quinta-feira, 2 de julho de 2015

Da IURD, à nova saga dos mercenários e aos milhões que mais parecem cubos de gelo

1. Tenho falado várias vezes das profecias autorrealizáveis. Quando não acreditamos que alguma coisa acontece, deixamos de fazer o que quer que seja para que aconteça e a profecia cumpre-se a si mesma.

A apresentação, ontem, do Jorge Jesus e as suas declarações procuram também criar expetativas autorrealizáveis. Quanto mais acreditarmos que podemos ser campeões maiores são as probabilidades de sermos campeões. A coisa foi organizada ao estilo de uma missa da IURD. Nessas missas a expetativas de se verem milagres são tão grandes que todas as pessoas acabam por os ver. Nós temos a vantagem de contar com Jesus; ele mesmo (a piada com o Jesus não é famosa, reconheço).

2. Cada vez gosto mais de filmes de pancadaria. A saga dos Mercenários é excelente. Num só filme temos o Sylvester Stallone, o Arnold Schwarzenegger, o Chuck Norris e por aí fora. Não vai ser preciso ver o terceiro filme da série. Temo-los a todos na versão portuguesa no Sporting. Num só clube contamos com o Bruno de Carvalho, o Jorge Jesus e o Octávio Machado. Só falta o Maxi Pereira para termos o elenco completo.

Nos filmes, isto acaba bem. No Sporting, vamos ver. É que já nos tínhamos visto livres do Octávio Machado. Nos últimos anos tinha-se esquecido de nós e só falava sobre o Porto.

3. Com a aquisição do Jorge Jesus não houve alma nenhuma que não falasse dos milhões e da estratégia financeira suicidária do Sporting. O dinheiro vinha dos angolanos, da Guiné Equatorial e de umas sobras do BES.

O Porto comprou um perneta qualquer por vinte milhões de euros. Quanto a isto ninguém diz nada. O dinheiro deve vir dos fundos e de coisas do género. Estou cada vez mais convicto, como ouvi há dias, que os milhões são de cubos de gelo: chegam derretidos ao destino.

2 comentários:

  1. Caro Rui
    Parabéns pela análise cheia de belas metáforas. Adorei a da IURD e mais ainda a dos Mercenários. Quanto a esta última atrevo-me a acrescentar que precisamos de alguém que trate da segurança e aspetos afins. Com os problemas do Antero e do Paulo Pereira Cristóvão, arrisco propor, para compor este quarteto dinâmico, o Guarda Abel. Inté os comíamos!
    Um abraço

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    1. Já deu para perceber quem é que o Godinho Lopes e o Paulo Pereira Cristóvão queriam imitar. Só que foram amadores e não tinham alavancas para se protegerem, para além de serem uns escroques. Só que os escroques do Benfica e do Porto estão bem protegidos, ainda.

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