domingo, 30 de agosto de 2015

Académica? Sporting? Quem são esses?

A bandalheira continua. Ainda existem uns tantos tontos sportinguistas que consideram que isto tudo é por acaso; que devemos nos primeiros dez minutos estar a ganhar por cinco a zero; que devemos ter 100% de posse de bola para evitar qualquer interferência do árbitro.

Se não querem que o Sporting jogue o campeonato, digam. Se não querem o Jorge Jesus a treinador o Sporting, digam. Se querem que volte ao Benfica, digam. Não brinquem é com as pessoas que pagam bilhete para ver os jogos, que partilham essa festa com os amigos e familiares, e com todos aqueles que consideram que o futebol é um desporto e nada mais do que isso.

O resultado? Os jogadores? A quem é que isso interessa? O futebol é uma coisa de árbitros e são esses que verdadeiramente interessam.

sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Isto não é para meninos

Antes do jogo com o CSKA escrevi isto. Não é um exercício de grande premonição. Hoje o Leão de Alvalade acrescenta o que faltava.

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

… e não se fala mais nisso

O Sporting devia ter jogado mais; o CSKA devia ter jogado mais também; o árbitro devia ter jogador menos; e não se fala mais nisso.

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

O regresso da WWE

A Liga dos Campões é um excelente programa de entretenimento. À imagem do Wrestling, do WWE, por exemplo, toda a gente sabe á partida quem ganha. No entanto, ninguém se descai. Para quem não esteja atento, até parece que tudo é verdade. Todos participam no espetáculo e ninguém se sente defraudado. Há uma grande diferença relativamente à Liga dos Campeões. No Wrestling recebem todos: os árbitros, o vencedor e o perdedor. Na liga dos Campeões, o perdedor não leva nada. Para castigo, mandam-no remar para as galeras da Liga Europa.

O Sporting sabia qual era o seu papel. Muitos outros clubes também sabem. Desportivamente a Liga dos Campões não lhes interessa para nada. Só lhes interessa o “guito”. O que é desagradável é fazerem o papel que lhes está destinado sem receberem por isso.

Há dois ou três pontos a favor da arbitragem de hoje e do jogo da semana passada. O primeiro é a coerência. Os jogadores do CSKA podem sempre jogar a bola com a mão, não havendo qualquer distinção se o fazem para evitar ou para marcar um golo. O segundo é o sangue frio e a coordenação de toda a equipa. Quando não é para ver nada, ninguém vê nada, não importando se se é árbitro de baliza, fiscal de linha ou árbitro principal ou se se está mais próximo ou mais distante do lance. Numa situação de desespero, como no golo anulado ao Sporting, há um deles que sabe o que tem de fazer e o que deve ser feito. Não se atrapalham com decisões contraditórias.

Como costumo dizer, futebol não é patinagem artística. Merece ganhar quem ganha e ganha quem merece ganhar. Contam somente as que o árbitro diz que entraram. Se assim não fosse, talvez tivéssemos empatado e merecido passar à fase de grupos. Sendo assim, perdemos e não merecemos passar à fase de grupos.

Hoje como ontem

Parafraseando Karl Marx, esse grande treinador do CSKA, a história repete-se, primeiro, como tragédia, depois como farsa. No Sporting repete-se vezes sem conta como farsa.

Em determinadas fases do ciclo de uma Direção, apostam-se as fichas todas numa equipa, num treinador, num projeto, como às vezes se diz quando não se tem nada para dizer. Lembramo-nos de várias dessas apostas. Lembramo-nos das consequentes farsas: das unhas do Jorge Gonçalves, da contratação do Bobby Robson e, mais tarde, da sua substituição pelo professor Queiroz, do Domingos e do xeque e da vassoura do Duque.

Algumas destas apostas tinha razão de ser. Outras, foram só para aliviar a pressão dos adeptos e tentar sobreviver. Todas tiveram um elemento em comum: a convicção dos adeptos que “desta vez é que é”.

