sábado, 31 de dezembro de 2016

A um “Danoninho” de qualquer coisa

Ontem, para a Taça Lucílio Batista, assistimos a mais um jogo do Gelson contra o resto do mundo. O Varzim foi o menor dos obstáculos. Os colegas de equipa e ele próprio são obstáculos maiores. Os colegas na dúvida, e bem nesta altura, passam-lhe a bola. Ele faz o que lhe pedem para fazer. Vai para a baliza da forma mais direta possível, torneando os pinos que lhe vão aparecendo pelo caminho.

O problema está sempre no último passe. Umas vezes, porque os avançados não aparecem com a rapidez e a acutilância necessárias (ficamos sempre na dúvida se com o Slimani aquelas bolas a atravessar a pequena área não acabariam lá dentro). Outras vezes, porque acaba tudo num centro um pouco para a molhada ou num passe um pouco mais para trás ou para a frente do que o desejado.

Estamos a um “Danoninho” de passar à fase seguinte. Também estivemos a um “Danoninho” de passar à Liga Europa e não conseguimos. Nesta altura, com o desenrolar da época, não nos podemos dar ao luxo de desperdiçar mais nenhuma competição, até mesmo a Taça Lucílio Batista. Esta falta de margem de manobra para errar acaba por pesar nas pernas do William Carvalho, do Adrien e do Gelson Martins e de mais um ou outro.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

Prognósticos só no fim da época

Apesar da época do ano ser dada a balanços a época futebolística vai a meio e portanto é uma altura no mínimo arriscada para fazer uma avaliação. Ainda assim vou arriscar, mas sem prognósticos, só a olhar para o que se passou na "1a parte".

Começo por dizer que ser corrido da Champions não é vergonha nenhuma. 15 dos 16 clubes que se apuraram estavam no pote 1 ou no 2, portanto a menos que se adopte a passagem administrativa não vejo como tornar este 'sistema' mais eficaz para qualificar os favoritos. Nem sequer se apurar para a Liga Europa já envergonha qualquer coisa, seria muito não fosse o facto do Sporting até ter deixado uma imagem positiva na prova. No final do dia contavam mesmo era dois jogos, andámos distraídos com os outros quatro...

Pela Taça ainda andamos. Ainda não percebi se calhámos com o Chaves ou com o Capela. Os dois juntos são fortíssimos (eliminaram o Porto, limpinho) em separado tenho mais medo do Capela do que do Chaves. A ver vamos se estou a subestimar os Flavienses.

Quanto ao campeonato não sou dos que pensam que a culpa de não irmos em 1o é toda dos árbitros. Mas também não me parece justo dizer que a culpa é toda da equipa do Sporting. A verdade andará algures pelo meio.

Sobre a parte que não vemos, não há muito a dizer para além disto. Não fossem histórias como as que se leram em 2016 no "Football Leaks" virem mostrar que esta é uma indústria em que são todos bons rapazes, eu começava a achar que tanto erro para o mesmo lado era suspeito.

Quanto ao que podemos ver, parece claro que não tínhamos equipa para jogar em alto nível duas vezes por semana. Na hora de escolher optámos por uma prova onde apenas jogamos prestígio (e Euros). Não creio que tenha sobrado grande prestígio, os Euros havemos de ver. O que já não vemos de volta são os pontos perdidos em Vila do Conde, Guimarães, Choupana, em casa com Tondela, e na Luz. Esses já foram. Quanto a mim, a ideia era ir buscar jogadores com potencial para serem titulares, impor uma lógica de ter 'duas opções para cada posição'. Era essa estratégia para estar em várias frentes. O que se tem visto é que estes potenciais titulares ou estão em adaptação, ou estão desmotivados por jogarem pouco, ou jogam mesmo pouco. O resultado é que nem temos os tais titulares para as duas frentes, nem os suplentes que precisamos quando temos metade da equipa esgotada. Acho que fariam falta mais "Brunos César", contratações que podem não fazer sonhar mas que se revelam bastante úteis.

Aproveito para desejar a todos um excelente 2017!

sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

Boas Festas

Por motivos profissionais inadiáveis não pude ver o jogo de ontem praticamente todo. Fiquei atento às notícias. As notícias hoje são SMS para o telemóvel. Como não recebia nenhuma boa nova comecei a imaginar umas festas à moda antiga. Saí a correr e ainda deu para ver cerca de 15 minutos finais, incluindo descontos. Parece que o árbitro não assinalou mais um pénalti. Não havia oftalmologista por perto. Num dos últimos goles de cerveja o Das Bost marcou. A malta invadiu o campo. Ganhamos. Afinal valeu a pena. Boas Festas!

segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

Ou quase...

A previsibilidade do jogo do Sporting tornou-se uma das suas notas artísticas de referência. Elevar a previsibilidade a umas das belas-artes é interessante mas curto para quem ambiciona qualquer coisa. Não se trata apenas de uma hipotética baixa de rendimento, ou cansaço (nesta altura da época?) de alguns elementos, não, o jogo é pastoso, redundante, indeciso e, quando não há Gelson a soltar as amarras da imaginação, resta bombear o sangue todo para o Bost.

Foi assim ontem, mais ou menos. Na primeira parte o Braga aproveitou os desacertos dos laterais e das laterais, para objectivamente, e em contra ataques rápidos tentar chegar ao golo. O Sporting continuava como se nada fosse, deixando o tempo rolar, jogando no limite estapafúrdio do risco. Mas sem criar, praticamente, perigo junto à baliza adversária. O Abel que na noite anterior tinha lido dois manuais de treino básico e observado 2 ou 3 jogos do Sporting em casa, conseguia perfeitamente prever parte do filme, incluindo a entrada leonina fulgurante na… segunda parte. Nada de novo, portanto.

