domingo, 27 de janeiro de 2019

Keizerismo-Leninismo

Contra o Braga foi assim e contra o Porto ainda havia mais razões para assim ser: o jogo era uma formalidade. Os primeiros cinco minutos pareciam confirmar essa profecia. O Porto pressionou, pressionou, ganhou bolas atrás de bolas e parecia que não havia maneira de algum jogador do Sporting por cobro aquele vendaval e deixar a equipa respirar melhor. Mas foi o primeiro milho. Os pardais aproveitaram o que puderam, e puderam pouco, e depois, bem, depois foi mais pardais ao ninho. 

O Marcel Keizer voltou a surpreender o Sérgio Conceição. Quando pensava que se ia repetir mesma tática do jogo de Alvalade e, assim, nos podia cair em cima sem nos dar tempo de respirar, apanhou com uma defesa mais subida e uma pressão mais intensa sobre os defesas à saída do seu meio-campo. Com a defesa pressionada, o Oliver e o Herrera bem vigiados pelos jogadores do meio-campo do Sporting e o Rapnhinha e o Ristovsky a tirarem do jogo o Brahimi e o Alex Telles, restava aos do Porto jogar na profundidade, que corresponde “ao bola na frente e fé no Marega”. O posicionamento da defesa do Sporting concedia espaço nas suas costas mas não o suficiente, pois o Marega precisa sempre de mais dez metros do que qualquer outro avançado para se isolar, que é o espaço necessário para ter tempo de dominar a bola, enquanto vai tropeçando nela uma e outra vez. 

Os defesas do Sporting aguentaram bem o Marega, enquanto eu me via em palpos de aranha para aguentar o Manuel Queiroz a comentar na TVI. Os comentários sobre o excesso de faltas marcadas só aconteciam quando eram marcadas contra o Porto, não havendo nenhuma referência à dualidade de critérios na amostragem de amarelos, tudo culminado em modo vídeo-árbitro instantâneo, gritando: “O Raphinha não se dirigia para a baliza! O Raphinha não se dirigia para a baliza!”, quando o jogador do Sporting foi abalroado pelo Feilpe. Vivo em Braga e conheço bem o local onde se situa o estádio, encontrando-me em boas condições para confirmar a análise do Manuel Queiroz. O Raphinha, com efeito, não se dirigia para a baliza mas para uma loja da Decathlon, que fica perto. Não tenho nenhum problema que o jogo seja comentado por um adepto do Porto. Convém, no entanto, reforçar-lhe o superego, para que as pulsões subterrâneas do id não se manifestem de forma histriónica, pelo menos. É perguntar-lhe se é adepto do Porto umas tantas vezes antes do jogo e verificar se a agulha do polígrafo se mexe quando o procurar negar outras tantas. 

A primeira parte acabou por ser um passeio. O Porto construiu uma jogada de perigo e o Sporting cinco. Na segunda parte, o jogo mudou de figura. Condicionando por um amarelo, o Acuña foi substituído pelo Jéfferson. Compreendo os cuidados do Marcel Keizer, mas tenho as mais sérias dúvidas sobre os efeitos, dado que o Jéfferson costuma contar para o lado do adversário. A equipa fica na mesma a jogar com dez e vê o adversário superiorizar-se em número não numa mas em duas unidades. Como disse o Sérgio Conceição na conferência de imprensa, os jogadores do Sporting quebraram o ritmo de jogo. Esqueceu-se foi de explicar que quebraram o ritmo do jogo ao mesmo ritmo que os jogadores do Porto lhes iam quebrando a cana do nariz, transformando os primeiros vinte minutos numa episódio da Anatomia de Grey. Esta parte do jogo foi a mais apreciada pelo Frederico Varandas, como se notou pela forma empolgada como nos descreveu detalhadamente as alterações anatómicas das fossas nasais do André Pinto e do Petrovic, no final do jogo. 

