domingo, 5 de abril de 2015

Displicência

Vi o jogo de ontem, contra o Paços de Ferreira, em Cabeceiras de Basto. Obrigações da Páscoa assim o determinaram. Saí do Café Cabeceirense, onde vi o jogo, enquanto comia um prego no prato, com a maior das irritações. O caso não era para menos.

Foi dos jogos mais fáceis do campeonato. Porventura, o mais fácil. Não o ganhámos porque que não quisemos. Há o azar, que costuma explicar muitas coisas. Mas, desta vez, não explica. Falhámos golos por displicência. Não criámos mais oportunidades de golo por displicência. Sofremos o golo por displicência.

Alguns jogadores não respeitaram o adversário. Não respeitaram os adeptos. Não respeitaram o clube e a direção que faz os possíveis e os impossíveis para lhes pagar os salários. É por estas que considero que o Marco Silva não tem mão nos jogadores.

O João Mário, depois de algumas brincadeiras que protagonizou em outros jogos, para mim, já tinha ido para o banco. Não vai para o banco, ninguém lhe diz nada, e o menino continua a brincar com o clube, com quem lhe paga e com os seus colegas.

Para não escrever irritado, deixei esta nota para hoje. Cheguei ontem a casa e revi o jogo de andebol do Sporting contra o ABC. Hoje voltei a ver o segundo jogo. Demos duas sovas no ABC. Demos, porque fomos agressivos, defendemos bem e não andámos a brincar; em poucas palavras, os jogadores e a equipa queriam ganhar. O ABC é uma grande equipa. Não é propriamente o Paços de Ferreira do andebol português. Espero que assim continuem. Se não for por outra razão, para que os nossos jogadores de futebol vejam em quem ganha muito menos do que eles o profissionalismo que lhes falta.


(Quando escrevi este "post" não tinha lido nenhum dos blogues habituais de sportinguistas. Li agora. O tom é o mesmo. Parece que vimos todos o mesmo jogo. Ainda bem. Espero que os jogadores e o treinador o revejam para verem o que, aparentemente, todos vimos)

12 comentários:

  1. Pela primeira vez alguém coloca o dedo na ferida aberta deste Sporting, versão 2014/2015: o treinador teima em ser um "gajo porreiro" e... NÃO TEM MÃO NOS JOGADORES!...

    Na "mouche", meu caro!...

    Abraço e SL

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    1. Meu caro,

      Percebo a dificuldade do treinador gerir o Nani. é o melhor jogador a muita distância dos demais. Em boa ou má forma, tem de jogar.

      Quanto aos outros, percebo menos. E sobretudo não compreendo como é que se toleram displicências como a que deu o golo ao Paços de Ferreira. À saída da área existiam várias linhas de passe seguras. O João Mário quis fazer um bonito e levámos um golo.

      Um abraço

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  2. Ontem foi o jogo que mais me custou. Além da displicência custou-me a negligência do Treinador, a sua passividade ou será incapacidade em intervir no jogo?

    É sempre a mesma história, o mesmo padrão... incapacidade de defender resultados, displicência dos jogadores, substituições tardias e estafadas, Capel de novo a sério? Ainda por cima depois do Paços de Ferreira já ter recuados as linhas?? Ontem tivemos a novidade de se tirar o Slimani no momento em que se pretende começar a despejar bolas... e depois chega-se à flash e ouvimos um tipo com um discurso certinho e fico com a sensação que esteve na bancada a ver o jogo.

    Ontem comigo o João Mário ao 2º falhanço clamoroso teria simplesmente ido tomar banho mais cedo.

    Custa-me também a história também ela estafada que não há alternativas... estamos em Abril com a matéria prima que existe devia podia e devia haver mais 2 ou 3 soluções. Veja-se o que o LJ fez com o Carlos Mané.

    Enfim... não sei o que vai acontecer mas parece-me importante saber se o Marco tem capacidade de ele próprio querer encarar os seus erros.

    Peço desculpa pelo desabafo.... 9 pontos perdidos com o Paços e o Belém... estamos a quantos do benfas? Pois...

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    1. Meu caro,

      A maior parte dos empates cedidos decorrem mais de erros nossos do que de mérito dos adversários. Faz falta alguma disciplina. Faz falta que o treinador mobilize os jogadores para certos jogos.

      Não pretendo o mesmo que Maquiavel, mas entre o respeito e o medo, às vezes é preferível o medo. Um treinador deve servir para avaliar quando o respeito já não chega.

      SL

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  3. Pela minha parte acho que estamos a precisar de um novo Paulo Sérgio para pôr as coisas em perspectiva.

    E vamos lá ver se não é isso que ai vem.

    Quando não são eles a por-se ao fresco, somos nós que queremos correr com eles porque um puto, na primeira época em que está na equipa principal, falhou dois golos num jogo e o treinador não gesticulou o suficiente com ele...



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    1. Estou em pulgas pela próxima época. Deverá ser uma "lição" em gestão desportiva, pois sem o Marco Silva, o Nani, e o Carrillo, ninguém pára o Bruno!!

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    2. Meu caro,

      Não me interprete mal. Sou gato escaldado. Sei diferenciar um treinador de um barrete (de forcado, neste caso). Agora, isso não invalida que se critique o treinador quando se tem de criticar.

      É a primeira época que o Marco Silva está num grande. É preciso aprender e aprender depressa. Às vezes não aprende tão depressa quanto gostaria.

      SL

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    3. Sem dúvida um dos jogos mais displicentes e irritantes da nossa equipa. E só me apetia gritar para o Marco Silva mexer na equipa qd esta começou a pôr-se a jeito e ele não fazia nada no banco.

      E por isso este comentário me parece oportuno: de facto, de vez em quando convém pôr as coisas em perspectiva. Com todos os seus defeitos o Marco é juntamente com o Jardim o melhor treinador que passou pelo SCP em largos anos. Dificilmente, muito dificilmente, o SCP arranja melhor se o puser a andar.

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    4. Meu caro,

      O mais de acordo possível. Agora, o Marco Silva tem de evoluir. Tem de existir mais disciplina dentro (e fora) do campo. Não se podem perder golos infantis e oferecer golos infantis.

      Há jogadores no Sporting que às vezes parecem que estão a jogar umas peladinhas com os amigos. O número de empates com equipas ridículas é indesculpável.

      SL

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  4. Caro Rui,

    Não vi o jogo de Paços de Ferreira, mas para quem não viu o resultado não me surpreende... o que surpreende é ser tão consensual que foi um dos jogos mais acessíveis da época!

    Tenho procurado defender o Marco Silva, mas reconheço que é uma missão cada vez mais difícil. Tem muita razão no que refere, sendo particularmente preocupante que não se usem estes últimos jogos de um campeonato já definido para impor disciplina e testar alguns jogadores.

    SL,

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    1. Caro João,

      O Paços de Ferreira fez um remate à nossa baliza. Para gáudio dos comentadores. Limitou-se a trocar bolas para os lados e para trás. Fez o típico futebol português de antigamente, que se caracterizava por trocas de bolas, faltando sempre os últimos vinte a trinta metros.

      No Sporting, brincou-se com o resultado. Já se tinha visto o mesmo contra o Marítimo, mais recentemente. Felizmente o Marítimo na segunda parte esqueceu-se de rematar à nossa baliza. De outra forma, saíamos de lá com o mesmo melão.

      Um abraço.

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