segunda-feira, 30 de junho de 2014

Interlúdio dos oitavos de final





Brasil vs Chile 
Eu sei que muitas vezes jogam com catorze, mas não sei até que ponto é legal uma equipa jogar em casa e com doze, ainda para mais uma senhora, a Nossa Senhora de Caravaggio. O que é certo é que o mesmo santeiro já usou a mesma tática noutra seleção e noutro campeonato e, mesmo assim, morreu na praia. Portanto, sorte para eles.

Uruguai vs Colômbia
Na minha opinião, num jogo de futebol, os mais caceteiros merecem sempre perder ainda para mais quando do outro lado temos jogadores tocados pelo génio. Parabéns Cafeteros e cuidado com as santas.

Holanda vs México
Bom jogo, aguerrido, suado e muito equilibrado. Acho que houve um vencedor justo mesmo que com a marca das “compensações”, muito habituais na arbitragem portuguesa. Pode ser que ainda consigam uma meia-final, quer a Holanda quer o "querido" do árbitro.

Costa Rica vs Grécia
Dois “patinhos feios” mas com muita vontade, força, organização e futebol. As temperaturas e a humidade eram altas mas jogaram mais de 120 minutos com mais velocidade do que aquela com que os nossos rapazes twitavam e com mais convicção do que aquela com que o Bento defende o seu posto. Provavelmente a Grécia merecia passar pelo que fez no jogo mas como já a vi tantas vezes a fazer o contrário, ganhar sem merecer, provavelmente é altura de provar o seu próprio veneno e deixar os moços da Costa Rica fazerem de Grécia. De qualquer modo, por mim, os “ticos” já são campeões... e a Grécia também.

sábado, 28 de junho de 2014

Slimani e a Primavera Árabe

O Slimani está a impulsionar a Primavera Árabe na Argélia. De forma dolosa e intencional, marcou à Rússia e à Coreia. É necessário que a Federação Portuguesa de Futebol esteja atenta a isto e puna quem tem que punir. Neste caso, o Sporting e o seu jogador.

   

(Há efeitos secundários desta atuação dolosa e intencional. O nível de azia dos comentadores dos jogos da Argélia está idêntico ao dos meus triglicerídeos).

sexta-feira, 27 de junho de 2014

Podia ter sido mas não foi

Podia ter sido mas não foi. Esta era uma das frases preferidas do meu pai. Cortava cerce qualquer justificação. Acertou-me o passo várias vezes com ela. É importante saber o que foi e como foi, não para imaginar o que poderia ter sido, mas para pensar o que será e como será.

Há uma linha muito ténue que separa a convicção da estupidez. Espero que o Paulo Bento tenha compreendido onde ela se situa. É positiva a escolha de um núcleo duro de jogadores. Não se pode confundi-la com amiguismo. O futebol é jogado a correr e com permanentes disputas de bola com os adversários. Quem não consegue correr e tem medo de levar umas porradas e dar outras não pode jogar. Não vale a pena adaptar jogadores a certas posições. É preferível levar outros que se adeqúem a elas.

Não foi o Antunes e vimo-nos em palpos de aranha nos dois últimos jogos pelo lado esquerdo. O William Carvalho é um seis. Tem a atenção ao jogo de um seis, passa a bola como um seis, posiciona-se em relação aos defesas e aos seus colegas da frente como um seis. Não vale a pena colocar a Maria Amélia do Veloso a seis a fingir que sabe o que está a fazer. O Meireles está incapacitado para a prática de qualquer desporto, incluindo a bisca lambida. Qualquer outro jogador fará sempre melhor o lugar. Aparentemente o Varela dá sorte. Mas a nossa sorte melhorará se jogarmos com onze, substituindo-o por uma pata de coelho. Se não temos avançados jogamos sem eles. Tudo é preferível a jogarmos com menos um.

É simples fazer a síntese desta pantominice da nossa participação no Mundial 2014 tendo em vista a preparação do Europeu 2016. Os jogadores podem ser arrumados em três grupos:

  • Jogadores que nunca mais queremos ver na selecção: Meireles, Postiga, Hugo Almeida, Éder e Varela;
  •  Jogadores que queremos continuar a ver na selecção: Pepe, Coentrão, William, Moutinho, Nani e Ronaldo; 
  • Jogadores que podem continuar se não se arranjar melhor: Patrício, Eduardo, Beto, Bruno Alves, Costa, Neto, Veloso, Vieirinha, Ruben Amorim. 

