sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Um jogo entretido

O Quinito, um treinador célebre há uns anos, quando não tinha nada a dizer sobre um jogo dizia que ele tinha sido entretido. O jogo contra o Wolfsburg foi um destes jogos. Perdeu-se a eliminatória na primeira mão. As eliminatórias têm duas mãos. É sempre necessário jogar a segunda. É necessário jogá-la representando cada equipa o papel que lhe compete.

Ao Sporting competia-lhe atacar e atacou. Ao Wolfsburg competia-lhe defender e defendeu. Quem tinha de defender defendeu melhor do que quem atacou e tinha de atacar. A sorte o guarda-redes, a falta de eficácia e por aí fora fazem parte do jogo. Assim, o resultado foi um empate.

Dito isto, vamos ao jogo. Foi um bom jogo. A equipa está a defender melhor. Ataca, porventura não ataca tanto como atacava, mas não se expõe tanto defensivamente. Os centrais estão a cumprir muito acima das melhores expetativas. O William Carvalho está cada vez melhor. Continua a acertar mas a acertar jogando mais depressa e arriscando mais passes verticais. O Tanaka deu boa conta de si. Falhou umas tantas oportunidades, mas estava lá e, pelo caminho, teve algum azar. Gostei da dupla que fez por momentos com o Slimani.

O árbitro deixou jogar. As equipas rapidamente perceberam que tinham de jogar à bola e deixar-se de tretas. O jogo foi intenso. Houve oportunidades. Foi pena não termos marcado pelo menos um para dar uma maior emoção ao jogo. Enfim, como dizia o Quinito, foi um jogo entretido.

domingo, 22 de fevereiro de 2015

He’s back

O Nani está de volta. Deu-se mais ao jogo. Movimentou-se mais. Testou a pontaria num livre para grande defesa do guarda-redes. As medidas à baliza estavam tiradas para o melhor golo da época seguramente. Ajeitou a bola com a cabeça, deixou-a cair no chão e, quando ressaltou, aplicou-lhe um remate com o pé esquerdo que a fez descrever uma das parábolas mais belas da história e entrar, sem defesa, no ângulo superior direito da baliza. Nem nos meus tempos de artilheiro, em Vendas Novas e Leiria, assisti a um exercício de balística daquele nível.

 O Gil Vicente não é grande adversário. Aliás, como muitas outras equipas portugueses, foi para dentro de campo sem outro objetivo que não fosse deixar correr o tempo. Colocou um grandalhão na frente e chamou a isso ataque. Devem ter contado, e bem – como se viu-, com o árbitro. Foi ele o autor da única jogada de perigo. Os comentadores das SportTv estiveram geniais quando decidiram efetuar uma consulta na internet para encontrar uma justificação para tamanho disparate.

Nestes jogos, como costumo dizer, não se pode dar descanso à defesa. Para isso, joga-se com dois pontas-de-lança. Mesmo assim, a colocação do Tanaka a ponta-de-lança foi um avanço. O golo é sintomático disto. A bola sobrou para o sítio certo e o japonês empurrou-a para a baliza com a parte do corpo que tinha mais à mão. Ganhou-se em eficácia, embora se tivesse perdido em nota artística. Agora um golo é sempre um golo e é melhor um golo banal do que um falhanço cheio de técnica e souplesse.

Na primeira parte não estivemos mal, mas há demasiados toques na bola para poucas oportunidades. Uma ou outra e muitas cócegas na defesa. Na segunda parte as coisas não pareciam melhorar. O André Martins que não tinha jogado mal na primeira parte estava a piorar na segunda. O golo resolveu o que o Marco Silva se preparava para ensarilhar. Ou muito me engano ou preparava-se para tirar o Tanaka e meter o Montero.

Com o primeiro golo e, depois, com o segundo o jogo acabou. Acabou e acabou bem. Contrariamente ao verificado noutros jogos, conseguimos controlar o jogo. O João Mário e o William Carvalho dedicaram-se a jogar ao meio com os adversários. O João Mário está condenado a jogar no lugar do Adrien a continuar assim.

Ganhámos. Não deve servir de muito. A arbitragem continua brilhante. Para além da jogada notável que proporcionou a única situação de perigo do Gil Vicente, ficou um penalty por marcar e um tal Semedo, que passou o tempo todo a disputar os lances à marretada, conseguiu acabar o jogo. Em Moreira de Cónegos aconteceu mais do mesmo. Naquelas circunstâncias, como estava a jogar o Benfica, o Sporting jamais ganharia o jogo. Alguém se encarrega sempre de resolver o que parece não ter solução. Vão variando, mas são sempre os mesmos.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Facto incontornável

Os jogos que não vejo são aqueles de que mais gosto de falar. Pode-se dizer o que se quiser sem se ficar amarrado praticamente aos factos. Só não podemos contornar o único facto incontornável: o resultado.