Este ano o Sporting fez uma destas apostas. O Benfica tem pior equipa e uma anedota de treinador. O Porto tem uma boa equipa, mas mantém um treinador que provou ser uma anedota. O Sporting não tem melhor equipa do que os seus principais adversários. Até tem uma equipa algo pior do que a do ano passado (não há nenhum jogador que chegue aos calcanhares do Nani). Tem é um treinador muito melhor do que os dos seus adversários, tendo colocado todas as fichas na sua contratação.

As apostas anteriores terminaram em farsa. Não existe nenhuma razão para que esta não termine da mesma forma. Os últimos jogos deram todos os sinais. Os árbitros não brincam em serviço. O Jorge Sousa e o Xistra fizeram tudo o que estava ao seu alcance. O que estava ao seu alcance não chegou. Há terceira foi de vez.

Já se começa a duvidar dos jogadores e do treinador. Dentro em breve, serão os jogadores a duvidar de si próprios. Quando duvidarem de si próprios ainda mais depressa duvidarão do treinador. Do treinador ao presidente será um passo.

Qualquer aposta do Sporting na conquista do campeonato passa, em primeiro lugar, pela execução de uma estratégia de marcação época a época, jogo a jogo, dos árbitros. Não sei se tem sido tentada. Se foi, tem-se revelado pouco persistente e eficaz. Um Direção que não compreenda isto e não execute dia após dia essa estratégia, não se distraindo com personagens menores e com a voragem da comunicação social e das redes sociais, está condenada a repetir a história.

sábado, 22 de agosto de 2015

Com ou sem Jorge Jesus

A ingenuidade paga-se cara. A Direção e os adeptos acreditavam que bastava mudarem de treinador. Não bastava. Hoje foi evidente. A equipa não joga o suficiente para contrariar tudo o que lhe acontece em campo. Não sei se é possível vir a jogar um dia: com ou sem Jorge Jesus.

A dualidade de critérios não foi evidente. A dualidade foi vergonhosa. Depois dos dois lances do Simani na área, o penalty a favor do Paços de Ferreira só pode ser a anedota do ano. Para que fosse de facto uma anedota só faltava a expulsão do João Pereira.

A ópera bufa não estava concluída. Era necessário acabar em beleza. Dar só três minutos de desconto, assinalar uma falta no último minuto e não a deixar marcar, depois de um jogador do Paços de Ferreira ter sido assistido já depois dos noventa minutos, só para se acabar em gargalhada.

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Uma outra vez

As encomendas da UEFA e da FIFA são muito mais refinadas. Não creio que o Vítores Pereiras lá do sítio telefonem antes dos jogos a dar moral aos árbitros. Na pior das hipóteses, acordam com uma cabeça de cavalo como companheira.

O árbitro que nos calhou em sorte na Liga dos Cempões – sorte não quer dizer sorteio – tinha a pinta toda. Rosto cerrado, gestos firmes, emanando autoridade. Não desatou a gamar com a fuçanga toda, como os do nosso campeonato. Limitou-se a usar critérios diferentes para situações idênticas. Não beneficiou o CSKA diretamente. Só prejudicou o Sporting. O CSKA só saiu beneficiado indiretamente, isto é, na exata medida do prejuízo infligido ao Sporting.

O penalty a favor do CSKA foi corretamente assinalado. Quando o Jefferson percebe que não vai conseguir chegar primeiro á bola, tenta ainda tirar o corpo. Só que o contacto era inevitável e a falta evidente. O lance do Bryan Ruiz é similar. O defesa quando percebe que não consegue chegar à bola primeiro, tenta desviar-se, mas o choque era inevitável e a falta também.

O golo do CSKA é legítimo. O jogador não está em fora-de-jogo. O problema não está no golo. Está num lance exatamente idêntico, poucos minutos antes, quando é marcado um fora-de-jogo inexistente ao Slimani. O Slimani ficava isolado e de frente para a baliza.

O penalty não assinalado mais tarde, por corte com a mão do defesa central do CSKA, é diferente. Desde o jogo do ano passado contra o Schalke 04 que comecei a perceber o papel doa árbitros colocados na linha de fundo. Não servem para praticamente nada. Não se compreende a necessidades de os ali colocar. Só servem um único propósito: assinalarem de forma casuística umas faltas – existentes ou inventadas – de forma a ilibar de responsabilidades o árbitro principal. É que no fundo ninguém sabe quem são, nem ninguém se irá lembrar dos seus nomes mais tarde.