Não mencionei o Rafa e o André Almeida. Não foram fazer nada ou, por outras palavras, foram fazer número. Há que equacionar a possibilidade de levar somente 21 jogadores.

Este é um bom começo. Sai quem tem que sair. Fica quem tem que ficar. Substitua-se quem tem que sair e quem deve ser substituído por melhor. É um conselho simples e gratuito. Não precisam de pagar e, muito menos, de ouvir o Carlos Daniel, o Bruno Prata ou aquele rapaz de carapinha que fala que nem um perdido na SIC e de que não me lembro o nome.

terça-feira, 24 de junho de 2014

Entrapados e mal pagos



«Algo estranho aconteceu a esta seleção portuguesa. Dez dos 23 jogadores tiveram problemas musculares desde o início do estágio. Sucessão de lesões é anormal.»
Jornal Público

«Ninguém pior que Portugal: cinco lesões entre catorze problemas. Limitações graves ou pontuais para mais de metade do grupo de Paulo Bento, sem igual nas outras seleções que disputam o Mundial.»
TVI

«Alta tensão entre Bento e clínicos.  Selecionador à beira de um ataque de nervos com novos casos de baixas na equipa.»
Correio da Manhã

Avião para o regresso da Seleção Nacional

segunda-feira, 23 de junho de 2014

Antes de o ser já o era

Os jogos da seleção correram mal antes de começar. Não falo da convocatória. As equipas adversárias condicionaram sempre o nosso jogo sem que, em contrapartida, tivéssemos condicionado o deles. Condicionados pelo jogo dos adversários e sem condicionar o deles, as lesões e as substituições precoces ainda nos condicionaram mais.

Os EUA jogaram com rapidez pelas laterais. Tivemos que adaptar o jogo da equipa para evitar essas saídas rápidas dos laterais. Aparentemente não estávamos preparados para contrariar este ponto forte. Os EUA, por outro lado, aproveitaram sempre esse ponto fraco do lado esquerdo da defesa, decorrente de jogarmos em 4x3x3 sem que ninguém no ataque descaísse para aquele lado quando perdíamos a bola. A meio da primeira parte estávamos a jogar em 4x4x2.

Para condicionar o jogo do adversário, então, devíamos ter jogado com dois extremos rápidos que dificultassem as saídas dos laterias (o Varela ou o Vieirinha deviam ter sido opções de início). Sendo assim, o Cristiano Ronaldo tinha que jogar no meio, como, aliás, jogou. Porventura, devíamos ter jogado em 4x4x2 como acabámos a jogar. O problema é que a jogar em 4x4x2 o trio maravilha do meio-campo de Paulo Bento (Veloso, Meireles e Moutinho) não pode jogar. Um, pelo menos, tinha que ir à vida.

A diferença entre o William Carvalho e o Miguel Veloso é bem evidente. Pela presença física, pelo posicionamento, pela capacidade de marcação, pela capacidade de passar a bola de primeira sem rodriguinhos desnecessários e que só encravam o jogo. Mas não chega, como se viu. Quando temos a bola, quer o Moutinho, quer o Meireles ou encontram-se na mesma linha do Carvalho ou recuam para junto dele para receberem a bola no pé. Espaço entre linhas, como se costuma dizer no futebolês nacional, não há.

O primeiro golo dos EUA, com o Rui Patrício, tinha sido um frango. Com o Beto, foi um remate indefensável. Esse golo é um hino à nossa falta de concentração. O Nani é displicente a cortar a bola. Reage tarde e só toca ligeiramente na bola. Depois é ultrapassado infantilmente pelo adversário, que faz um arranque a diesel. O remate sai forte e colocado, mas sem balanço e de muito longe. O Beto tinha dado dois passos atrás, pouco antes do remate. Está mal colocado junto da linha de baliza. Fia-se no golpe de vista, por (má) convicção ou por falta de reação atempada.