Perdemos e isso não é bom. Tendo perdido, perdemos por dois a zero. É pior do que perder por um a zero ou por dois a um. Agora, também é melhor do que perder por três a zero, por exemplo. Ver este facto por vários ângulos de análise dá-nos uma perspetiva mais correta. Era possível pior. Logo, não foi mau.

O Wolfsburg é uma grande equipa. Deu uma abada ao Bayern há dias. Ora, se deu uma abada ao Bayer, supunha-se que nos desse uma abada ainda maior. Não deu. Resta-nos, em casa, fazer um resultado simpático que nos leve a sair desta aventura europeia de cabeça levantada, como se costuma dizer.

Estas competições europeias servem para ganhar umas coroas, a Liga Europa nem isso, e entreter a malta durante a semana (embora muitos de nós só tenhamos tempo para ver jogos ao fim-de-semana). Agora, têm o defeito de distrair os jogadores do essencial. O essencial é o Campeonato e a Taça de Portugal.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Rescaldo

Há umas frases feitas que servem para estas situações. Na segunda-feira toda a gente a acerta no Totoloto. Os prognósticos fazem-se no fim dos jogos. Podíamos estar aqui até amanhã.

Mais irritante do que jogo contra o Belenenses foram os comentários e as análises depois dele. O Sporting não jogou a ponta de um corno. Daqui não resulta que o Belenenses tenha jogado bem ou sequer que o Sporting tenha jogado mal por qualquer ação do Belenenses. O Belenenses é uma daquelas (muitas) equipas portuguesas que entra para o campo a ver o que o jogo dá. Não tem objetivos. Vai defendo como pode, manda umas biqueiradas para a frente, deixa o tempo passar e acredita num milagre.

O Sporting revelou as mesmas dificuldades do jogo contra a Académica, sobretudo na primeira parte. Muita posse de bola, muitos passes para o lado e para trás e umas brincadeiras de um ou outro jogador. Oportunidades é que nem vê-las. O Belenenses ainda nos ofereceu uma. Mas, mesmo assim, água.

É irrelevante se apostamos mais no jogo interior ou pelas laterais quando andamos a trocar a bola a quarenta metros da baliza adversária. É preciso atacar a baliza adversária. Só depois de se decidir isso é que se decide de que forma se faz. Não vale a pena o Montero estar sempre a recuar para cima dos médios, ficando sempre os defesas de frente para a bola e não entrando ninguém nas costas. Depois é necessário ter o “timing” certo para se chegar à área, com as desmarcações certas e as alternativas devidas. Centrar para a área não é atirar a bola para a molhada. É na mesma passar a bola para o colega mais bem posicionada. Por fim, é necessário ter fogo nas botas. Entrar às bolas, disputá-las com os defesas e querer marcar golos nem que seja com a barriga.

Na segunda parte, o Marco Silva quis dar mais profundidade ao jogo. O Montero não se mexia. Entrou o Tanaka. Percebe-se, embora também se percebesse se ficassem os dois. Saiu o João Mário para entrar o Mané. Aí as coisas percebem-se menos. Com o Adrien em campo jogamos com menos um.

O jogo, que não estava bonito, ficou uma porcaria. A verdade é que o Belenenses não criou uma oportunidade de golo. Atribuir algum mérito ao Belenenses no jogo é dar mérito às equipas que jogam com onze jogadores e que vestem equipamentos diferentes do adversário. Com dez e continuando a não jogar nada, empurrámos o Belenenses para defesa, que nunca mais de lá saiu. Mesmo no fim, entrou em ação o melhor jogador do Sporting: o poste. Naquele jogo dificilmente outro jogador faria um passe tão decisivo para o Mané.

O treinador analisou bem a situação ao intervalo. Sem profundidade atacante, não há espaço. É escusado andar a jogar ao meio. A mudança não resultou como desejava. Agora, não substituiu, e bem, o Patrício e o Patrício foi o jogador mais decisivo do Belenenses.

sábado, 14 de fevereiro de 2015

O ridículo mata

O golo que sofremos foi ridículo. O autogolo que o Patrício ia fazendo foi ridículo. O ataque com o Montero é ridículo. Contra uma equipa ridícula como o Belenenses, só sendo ridículos é que não ganharíamos o jogo.

