Não podemos deixar de nos sentir
satisfeitos com a época que agora findou: um 4ºlugar no campeonato, atrás de um
clube com metade do nosso orçamento; afastados precocemente da taça de Portugal
por uma equipa com um potencial futebolístico incomum, chamada de Varzim Sport
Club, restando-nos o tradicional quase
no que toca à taça da liga, e um outro quase
que chegávamos às meias-finais da taça UEFA, acoplado à tradicional sigla: injustiça. Foi um ano em cheio, sem
dúvida, relativamente ao futebol profissional, reforçado com um grande
desempenho da equipa B (as modalidades ainda estão em curso).
Nada disto teria seria possível
sem um planeamento atempado, ajustado às necessidades do plantel, antecipando
saídas e colmatando eventuais défices do ano anterior, permitindo assim um
equilíbrio sóbrio entre a vertente futebolística e a financeira. Este ano que
passou foi um exemplo a ser seguido como case
study de uma boa gestão de um plantel profissional com aspirações
legítimas.
Isso mesmo se refletiu na
ocupação do estádio, sempre com grandes enchentes, sem clareiras manifestas,
nem áreas terra de ninguém,
possibilitando um ambiente de grande festa e de constante pressão no
adversário. A união dos sportinguistas foi freneticamente defendida pelos órgão
diretivos, com ações de (re)aproximação ente (supostas) facões antagónicas, promovendo
e elevando o nome do clube como o grande bastião da diferença no futebol
português.
Por tudo isso (e mais alguma coisa),
a decisão dos administradores da SAD de se autoaumentarem (mesmo quando se
venderam jogadores para equilibrar as contas), juízes em causa própria, agindo em
nome do clube e sem darem cavaco aos sócios, só pode ser considerada justíssima
e devidamente enquadrada no espirito de diferença que é a imagem do clube (e,
pelos vistos, da SAD). Cada um tem aquilo que merece, ou como dizia o Maradona:
a los que no creían, que la chupen.
Nota sem importância: diz-me um
amigo meu que a grande diferença entre Mourinho e Conceição são os títulos
europeus (o que não é pouco). De resto, a mesma escola de fanfarronice, mau
perder, grande educação, défice de
atenção, e uma tendência infantil para aquilo que ficou conhecido como mind games que não passam, afinal, de
arruaças mentais. Subscrevo.