Nunca fui apreciador de vitórias morais, ainda menos de derrotas imorais. O futebol, para mal de alguns dos nossos pecados, tem balizas. No meu bairro, quando era puto, não raro, fazíamos olhos moucos às balizas, deixando de fora até as pedras que as desenhavam, ficando a bola para nosso eterno deleite.
No final do jogo em Turim não faltaram panegíricos (elogios
exacerbados) ao Sporting Europeu de Amorim. Finalmente o Sporting batia-se de
igual com grandes colossos do futebol (sequência do Arsenal). Vindos do espaço,
pensaríamos que o Sporting teria ganho o jogo, não apenas (supostamente) uma
equipa. Sou dos que reconhece o dedo de Amorim no Sporting europeu.
Forçosamente teremos, igualmente, de reconhecer o dedo de Amorim no Sporting
nacional, ou para consumo interno. O jogo com o Arouca foi mais uma posta
suculenta a juntar a um ano verdadeiramente embaraçoso (o orçamento do
Braguinha não chega a metade do Sporting), tão bem planeado que em Janeiro já estávamos
em serviços mínimos.
O jogo desta semana com a Juventus veio dar continuidade ao
Sporting europeu, versus, está muito difícil
marcar golos, embora os Italianos o façam sem saber ler e muito menos escrever.
Está muito difícil marcar golos, ou, que
porra, não se consegue introduzir a bola na baliza do adversário, a não ser
com penáltis ou um coelho saído do Pote, não é uma questão nova. Aliás, para
provar a sua antiguidade clássica, lá terminamos o jogo com o velho Coates a arfar
na grande área adversária. O homem começa a não ter idade para tamanha
discrepância posicional. Se calhar não precisamos de um ponta de lança, mas de
um novo (ou mais novo) central de Lança.
Nota: finalmente ultrapassamos os 45 000 espectadores
num jogo em casa, embora a direção do clube tivesse anunciado com pompa lotação
esgotada dias antes. A média para o campeonato é mais um embaraço desta época,
pouco mais de 25 000, ou seja, pouco mais de 50% de taxa de ocupação, pese
o anúncio (mais uma vez com pompa) no início da época de record na venda de
game box. Talvez esteja na altura de pararmos com divisionismos e da direção “tentar”
apagar os fogos injetando gasolina 98. É só uma ideia.