O Belenenses é daquelas equipas que entra para dentro de campo para tudo menos para jogar futebol. Não sai com uma bola. Limita-se a umas biqueiradas para a frente à espera que num ressalto ou noutro acidente qualquer possa fazer um ataque. Entrega a bola ao adversário por não ter qualquer interesse em dispor dela. Vai perdendo tempo sempre que pode, seja num lançamento, num pontapé de baliza ou nas inúmeras lesões que os jogadores vão sofrendo.

Perante isto, o Sporting entrou naquele sistema em que faz de conta que tem o controlo de jogo, mas em que falta profundidade e agressividade ao ataque. O Montero está lá para recuar para ao meio com os seus colegas. É um jogo conhecido: quem perde a bola fica a correr atrás dela. O objetivo é simplesmente não perder a bola. A baliza, esse objeto distante, nada interessa. O que interessa é não perder a bola e jogar em souplesse. A coisa está de tal maneira que não disputa uma única bola dentro da área e não chuta para a baliza a não ser que estejam reunidas as condições para o fazer em grande estilo.

Assim estivemos toda a primeira parte. O Belenenses ainda nos ofereceu um golo, mas o Montero, em vez de fintar o guarda-redes que já estava sentado, resolveu tentar marcar um golo em grande estilo com uma trivela à Quaresma.

Na segunda parte o treinador fez o óbvio. Meteu os dois únicos jogadores que revelam alguma vontade em dar profundidade ao jogo, de se desmarcar e de rematar. Passou a haver mais espaço no meio-campo e o jogo ficou mais partido. O Patrício tentou dar um frango e logo ali se viu que aquilo não acabava sem ele dar mesmo um frango.

Dado o frango, tivemos um pouco mais de vontade, mas não muita. O Nani fez o favor de aparecer mais um bocadinho. O treinador meteu o Capel para fazer de conta que estava a fazer alguma coisa. O Cédric fez o favor de arranjar maneira de ser expulso. No último momento e depois de um lance ridículo do Belenenses acabámos por marcar o empate.

Os centrais não estiveram mal. Ninguém tem culpa de o Patrício ter jogado com o cérebro parado. O Jéfferson tentou e mais não conseguiu porque na área não mora ninguém. O Cédric esteve horrível. O William Carvalho fez um bom jogo. O Adrien continua a mais. Ninguém percebeu a razão para ter concluído o jogo. O Nani esteve perdido em parte incerta. O Carrillo tentou, mas não há ninguém no ataque para o acompanhar. O João Mário não esteve pior do que o Adrien. O Capel entrou para que não restem dúvidas que não temos alternativas no banco. Em síntese, sem o Slimani, o nosso ataque é ridículo.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Ainda sobre o jogo de Domingo

Já é habitual no mundo do futebol cada jogo ter duas partes. O que não é tão comum é ser uma parte de 87 minutos e outra de 7. Foi o caso de Domingo.

Na primeira parte, a tal de 87 minutos o Sporting fez um jogo quase perfeito. Contra um adversário "teoricamente mais forte" e que procurava jogar unicamente no erro, sem nada arriscar, e nos nervos, jogando com todas as demoras e pedidos de assistência que conseguia imaginar, fizemos uma exibição paciente e confiante. Ainda assim, entre cantos, livres e cruzamentos as oportunidades não eram muitas e parecíamos empenhados em desperdiçar o pouco que aparecia. Milhares de Sportinguistas a pensar no que já aqui foi dito tantas vezes: jogar só com Montero na frente é dar descanso aos adversários que usam a táctica do autocarro (ou as suas variantes, como foi o caso). O golo quando surgiu premiava mais a persistência que propriamente a intensidade, mas há que dar grande mérito a Marco Silva não tanto por adivinhar a forma como o Benfica ia jogar, mas por conseguir controlar o jogo como controlou. A estratégia do "melhor treinador do mundo" tinha sido completamente manietada.