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Uma, outra e outra vez ainda

Três jogos oficiais, três gamanços, três vitórias. É difícil acontecer-nos pior. É difícil conseguir melhor. Os resultados escondem o que nos vem acontecendo. Nem sempre assim será. Vamos ater-nos ao jogo contra o Tondela. Em melhor oportunidade, regressaremos ao tema e aos restantes jogos. 

O golo do Tondela envolve quatro potenciais decisões de arbitragem. Todas as decisões penalizaram o Sporting.

O golo começa num livre mais do que duvidoso. O Naldo protege bola, tem-na sempre controlada, está sempre com ela junto aos pés, o adversário toca na bola, mas em nenhum momento fica com ela. Depois do toque na bola, ao Naldo bastou-lhe rodar para continuar a controlá-la, tanto mais que o adversário o tinha contornado em sentido contrário para a disputar. Os dois jogadores estão agarrados. O árbitro decidiu que o agarranço do Naldo era melhor do que o do adversário.

Livre marcado e golo do Tondela. Antes da bola entrar, há um jogador do Tondela que a toca para frente, deixando em fora-de-jogo o seu colega que iria marcar o golo. O árbitro não marcou falta. O marcador do golo domina a bola com a mão e empurra-a para a baliza. O árbitro não marcou falta e não mostrou o consequente amarelo.

Em quatro decisões potenciais, duas têm relação direta com o golo (fora de jogo e domínio da bola com a mão). Uma tem relação indireta com o golo (falta do Naldo). Outra não tem qualquer relação com o golo (eventual amarelo).

O golo marcado pelo Sporting é antecedido de um lançamento de linha lateral. O João Pereira ao fazê-lo coloca o pé de apoio para lá da linha lateral. A bola vai para a área e é disputada de cabeça por vários jogadores. Ganha um jogador do Tondela, ressaltando a bola para dentro da área. Dois jogadores – um do Tondela e outro do Sporting – disputam a bola. O jogador do Sporting chega primeiro e o jogador do Tondela faz falta. A bola é colocada na marca de penalty, o Adrien corre para ela, remata e faz golo.

O erro do árbitro tem uma relação muito indireta com o golo. O lançamento de linha lateral não dá origem ao golo. Dá origem a um corte da defesa do Tondela. Depois desse corte, ainda há uma disputa de bola. Essa disputa de bola dá origem a um penalty claro. O penalty teve de ser marcado e só depois é que foi golo.

É verdade que todos os acontecimentos no universo estão relacionados. O bater de asas de uma borboleta no Japão pode dar origem a um terramoto nos Estados Unidos. Mas o João Pereira não tem ar de borboleta (apesar de ter parecido uma libelinha quando apanhou com o Usain Bolt do CSKA) e os resultados no futebol não se medem com recurso à escala de Richter ou de Mercalli.

Equiparar os erros do árbitro num e noutro golo é intelectualmente desonesto. Os lances só seriam equiparáveis se o João Pereira tivesse efetuado o lançamento lateral diretamente para a baliza e a bola, sem tocar em ninguém, tivesse entrado. Aliás, estamos disponíveis para trocar trezentos e cinquenta e oito lançamentos de linha lateral iguais ao do João Pereira por um golo por jogo com a mão. Se nos permitirem essa troca, ainda dispensamos o fora-de-jogo.

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Atrás do “guito” da Liga dos Campeões

Precisamos do “guito” da Liga dos Campeões como de pão para a boca. Melhor dizendo, sem o “guito” da Liga dos Campeões não há pão para boca, pelo menos para a do Jorge Jesus, que não é propriamente um rapaz de pouco sustento. Não nos interessa a Liga dos Campeões para nada. Só nos interessa o “guito”.

