O jogo de ontem do Benfica decorreu enquanto seguia viagem para férias. Quando fizemos uma pausa, o filho, portista, de uma amigo meu informou-se entusiasmado que a Académica estava a ganhar. Disse-lhe que isso era o pior que podia acontecer a qualquer clube (com o Benfica deve-se perder desde o início). Os jogadores do Benfica iam moer de pancada os da Académica, perante a complacência do árbitro, um ou outro seria expulso, e o campo inclinar-se-ia até à vitória encarnada. No fim seria a pior frustração possível para os jogadores da Académica: teriam levado na cara sem se poderem desforrar, pelo menos um deles ficaria impedido de jogar o próximo jogo e acabariam por perder na mesma.
Estive quase a acertar no prognóstico. Um jogador da Académica foi expulso no início da segunda parte. A expulsão foi justa, o que acontece frequentemente com os adversários do Benfica. Chega-se ao fim da época e verifica-se que, justamente, o Benfica jogou metade dela contra 10 ou menos jogadores (coisa que, por puro acaso, não acontece com mais nenhum outro clube). O David Luís desatou a bater em tudo o que se mexia. O Aimar lá foi fazendo os “mergulhos para a piscina” do costume.
Só que estava lá o Roberto e o esquecimento desse facto é imperdoável. Com que outro guarda-redes um jogador arriscaria um remate a 40 metros da baliza? Com Roberto, qualquer jogador adversário arrisca-se a ser feliz, pelas melhores (como foi o caso) ou pelas piores razões (com os frangos que nos vai habituando).
Roberto não dá azar, atrai é a felicidade alheia. Nós compreendemos o seu ar desalentado, a fazer beicinho, quando acabou o jogo. Nós tivemos que gramar com o Ricardo a fazer as mesmas caretas durante anos.
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