Depois veio a 2a parte, a tal dos 7 minutos. Aqui mais uma vez emergiu um dos nossos pontos fracos. Sem capacidade para segurar a bola, sem "manha" para retardar todos os lançamentos, sem "arte" para jogar pontapé para a frente, sem "experiência" para o Rui Patrício se lesionar no dedo mindinho ou para criar um "sururu" à moda do Porto. O "melhor treinador do mundo" vestiu então a pele de Paulo Sérgio e meteu tudo o que tinha. Tal como em Coimbra, Marco Silva não soube transmitir a calma necessária para contrariar este tipo de táctica e um pinheiro qualquer lá aliviou uma bola que acabou no fundo das nossas redes e nos roubou dois pontos. Mais um capítulo de uma história já conhecida.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Ver o jogo de pernas para o ar

O Benfica veio a Alvalade para não perder. Veio assim porque teve receio da qualidade do adversário e desconfia das qualidades próprias. Não acredito que o Jorge Jesus tenha dito aos seus jogadores para, quando tivessem a bola, não atacarem.

O que aconteceu foi que não conseguiram. Por mérito dos jogadores do Sporting, mas, sobretudo, pela falta de qualidade dos jogadores do Benfica. Aquela dupla Samaris – André Almeida é horrenda. Com o Sálvio tapado e sem grandes subidas dos laterais, ninguém sabia o que fazer à bola quando dela dispunha. O Enzo faz muita falta àquele meio-campo.

O Benfica foi realista na forma como abordou o jogo. Sabe que, hoje, dispõe de jogadores medianos em muitas das principais posições. No meio-campo, ninguém troca nenhum dos jogadores do Sporting pela dupla de pernetas do Benfica. Só o treinador e o colo do costume é que vão disfarçando o óbvio.

domingo, 8 de fevereiro de 2015

É assim a vida...

Qualquer sportinguista que se preze sabe que muitas histórias acabam assim. Já as vimos acabar assim várias vezes. Foi a meio minuto do jogo acabar. Dificilmente podia ter sido pior.

O Benfica não quis perder o jogo. Subiu a defesa e encostou-a ao meio campo. Os avançados preocuparam-se mais em dificultar a saída da bola do Sporting do que propriamente em procurar o golo. Os espaços eram inexistentes.

O Sporting quis ganhar o jogo, mas não quis arriscar. Teve sempre mais bola e trocou-a melhor. Na segunda parte dominou totalmente. Carregou como pôde. Foi intensificando o seu jogo. Parecia que o golo podia acontecer e aconteceu. O Samaris esteve deslumbrante na desmarcação do João Mário. O João Mário foi por ali fora a correr aos tropeções e ainda conseguiu rematar para um boa defesa do Artur, ressalto e o Jéfferson a metê-la redondinha lá dentro.

A três minutos do fim o jogo devia ter acabado. No entanto, a esta equipa do Sporting falta-lhe capacidade para congelar o jogo. A bola parecia queimar no último minuto. Os jogadores do Sporting chegaram a ter a bola várias vezes. Num desses lances, o William Carvalho dá de cabeça para o Adrien que deixa sair a bola pela lateral. Lançamento lateral e corte da defesa. Biqueirada, a defesa reage tarde, carambola dentro da área e remate para o golo do Jardel com o pé que tinha mais á mão.

Há várias razões para não estar contente. Mas a principal razão nem sequer é o empate em si mesmo. Sem o golo a acabar e com o golo do Sporting a resultar de um passe extraordinário do Samaris, sempre podíamos responder ao João Gobern: o Sporting teria ganhado não por um alinhamento cósmico, mas por um alinhamento cómico.

sábado, 7 de fevereiro de 2015

O jogo

Amanhã, contra o Benfica, não se disputa um jogo. Disputa-se o jogo. Os restantes jogos do campeonato só servem para nos habilitar a jogar este jogo, o jogo. Aliás, só existe campeonato para que este jogo, o jogo, se possa disputar.

Não existiria o Sporting como hoje existe sem o Benfica. Não existiria o Benfica como hoje existe sem o Sporting. É a história de Caim e Abel, em que cada um se sente Abel e disposto a transformar-se em Caim se necessário.

Amanhã a vitória conta a dobrar. É a vitória do Sporting e a derrota do Benfica. Sempre assim foi e sempre assim será. Não interessa quem joga. Só interessa a história. Que os jogadores sejam dignos desta história que nunca irá acabar.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Injustiças

Cometemos muitas injustiças no julgamento dos nossos jogadores. O André Martins constitui o meu ódio de estimação. Estou como o cão do Pavlov, mal o rapaz toca na bola começo logo a salivar furioso. Até o corte de cabelo me irrita.

O que caso mais recente é o do Mané. Parece que corre primeiro e pensa depois. Parece que não consegue fazer as duas coisas ao mesmo tempo. De repente, transformou-se no patinho feio dos adeptos. Ofensa das ofensas, já havia quem o comparasse ao Djaló.

