Hoje viu-se a diferença. Aquilo que parecia um problema inultrapassável, transformou-se num falso problema. Deixámos, simplesmente, de ter problemas na saída da bola; saímos em transições rápidas quando foi o caso; outras vezes saímos em jogo mais planeado. Como o Elias, ainda por cima, é um jogador rápido pode adiantar-se mais e com isso ajudar a jogar a equipa a trocar a bola em zonas mais avançadas.

Com algumas equipas, esta táctica pode ser arriscada. Com a maior parte das equipa do campeonato, jogar de outra forma é dar tempo e confiança ao adversário (o Guimarães só teve duas oportunidades: uma oferecida pelo Polga – o Incrível – e outra pelo árbitro). Mais, com três matraquilhos a trocar a bola atrás, mais fácil se torna pressionar-nos e, assim, mais fácil se torna oferecermos uma ou outra balda.

Enfim, quando se deixa de complicar o resto até parece fácil. Duas notas finais. Primeiro para o Jéffren. Se não fossem as lesões podia ser, porventura, a nossa melhor aquisição deste ano e uma das melhores de sempre. A segunda para o Sá Pinto. Continuo a olhar para ele desconfiado. Detesto aquele ar beto de suspensórios. Mas parece que começa a ver o que sempre foi evidente. O Sporting tem bons jogadores e é uma boa equipa.   

sexta-feira, 9 de março de 2012

Mais Sporting

Não jogamos mais do que eles. Agora, jogámos mais do que eles. Se outra razão não houvesse, porque simplesmente ganhámos. Mas muitas boas razões houve para além dessa.

Pressionámos bem. Marcámos bem. Enfim, defendemos bem. Praticamente não permitimos uma única oportunidade de golo. Muito poucas equipas se podem dar ao luxo de fazer o que fizemos ao Manchester City.

No ataque continua a haver uma certa falta de agressividade e presença na área. Há alturas que andamos com a bola para trás e para a frente a fazer cócegas à defesa contrária. As triangulações entre o Matias, o Izmailov e o João Pereira têm a vantagem de nos permitir ter a bola sem a perder, mas raramente sai dali uma jogada de perigo.

O Sporting é uma boa equipa. Os jogadores precisam de alguém que o leve a acreditar nisso. Essa crença é meio caminho andado para o serem. Acreditar no que se é faz parte do ser.

quinta-feira, 8 de março de 2012

Surpreendam-nos

O estado de espírito não é o melhor. Muitos, só esperam que não se faça muito má figura neste embate com o Manchester City. De preferência, que não se faça tão má figura como o Porto.

Não é um bom ponto de partida. Quando assim é, as coisas ainda costumam correr pior do que se previa. Esperemos que este não seja o pensamento dos jogadores e equipa técnica. No fundo, não se têm grandes expectativas, logo não há nada a perder. Façam, portanto, o favor de nos surpreender.

terça-feira, 6 de março de 2012

Homonímias

Nem tudo o que de mal dizem de nós resulta das gralhas do Polga. Também resulta do Gralha e dos comentadores-gralha. Mesmo assim, de todos, o substantivo próprio releva mais do que os substantivos comuns.

domingo, 4 de março de 2012

No drama, but a whole heap of uncertainty


1. O futebol é prodigo nisto. Nesta bipolaridade em que um dia o Sporting é uma equipa “mandona” e “Sá Pinto um invencível”, para no dia seguinte “serem todos uma merda”. Claro que o futebol só tem a expressão que tem graças a esta emotividade. Dos anos que levo disto, acho que em geral o sportinguista é mais fatalista (tudo nos acontece!), o benfiquista mais estérico (ora são os melhores do universo, ora rasgam o cartão), e o portista…mas quem é que é portista? Os poucos que conheço, nem sabem onde fica o estádio.

2. Nem os jogos anteriores foram assim tão bons, nem o de ontem foi assim tão diferente dos anteriores. Mesmo a arbitragem, não foi muito pior do que se tem visto em muitos outros jogos das últimas épocas. Ainda assim, foi pior que nos últimos dois jogos porque desta vez o Sporting, em especial na 2ª parte, “obrigou” o árbitro a errar mais. Enquanto andamos a passar a bola entre o Xandão, o Polga e o Insua, nenhum árbitro erra. Só começam a errar, à grande, quando se chega à área. Aí sim, é uma chatice. Fica a nu a merda que são e a inexistência de qualquer critério. Como se viu ontem.

3. O Sporting de Sá Pinto tem uma coisa boa: posse de bola. Consentida ou não (veremos com o City). Para já deixámos de ver biqueiradas para a frente e, como é óbvio, se  o adversário tem apenas 27% de posse bola, também não ataca. O problema é que é uma posse de bola pela posse de bola. Inconsequente. Não há rapidez no passe, nem as movimentações criam desequilíbrios. Esses só aparecem quando Izmailov (a subir de forma), Capel (se estivesse lá um árbitro tinha postos um ou dois na rua) ou Matias transportam jogo. 

4. Tanta inconsequência ofensiva fez com que Sebas tivesse passado o jogo a ver os outros. Tão perdido como Wolfswinkel, mas muito mais estático. Rubio foi um pouco diferente, mas a fase do jogo também já era outra.

5. Ontem, novamente, o adversário foi sempre mais rápido e intenso na disputa da bola. Com o problema acrescido, na primeira parte, de o Sporting deixar um espaço enorme entre linhas. Pode ser que com Rinaudo não seja assim tanto espaço, mas com Carriço... Se estiverem todos muito longe uns dos outros, é normal que nunca ganhem a segunda bola. 

6. Arias não esteve mal, mas já alguém lembrou neste blog, e bem, que estivemos uma semana a ouvir as carpideiras do costume a falar dos quilómetros percorridos pelos jogadores do Porto e do Benfica, mas afinal quem jogou 90 minutos contra a Polónia foram os do Sporting. Obviamente que nunca seriam os do Benfica. Primeiro porque não têm portugueses, depois porque Nelson Oliveira foi na vaga guardada para o pirilampo mágico, a mesma onde já foi Caneira, Nuno Gomes, e outros astros da Luz. Um dia destes ainda convocam o Djaló. O Sporting teria sido diferente com João Pereira em campo? Creio que teria: em vez do Carrillo, tinha sido ele a dar um murro no Miguelito.


sábado, 3 de março de 2012

Nojo

Nojo, pelo jogo do Sporting. Nojo, pela arbitragem absolutamente miserável. Nojo, pelos comentários vergonhosos do Manha.

sexta-feira, 2 de março de 2012

O que não se diria

Em Portugal é assim. A bola é redonda, onze jogadores de cada lado e no fim ganha o Porto. A história vai-se repetindo e já se ultrapassou, até, a fase da farsa.

É sempre engraçado ir verificando como o Freitas Lobo vai teorizando em função da evolução do resultado, sobretudo quando o Benfica estava a ganhar. A explicação para os resultados é sempre mais simples. O Artur deu dois frangos. Se fosse outro – o Rui Patrício, por exemplo –, o que não se diria.

quinta-feira, 1 de março de 2012

Não confundir o Manuel Germano com o género humano

O Rui Patrício não nos salva só a nós. Salva a selecção nacional também. Nada que não tivesse previsto. O Sporting continua a ser, assim, o melhor clube formador do País e um dos melhores do Mundo.

Agora, não basta ser-se da formação do Sporting. Tem que se ser bom e dar provas disso. Ao contrário do que diz Mário de Carvalho, neste caso, não se deve confundir o Manuel Germano com o género humano.