Enquanto contamos com o Bryan Ruiz, a equipa joga umas coisas. O problema é que o Bryan Ruiz ao fim de meia hora deixa-nos entregue ao destino. Há jogos, como o de hoje, em que o destino não nos reserva nada de brilhante.

Quando nos reservam para um jogo da treta o árbitro da final da Liga do Campeões do ano passado, a malta desconfia. Os árbitros da UEFA e da FIFA não são menos manhosos os do nosso campeonato. São é manhosos competentes. Quando se escolhe o melhor dos manhosos, é porque se quer assegurar que nada corre mal.

O árbitro de um lado e o Usain Bolt do outro, iam acabando connosco. Valeu-nos o Rui Patrício e falta de jeito do CSKA. Mesmo assim, o Slimani podia ter marcado por duas vezes. Se tem marcado pelo menos uma vez, não sei se a rapaziada não teria ganhado outro ânimo.

Na segunda parte, depois da entrada do Aquilani e do Gelson as coisas mudaram. Passámos a controlar ao jogo e a estar sempre por cima do adversário. Antes disso o árbitro fez o favor de não marcar um penalty a nosso favor com uma falta exatamente igual à do Jéfferson na primeira parte que deu o penalty a favor do CSKA. Não satisfeito, ainda perdoou mais um penalty à rapaziada russa. Neste caso, o central impediu, com um excelente contra, um afundanço do Slimani.

Até que o Aquilani fez um passe magnífico para o Slimani que, aguentando a carga do defesa, tabelou com o Carrillo e rematou com o pé que tinha mais à mão. De todas as oportunidades que dispôs acabou por marcar a mais difícil. Seria um crime não aproveitar o passe de calcanhar que o Carrillo inventou.

Ganhámos. Por poucos, é verdade, mas ganhámos. Está tudo em aberto para a segunda mão. Vamos ver se a UEFA não nos arranja outra encomenda. Se não nos arranjar, como disse o Jorge Jesus no final do jogo, dificilmente não voltaremos a marcar.

terça-feira, 11 de agosto de 2015

Reviver o Passado em Brideshead

A débacle do Sporting, que começou com o Bettencourt e culminou com o Godinho Lopes, tem um responsável principal: Jorge Jesus. No início da década anterior tínhamos ganhado dois campeonatos. Com o Paulo Bento, na segunda metade da década, passámos a disputar o campeonato com o Porto até ao fim, ficando, com mais ou menos gamanço à mistura, sempre em segundo lugar. Pelo caminho, ganhávamos umas Taças de Portugal.

Não imaginávamos o Sporting sem o Paulo Bento. Eram os tempos do Paulo Bento “forever”. A ambição era contida e as contratações também. Ir à Liga dos Campeões era o único objetivo; porque os objetivos eram estritamente financeiros e de curto prazo.

Com a chegada do Jorge Jesus ao Benfica tudo mudou e mudou desde o início. Prometeu por os jogadores a jogar o dobro e assim fez. Ganhou jogos atrás de jogos, quase sempre de goleada. De repente, percebemos que o nosso modo de vida não bastava. Iniciámos a nossa fuga em frente, que só terminou na época em que ficámos em sétimo lugar.

Vieram o Pongolle, o Torsiglieri, o Zapater, o Boulahrouz, o Xandão, o Pranjic, o Gelson Fernandes, o Turan, o Jeffrén, o Bojinov e o Ribas. Contratámos o Carvalhal, o Paulo Sérgio, o Couceiro, o Domingos, o Sá Pinto, o Oceano, o Vercauteren e o Jesualdo. A vertigem impedia-nos de pensar. Descíamos aos infernos, enquanto nos prometiam o céu. Um dia batemos no fundo, embora no dia anterior ainda nos prometessem amanhãs que cantam, ao mesmo tempo que se vendiam jogadores para se pagarem salários.

Com a saída do Jorge Jesus do Benfica e a sua chegada ao Sporting, os nossos vizinhos da segunda circular correm sérios riscos de reviver este nosso passado recente. Ou o Rui Vitória é o que não parece ser - um treinador de equipa grande – ou então vem tudo por água abaixo. A pressão sobre o treinador e, principalmente, o Luís Filipe Vieira vai aumentar. A desorientação está ao virar da primeira esquina. O Mitroglou e o Jiménez podem constituir o início da fuga para a frente.