É intermitente. Aparece e desaparece dos jogos. Faz jogos bons e outros horríveis. No entanto, tem sido por diversas vezes decisivo. Marcou golos decisivos e, no último jogo, ofereceu dois golos, ao Montero e ao Carrilo, fazendo dois passes para o sítio certo e no momento certo, respeitando as desmarcações dos colegas.

Isto para dizer que, numa equipa, todos os jogadores são úteis. Nem todos são o Nani, que raramente faz um mau jogo, se é que até agora fez algum. Mas devemos contar com todos. Cada um à sua maneira, acrescenta sempre alguma coisa à equipa. Se mais não fizesse, o golo em Braga tinha justificado por si só a contratação do Tanaka.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

O regresso do cometa Halley

“Só um alinhamento cósmico fora do normal, é que irá possibilitar ao Sporting ganhar ao Benfica”, diz o João Gobern (rapinei esta frase na Tasca do Cherba). Ontem, também ficámos a saber pelo Jorge Mendes que o país é pequeno demais para a grandeza do Jorge Jesus. O Jorge Jesus confirmou. 

Está tudo dito. No próximo fim-de-semana vamos ser remetidos à nossa insignificância. Só temos de garantir que a cobertura do estádio não se desfaz. Os jogadores e o treinador do Benfica farão o resto. Só o regresso antecipado do cometa Halley nos pode salvar.

domingo, 1 de fevereiro de 2015

Em Arouca e sem o Slimani

Temia o pior. O jogo contra a Académica não foi brilhante. As estrelas estavam todas alinhadas para os nossos adversários recuperarem no campo do Arouca o que tinham perdido na jornada anterior. Faltavam o Nani e o Jéfferson, dois jogadores importantes. Faltava o Slimani, o salvador da época passada.

Os receios tinham razão de ser. O campo estava pesado. A bola não andava. O Arouca jogou ao seu melhor estilo. Biqueirada para a frente e fé num ressalto. Às tantas parecia ping-pong. O meio-campo não tinha bola. O Cédric via-se e desejava-se para aturar um tal de Kayembe. O Paulo Oliveira parecia meio desorientado.

Estavam as coisas meias ensarilhadas quando o árbitro começou a entrar em ação. Não marcou falta sobre o Jonathan e permitiu um contra-ataque perigoso. Depois, bem depois marcou um penalty dos modernos. Bola no braço. O jogador nem para a bola estava a olhar. Às vezes é, outras não é; sempre à vontade do freguês.

Depois do golo, as coisas não pareciam melhorar. Só que, numa grande jogada pela direita, o Mané deixa o Montero isolado que não falha. Volta tudo à casa de partida.

Na segunda-parte parecia tudo mais do mesmo. Metade do banco fazia exercício de aquecimento. Era preciso mudar alguma coisa. Não se percebia quem nem para quê. O nosso banco não é propriamente um luxo de opções. Até que o árbitro tem a única intervenção favorável ao Sporting. Atrapalha-se e intercepta, sem querer, um passe dos jogadores do Arouca, bola metida para a entrada da área para o João Mário que a mete redondinha para o Mané e este, de primeira, mete-a para o Carrillo fazer um passe para a baliza. Tudo de primeira e no tempo certo.

Mas o jogo estava longe de estar resolvido. O Adrien e o Jonathan estavam com falta de ar. Era só esperar um pouco até um deles fazer uma asneira. O árbitro ia marcando faltas e faltinhas contra nós. Biqueirada atrás de biqueirada para dentro da nossa área. A equipa defendia como podia esses lances, não dando uma abébia. Até que entra o Iuri Medeiros. Os comentadores estavam exultantes. Não só entrava como levava um bilhete para dar a um colega e revolucionar todo o jogo do Arouca. Nada disso. O bilhete dizia somente: “Atenção! O Tobias Figueiredo vai saltar ao primeiro poste e marcar”. O Iuri não chegou com o bilhete a tempo.

Com o três a um o jogo acabou. Só não acabou para o árbitro. O Jonathan é expulso. O Inácio também. Ninguém compreende por que razão nenhum jogador ou elemento do banco do Arouca também não é castigado. Coisas que estamos habituados.

No final, o jogo pareceu mais fácil do que foi e do que se previa. É verdade que o Rui Patrício não fez uma defesa. É verdade que o André Martins ainda fez o favor de falhar um golo certo. Mas também é verdade que marcámos praticamente todas as oportunidades que criámos, ao contrário do costume.