Passados esses vinte minutos, então, sim, o Porto pegou no jogo ou, dizendo de outra forma, adiantou mais o Alex Telles e passou sempre a entregar a bola ao Brahimi para lhe fazer o que entendesse, porque ele entende como nenhum outro jogador dentro de campo o que se deve fazer com ela. Nessa altura, valeram-nos mais os jogadores do Porto do que os do Sporting. Percebeu-se que estava à espera que os segundos o atrapalhassem, mas ficou surpreendido por o atrapalharem os primeiros também. Num desses momentos de atrapalhação atacante, depois de um remate do Herrera, a bola ressaltou num tufo de relva, ressaltou no peito do Renan Ribeiro, ressaltou no pé do Marega, ressaltou na perna do Renan Ribeiro, ressaltou no pé do Fernando Andrade e entrou na baliza. O golo e os minutos que se lhe seguiram pareciam confirmar que o jogo estava decidido, apesar de duas substituições de sentido contrário: entrou o Diaby e saiu o Gudlej, no Sporting, e entrou o Danilo e saiu o Corona, no Porto. Os jogadores do Porto retinham a bola no meio-campo do Sporting e continuaram a insistir no ataque. 

De repente, tudo mudou: o Bruno Fernandes recebe a bola e de imediato faz um passe de trinta metros a rasgar a defesa do Porto e a desmarcar o Nani, que parte uma e outra vez os rins aos Militão, por quem nunca tinha passado no resto do jogo, e centra para um cabeceamento do Bas Dost em basculação ao lado. Os do Sporting acreditaram e os do Porto recearam e recuaram. O Jéfferson desmarca-se do lado esquerdo e centra (mal), safando o guarda-redes em cima da linha de baliza para canto. O canto sai mal mas a bola continua viva. O Jéfferson centra outra vez (mal) a bola bate num defesa e o Militão vai à linha de fundo evitar novo canto e alivia de cabeça para a entrada da área onde o Herrera ganha a bola para o Óliver que, à beira de um ataque de ansiedade, tenta-se ver livre dela de qualquer maneira e enfia uma biqueirada no Diaby. O árbitro, que estava a receber o troco das compras na loja da Decathlon, onde tinha ido com o Raphinha ainda na primeira parte, não vê, esquecendo-se, no entanto, que o “Big Brother was watching him”. “Penalty”, Bas Dost a olhar para o chão, remate para o meio da baliza com o guarda-redes a atirar-se para a esquerda e golo do empate. Logo a seguir o Bruno Fernandes faz um passe extraordinário sobre a defesa do Porto, desmarcando o Raphinha que, na cara do guarda-redes, não lhe consegue desviar a bola, batendo-lhe no tronco e saindo pela linha de fundo (para canto que o árbitro, livre do “Big Brother”, não assinalou). 

Nos “penalties”, o Porto teve a sua oportunidade de passar para a frente, mas o Militão optou por um golo de Super Bock. O Bruno Fernandes marcou a seguir como só ele sabe, entregando ao Renan Ribeiro e à sua dança o destino do Porto. O Renan Ribeiro defendeu o remate do Hernâni e, quando o Nani marcou a seguir, o Felipe foi para a marca de “penalty” com mais medo de falhar do que vontade de marcar. Tentou colocar a bola ao ângulo superior direito com tal precisão que, como acontece nestas circunstâncias, acabou por acertar na barra. 

Afinal o jogo não tinha sido uma formalidade e era necessário encontrar desculpas. Vieram em catadupa dos comentadores e do Sérgio Conceição: a sorte, o azar, o domínio, a atitude, explicando que o “penalty” nos caiu do Céu e, por oposição, o golo do Porto de um lance estudado e recheado de pormenores de elevada craveira técnica (que deve ter caído do Inferno!). O Sérgio Conceição está habituado a impor o seu jogo, porque as equipas contra as quais se bate são quase sempre muito fracas. Quando o adversário se equivale mais em termos físicos, técnicos e táticos é preciso conhecê-lo melhor, porque, quando não se conhece como se conhece a sua equipa, ganha-se mas também se perde. Contrariamente às minhas expetativas, o treinador do Sporting parece ter lido a “Arte da Guerra”, de Sun Tzu. A sua equipa pareceu sempre conhecer-se tão bem a si própria como ao adversário, nas suas fraquezas e nas suas forças, estando assim mais próxima de ganhar sempre. 