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Um Sporting de meter medo

Impressionou a diferença entre as duas equipas. De um lado, uma equipa a correr, a pressionar e a procurar ganhar o jogo. Do outro, uma equipa com receio do adversário, sem uma ideia de jogo, sempre com medo de perder. O Benfica não criou uma oportunidade de golo, nem sequer esteve perto de a criar. Em contrapartida, o Sporting, sem fazer sequer um bom jogo, podia ter esmagado o adversário.

Os mesmos jogadores com um treinador diferente constituem uma equipa diferente. O Jardel voltou a ser o perna-de-pau que nunca deixou de ser. O Talisca é o “flop” que todos sabemos. O Ola John é inconsequente. O Jonas, sozinho no ataque, é inofensivo.

No Sporting, a maior parte dos jogadores não mudou, mas a equipa mudou. No ataque, joga-se mais na profundidade. Há menos apoios frontais e parvoíces do género. O Slimani desmarca-se sistematicamente para as costas da defesa, em deslocações mais verticais ou em diagonais. Nas suas costas, está sempre alguém a desmarcar-se também, para aproveitar o espaço que resulta da necessidade de, pelo menos, um defesa central acompanhar as deslocações do Slimani. A defesa avança mais e torna o campo mais pequeno. Expõe-se ao erro, mas não deixa grande espaço para o adversário jogar.

Agora, este sistema de jogo não dá descanso aos jogadores. O Sporting tem dificuldades de ter a bola e jogar devagar. O João Mário tem a noção da necessidade de, por vezes, parar o jogo e jogar para o lado e para trás. Mas a vontade é sempre a de jogar para a frente quando se ganha a bola. Vamos ver se os jogadores aguentam esta vertigem durante a época toda.

Ganhámos ao Benfica, atual campeão nacional. Ganhámos a Supertaça. Ganhámos sobretudo uma equipa que mete medo, um medo que se entranha na cabeça dos adversários e que os tolhe.

domingo, 2 de agosto de 2015

Um Sporting à Jesus

O que sempre impressionou nas equipas de Jesus é o posicionamento da defesa, quase sempre em cima da linha do meio-campo, e a sua capacidade de ir avançando e recuando em função da maior ou menor liberdade do jogador adversário que tem a bola e das desmarcações dos adversários para a suas costas.

Ontem, viu-se tudo isto contra a Roma. Com a bola, o adversário fica com o campo curto. Agora, isto implica uma enorme disponibilidade dos avançados para pressionarem a saída da bola pela defesa e recuarem quando os adversários conseguem passar. Implica uma enorme atenção dos defesas centrais. O mínimo deslize e abrem-se trinta metros para qualquer avançado correr isolado para a baliza. O Ciani cometeu esse deslize na África do Sul e levámos logo um golo.

Os extremos parecem jogar mais por dentro. Abre-se mais espaço para os laterais. O Jéfferson para dispor de capacidades para aproveitar; o João Pereira não. Este modelo também parece deixar os dois médios mais protegidos. No Benfica, o meio-campo estava sempre em desvantagem. Quando o adversário saía com rapidez, o trinco e os centrais ficavam entregues a si próprios. No Benfica dava para cortar esses lances à morteirada, sem riscos de expulsão. No Sporting não será assim.

O ataque vive de bolas paradas e de transições rápidas, após a recuperação rápida da bola. A equipa mete muito jogadores dentro da área quando ataca. Aliás, só mete lá a bola quando estão reunidas essas condições.

Este modelo de jogo tem tudo para asfixiar as equipas pequenas, sobretudo em Alvalade. Com as equipas melhores vai ser mais difícil. Ontem, contra a Roma, ganhámos com essas qualidades. Vamos ver se essas qualidades superam os defeitos – ou os riscos – quando tivermos que jogar a sério contra equipas como a da Roma. Não vemos ter de esperar muito. É só esperar pelo próximo fim-de-semana.