O segundo golo foi uma repetição das inúmeras jogadas pelo lado direito do ataque dos EUA. O Veloso marca o jogador adversário com os olhos. O Bruno Alves, como em todas essas jogadas, nunca se deslocou para fechar esse lado. Correu para trás, mas mantendo sempre a posição relativa face ao adversário. Em desespero toca na bola. Demora três quartos de hora a levantar-se. Deixa o avançado em jogo que marca com a barriga. É uma alegoria para uma equipa que foi para o Brasil com o Rei na barriga e pensou que isso bastava. O Rei estava menos Rei do que o costume e, por isso, sobrou barriga para tão pouco Rei.


(Não vou brincar com o André Almeida. O rapaz fez o que pôde. Aos vinte minutos estava lesionado. A culpa não é dele nem dos restantes jogadores. A culpa é de quem convocou jogadores lesionados ou em riscos de lesão, que os treinou mal e que nunca soube organizá-los e contrariar os adversários).

A Um Passo do Sucesso


sábado, 21 de junho de 2014

Sabemos como é que tudo acaba

Amanhã o jogo é decisivo. Não se pode perder. Empatar é encomendar a alma (a Deus ou ao Diabo). Resta ganhar.

Para ganhar é necessário mudar. Não basta mudar fruto das circunstâncias (lesões e castigos). É necessário mudar mais: jogadores e atitudes.

Se assim não for, sabemos como é que tudo irá acabar. Só ainda não sabemos quem é que vai esmurrar o árbitro. O João Pinto está lá, mas de blazer. O Pepe já fez o serviço no jogo anterior. Será o Bruno Alves desta vez? Será mesmo o Paulo Bento? Aceitam-se apostas.

quinta-feira, 19 de junho de 2014

Humildação



Em Espanha foi-se o rei e foi-se a seleção. Em Portugal, o presidente Cavaco e a seleção balançaram, tropeçaram mas ainda não caíram. À falta de outro assunto, procuram-se culpados. Para o rei e para o presidente é fácil encontrar um culpado, são “coisas da idade”, senilidade galopante, alzheimer etc., etc. Para as seleções, a explicação séria é mais complexa mas a abordagem mais popular é dizer que a culpa foi dos jogadores, de alguns. Mas será que a culpa foi mesmo só dos moços? Nem o Jorge Mendes conseguiria vender tal ideia, pelo menos com o habitual lucro.
Reza a narrativa que os mesmos que agora dizem que o rei vai nu, foram aqueles que elogiaram a beleza do traje real momentos antes. Se os trombeteiros da imprensa desportiva, constroem época atrás de época, campeonato atrás de campeonato, seja do Mundo, da Europa ou do “nosso bairro”, os gigantes que imaginam ou com que sonham ou desejam, por que razão é que quando esses gigantes tombam, à mercê dos seus pés de barro, a culpa é apenas dos “gigantes” e não também dos fabuladores da imprensa que os criaram?
Voltemos aos culpados. A culpa tem que vir de algum lado. Existem para isso, tal como nas esquadras de bairro, os “suspeitos do costume”. A culpa foi do clima, do árbitro e do Rui Patrício, principalmente deste último. Todos os outros intervenientes selecionaram, treinaram e jogaram ao seu melhor nível. E assim, com a exceção do Patrício, do clima e do árbitro, todos fizeram uma exibição memorável. Não quero referir nomes para não correr o risco de me esquecer de algum. Mas que foi memorável foi e que afinal é este o nível deles, também é. O resto são fábulas.
Não me custa admitir que o guarda-redes não esteve, aqui e ali, bem. Tenho é dificuldades em referir alguém, do nosso lado, que tenha estado bem. Dizem que foi a pressão. Até pode ser verdade pois dias depois ouço o "deus" Mourinho a dar mais tiros nos pés numa demonstração prática daquilo que é um português sob pressão… habitualmente só sai trampa!
Espero que a humilhação e o banho de humildade tragam benefícios. A solução poderá passar pela humildação.

PS E sosseguem que no próximo jogo o William vai lá estar, quanto mais não seja porque é preciso garantir a existência de pelo menos um “suspeito do costume”. Nunca se sabe quando será preciso um.