“É verdade que com frequência, em política, se aprende com o inimigo” (Lenine). Esta tem sido a orientação de Marcel Keizer no Sporting, que se poderá designar por Keizerismo-Leninismo. A continuar assim transformar-se-á no melhor “Treinador Português”, apesar de os comentadores serem defensores, e bem, que esta Denominação de Origem Protegida (DOP) só possa ser atribuída à produção nacional. A contrariedade foi tanta, deles e dos nossos adversários, que, uma competição sempre desvalorizada, parece transformada na Liga dos Campeões.

27 comentários:

  1. Ah pois é...
    Keizer 1 X 0 treinadores lusos/CS

    SL

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    1. Caro JHC,

      Como diz uma amigo meu, depois deste jogo da equipa do Keizer já se devem ter suicidado vários comentadores, estando na altura de se passar mais 150 horas de programação sobre a crise do Sporting.

      SL

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  2. Keizer deve ter ouvido falar na máxima de um português ...e sportinguista "Os elefantes comem~-se às fatias" SL

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    1. Meu caro,

      É mesmo assim: pouco a pouco, pedaço a pedaço. Não interessa o tempero nem muito menos se é frito ou cozido.


      SL

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  3. Que delícia de crónica.

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  4. Grande texto, parabéns!

    Vai servir de inspiração para o último tomo das Crónicas de Rei-Nan, e a consagração de uma equipa "campeã".

    SPORTING!

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  5. Brilhante.
    O jogo foi mesmo isso :golo aos trambulhões do FCP, penalti indiscutível do Oliver superiormente convertido por Bas Dost.
    Tambem vi o jogo na TVI sem som como faço há muitos anos quando ouvia o relato de Jorge Perestrelo.
    Renan e Petrovic vão ficar na história desta Taça da Liga, 2 herois entre 14 "indomáveis leões".
    Pena o Sportinguista Sergio Concedição ter feito aquela cena. Não havia necessidade.SL
    João Balaia

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  6. Trambolhões claro. Nunca gostei de trambolhos. SL

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    1. Obrigado João.

      O Sérgio Conceição pode ter mau perder. Ninguém tem bom perder. O "fair play" é ainda assim respeitar o adversário. É que ficámos contentes porque ganhámos aos Porto como os do Porto teriam ficado contentes por terem ganhado ao Sporting. Sem adversários e bom adversários não existe mérito e o futebol não tem interesse nenhum.

      SL

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  7. Caro Rui,

    As suas crónicas são na sua maioria carregadas de humor, que me deixam sempre com um sorriso tanto nas vitórias como nas derrotas.
    Depois desta vitoria, com uma taça nas nossas mãos, a leitura é viciante.

    E quando não há Decathlon, há sempre uma Sport Zone por perto... a arbitragem nos jogos do Sporting continua uma vergonha sem limites.

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    1. Meu caro,

      Por incrível que pareça, é muito mais fácil escrever quando se perde. Há sempre um lado cómico no jogo e é mais interessante a auto-ironia. No entanto, as expectativas eram tantas dos nossos adversários que isto foi um pagode.

      Temos de agradecer ao Keizer e aos jogadores não só a felicidade da vitória como o divertimento que nos proporcionaram antes, durante e depois do jogo.

      SL

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  8. As crónicas são, em regra, excelentes, mas esta é absolutamente fabulosa. Parabéns. SL

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    1. Muito obrigado. O Petrovic ajudou. Não me consigo esquecer do nariz dele e da cara dele na entrevista depois do jogo. Conseguiu ficar mais feiro do que era.

