quinta-feira, 26 de setembro de 2019

A saga de Frederico*


Tinha saído de um cruzamento com algum tráfego, após se ter perdido numa rotunda, vindo de uma cangosta em terra batida com a ajuda de um GPS. Saiu da viatura a arfar. Olhou em redor. Se olhássemos com atenção víamos mais duas ou três pessoas dentro da viatura. Parece que ninguém o terá acompanhado nessa saída. Estava escuro. Minutos depois voltou a entrar. Um pouco mais à frente encontrou um entroncamento com os semáforos desligados. Deitou à sorte e seguiu com determinação. A noite trazia-lhe agora algumas luzes que lhe deram algum alento. Mas a estrada era secundária e sem grandes referências. Deixou o GPS e urdiu um plano com a cumplicidade dos demais. Não andou muito até encontrar mais uma encruzilhada. Desta vez não hesitou e acelerou. Reconhecia aqueles lugares mas não lhes conseguia dar um nome. Ficou confuso. Já era dia alto quando, finalmente, encontrou o seu labirinto, ficava junto a um promontório que dava para um abismo. Pelo menos não era um beco sem saída.

(* 43º Presidente do Clã Sporting)

8 comentários:

  1. Infelizmente é essa a ideia que passa a atual Direcção do Sporting. O Presidente gaba-se (como quase ninguém o elogia, ele vê-se forçado a autoelogiar-se) de recrutar sumidades da medicina desportiva de criar o departamento de alta performance (não estou certo se é esse o nome) etc e tal. Mesmo com os Gps da geração mais recente e com 2 mostradores (incorporados na viatura) a abordagem a uma rotunda, em terreno desconhecido, pode ser um problema. Como na medicina, com todos os meios auxiliares de diagnóstico, tem-se um problema se não se conhece a história clínica do paciente. Ou seja, para além da capacidade técnica ou académica, há que conhecer o terreno. O Presidente Varandas acreditou e fez muitos acreditar que só ele conhecia o terreno mas, hoje, é óbvio que não conhecia. Pode-se trocar de automóvel ou de Gps mas, mais tarde ou mais cedo, tem que se trocar de condutor.

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    1. Meu caro,

      Temo que a nossa viagem se situe no lugar do morto. Outro ponto de vista possível será a de co-piloto(s).
      O terreno não é fácil.

      SL

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  2. Grande texto, é mesmo o general no seu labirinto.
    Agora com Silas, acho que é mais um para queimar. Mas há sempre uma saída com a entrada de outro.

    SL

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    1. Meu caro (ou cara?),

      Obrigado.
      Tudo isto cheira a esturro. Mas há sempre um saída qualquer.
      SL

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  3. Muito bom Gabriel!...grande posta como gosta de dizer SL

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