      SL

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  9. Não terá o árbitro ido com o Raphinha aos Bombeiros Sapadores? Já a prever o que iria acontecer à penca do Petrovic e André Pinto?

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    1. Meu caro,

      Tem razão. Os bombeiros são muito mais distantes. Pelo que demorou a chegar ao estádio, não tendo tempo para ver o "penalty", admito que deve ter ido para lá, deixando o Raphinha a meio do caminho às compras.

      SL

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  10. Fico sempre preocupado quando tudo parece correr bem ao Sporting, sinto sempre que estou a viver o prelúdio idílico de uma poderosa e surpreendente desgraça prestes a acontecer.

    Já tivemos para todos os gostos, rescisões antes de jogos decisivos, acidentes graves de automóvel com jogadores, despedimentos precoces de treinadores, falta de liquidez para pagar salários, AGS patetas, greves de árbitros, morte de adeptos, interdição de estádio (a pala meu deus a pala!!!!), Presidentes que se demitem em solidariedade com treinadores.

    Não sei o que virá aí, coisa boa não deve ser, mas se tivermos de trocar de novo de direcção, por causa de um qualquer acontecimento parvo, eu gostava que o próximo Presidente fosse um padre, assim, pelo menos, podíamos resolver um dos problemas da actualidade. Agarrávamos no Keiser mais o novo presidente-padre e celebrávamos nas margens do Tejo um baptizado. O novo treinador do Sporting passaria a chamar-se Marcelo Carlos e podia agora entrar na elite do Treinador Nacional-é-que-é-bom.

    Abraço a todos os bi-campeões de Inverno!!!!

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    1. Meu caro,

      É só esperar um pouco que a malta arranja uma crise. Depois de ganharmos um título, que vale o que vale, hoje, em vez de ainda andarmos a festejar, já começámos a densificar o romance do Ilori e do Acuña. Está-nos na massa do sangue.

      SL

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  11. ahahahah.. porra, está tão bom.

    Só uma nota, meu caro. Mesmo sem Jefferson, o Sporting já entra, normalmente, com 10. Gudelj. Petrovic é, de longe, melhor que ele (a 6). E isso diz muito da forma como o plantel foi construído (ou destruído) e como estamos a abordar mal o Mercado de Inverno não atacando o essencial.

    Grande abraço!

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    1. Meu caro,

      O Porto não perdeu somente com o Sporting. Perdeu com o Petrovic e o Jéfferson. O Sérgio Conceição só devia voltar depois de umas tantas sessões de psicoterapia.

      Perdemos meia equipa com as brincadeiras de Alcochete. Depois apareceu o Cintra a fazer-nos recordar os anos 80 e 90. O Varndas parece estar a tentar. De facto, parece-me que as posições mais críticas são as laterais. No final deste mês, vamos ficar ainda mais fracos com a saída do Acuña.

      Um abraço,

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  12. No que diz respeito ao jogo, a única coisa que me apetece dizer é que, para quem ia lá acima para enfardar 4 do Braga e aproveitar para comer leitão no regresso, não está mal.

    Já em relação ao Keiserismo -Leninismo, exteriormente estamos a um boné laranja do Recheio de completar a metamorfose no mais tuga dos treinadores tugas.
    Espero que fiquemos pelas aparências …

    SL

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    1. Meu caro,

      O problema dos nossos adversários foi esse mesmo. Pensavam que estavam a jogar contra uma equipa de excursionistas.

      Como somos mais finos, admito o boné, mas tem de ser de marca.

      SL

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  13. Começando pelos canais de Tv, confesso que hesitei entre o relato estridente do Pedro Sousa acompanhado dos ccomentários parciais, pró Fcp, do Manuel Queirós e a habitual transmissão da Sport Tv, sempre anti-Sporting, com comentários pró-Fcp do chato do Freitas Lobo. Optei pelo HD da Sport Tv e "no comments" mas quando foi o penalti claríssimo do Oliver sobre o Diaby tive curiosidade em ouvir o que diziam os srs. jornalistas; já os da TVi falavam em penalti e ainda os da Sport Tv aguardavam, com indisfarçável esperança, que o árbitro contrariasse as indicações do VAR;em resumo os da Sport TV não têm emenda, são uma grnade mer...Quanto ao jogo, ficou também evidente que Keizer foi taticamente superior ao convencido do Conceição e se o Sporting tivesse os jogadores mais frescos, provavelmente, nem teria havido penaltis de desempate.

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    1. Meu caro,

      Fui um pouco mauzinho com o Manuel Queiroz. Num primeiro impulso, como portista que é, comportava-se com um simples adepto. No entanto, rapidamente procurava ganhar compostura e distanciamento como comentador. Aliás, ontem tropecei num artigo dele e pareceu-me muito séria e justa a análise.

      SL

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  14. Gostei especialmente da forma como caracteriza a nossa avençada (não é nenhuma indirecta) comunicação social, que de tão infantilizante, indigna, parcial e cínica, cansa.

    Da minha parte, acho-a especialmente anti-benfiquista, mas a a forma despudorada como comentam sempre de óculos azuis é demais.

    O Fcporto estava "destinado" a ganhar esta final a 4, mas não se superiorizou em nenhum dos jogos, apesar de quem comenta querer passar um atestado de menoridade mental a quem tem olhos na cara - ganham um jogo da forma batoteira que se viu, e perdem outro de forma limpa apesar de quererem fazer crer que foram muito superiores - só se a superioridade for a jogar com medalhas.

    O nosso futebol é menor, porque temos dirigentes menores, jornalistas menores, e instituições que deveriam dirigir os interesses do futebol, menores.

    Alguem tem de gritar de vez enquanto, "o Rei vai nu".

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    1. Meu caro,

      Tem razão mas só em parte. Toda esta gente é o que é porque o adeptos são como eles. Somos pouco exigentes e temos pouco "fair play". Não há diferenças. Na época passada, na final da Taça de Portugal, depois de uma semana que não se deseja a ninguém, os adeptos do Sporting insultaram os jogadores com uma raiva que não se compreende, comportando-se como animais. Infelizmente, sportinguistas, portistas e benfiquistas são todos assim. É uma pena!

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    2. Compreendo e aceito em parte, mas eu nunca me esqueço de uma frase de Pulitzer

      "Com o tempo, uma imprensa cínica, mercenária, demagógica e corrupta formará um público tão vil como ela mesma"

      Se o 4ºpoder tem a capacidade de formar, mais do que informar, e temos exemplos desses às catadupas, o momentoso caso do Bairro da Jamaica e do racismo, o caso IRA(Intervenção e Resgate Animal)/TVI, demonstram à saciedade a perversidade de que certos jornalistas e analistas (analistas???)são capazes.

      Eles manipulam, truncam, descontextualizam e criam narrativas que demonstram tudo e o seu contrário, conforme a "paga", e polemizam, sem fim, numa girândola infindável de "frases fortes", de "opiniões marcantes", que são depois pasto de uma guerra sem quartel nas redes sociais.

      Sem deixar de fora a menorização do publico do futebol (e dos big brothers, e dos públicos alvo das revistas cor de rosa), não deixa de ser verdade que a comunicação social é uma das maiores responsáveis pela "educação" que vai transmitindo ao publico.

      Quantos programas existem em Portugal, com ex-jogadores, a falar de futebol e não do futebol?

      Há exemplos simples, ainda hoje o Record, afanosamente, tenta limpar um acto reprovável de tentativa de agressão de um espectador por um técnico de uma equipa de futebol.

      Que estava a ser insultado.

      Um "comentador" do esgoto da manha dizia -"quem não se sente não é filho de boa gente".

      Nós,infelizmente, fazemos parte desse publico vil, tão vil como aqueles que nos formam e deformam o espírito.

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