Na segunda parte, não estivéssemos nós em época natalícia de partilha, tornamos o quase e o quase-quase um símbolo digno da nossa camisola. Num quase de cariz semelhante o Braga enviou uma bola ao ferro e na sequência marcou. O quase já não chegava e de repente todos os jogadores do Braga ficaram doentes, lesionados, entrevadinhos. O árbitro teve o seu momento ao… quase assinalar um penalti e nós assim quase que empatávamos.

Já se percebeu que há jogadores quase de saída. Ou outros que quase que chegavam a jogar. Outros ainda que quase já perceberam o que fazer em campo. O Das Bost não marcou. O Slimani já não mora ali. O Ruiz parece que também não. Ao Elias fica-lhe bem o banco. O Adrien e o William não mereciam esta prenda. O Rui também não. O Coates começa a ficar paranóico com as distracções do Semedo. O João Pereira continua com cara de miúdo. Nós continuamos a acarditar. Ou quase. 

Já há substituto!


quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

De inconseguimento em inconseguimento até ao conseguimento final

Vi os últimos vinte e cinco minutos da primeira parte e os últimos vinte minutos da segunda do jogo contra o Setúbal para a Taça de Portugal. Depois de duas derrotas e de uma semana do pior, corríamos o risco de perder o resto da época.

Como diria a nossa ex-Presidente da Assembleia da República, estivemos sempre à beira do inconseguimento. Então o Adrien, no penalty, inconseguiu duas vezes seguidas. O Rui Patrício também ia assegurando o inconseguimento dos jogadores do Setúbal.

Foi de inconseguimento em inconseguimento até ao conseguimento final. Da única maneira que parece possível nesta altura. Lance rápido do Zeegelaar a correr até à linha e a centrar para a cabeçada do costume do Bas Dost. Será que aprendemos com este golo e com os outros que o Bas Dost vai marcando ou é preciso fazer um desenho? É que não se percebe tanto inconseguimento.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

Num cinema perto de si

O ano passado no rescaldo da derrota com o Benfica em casa escrevi: Levamos muito a sério o falhar,falhar muito, falhar melhor. Se isto era verdade no ano anterior, neste, sem o Slimani e sem a imprevisibilidade do Teo, levámos a nossa máxima ao sopé (pelo menos) do Olimpo. 

Fosse apenas isso e ainda vá. Habituados estávamos. Mas outro pormenor se eleva perigosamente à categoria de máxima: sofrer, sofrer sempre, sofrer golos. Não bastava o sofrimento geral que nos engrandecia a alma sportinguista, eis que o sofrer se tonifica de novas nuances, personificando-se em sucessivos jogos a sofrer golos. De facto, quase todos os jogos contra equipas de algum nível (tenho algumas dificuldades em lá incluir o Tondela, perdão, o Benfica, mas vá la), coincidem na particularidade de encaixarmos golos na nossa baliza, muitas vezes de forma consentida, ou, se quiserem, distraída, pouco concentrada, inábil, infantil. Se calhar faltam aí os tais mais 10% por cento de foco que sobram, supostamente, de outras partidas.

Se a tudo isto juntarmos o trabalho sempre distraído, cegueta ou menos concentrado das equipas de arbitragem, e uma estratégia de mercado (salva-se o Bas Dost e ponto final) calamitosa, para não dizer inexistente, e temos argumento para um Armagedão com o Robert de Niro a fazer de Jesus e o Leonardo Di Caprio como o tristonho Bryan Ruiz. O saudoso Philip Seymour Hoffman seria o mais indicado para fazer de Bruno de Carvalho; como tal não é possível, as negociações continuam.

Não é necessário ser um cinéfilo atento para saber como acabam quase todas as películas de Hollywood: bem. Muito bem, mas apenas para os bons da fita. Resta saber agora quem são, afinal, os bons da fita desta história. E, já agora, quem são os figurantes. Não seremos nós?

domingo, 11 de dezembro de 2016

O jogo que se perdeu na pré-época

Não se marcou num lance e na resposta sofreu-se um golo. Não se marcou noutro lance e na resposta sofreu-se mais um golo. Pode-se falar de azar. Prefiro falar de pormenores. Nestes jogos, são os pormenores que ditam os vencedores. Os pormenores têm sempre que ver com a qualidade, ou falta ela, dos jogadores. Assim, este jogo talvez tenha sido perdido na pré-época. Foi nessa altura que não se acautelou a qualidade dos jogadores.

O jogo foi equilibrado na primeira parte. O Sporting teve boas oportunidades também. O golo do Benfica começa numa oportunidade do Sporting. Na sequência de uma jogada de andebol, o William Carvalho atrapalha-se com o Coates e permite o contra-ataque do Benfica. O passe do Rafa, a entrada do Sálvio e a falta de atenção do Zeegelaar fizeram o resto.

A segunda parte foi praticamente toda do Sporting.

 A entrada do Campbell mexeu com o jogo. Na primeira vez que tem a bola, vai à linha centrar atrasado para o Bas Dost rematar ao poste. Só que, na jogada seguinte, a bola andou por um lado e pelo outra da defesa do Sporting até acabar lá dentro depois de uma cueca ao Zeeglaar e de mais uma falta de atenção, agora do João Pereira.

O Sporting não desmoralizou. Lançou-se ainda mais no ataque. Os lances de golo sucediam-se, com o guarda-redes do Benfica a defendê-las todas. O Campbell fez mais uma arrancada e foi por ali fora até tirar um centro perfeito para o Bas Dost a encostar de cabeça para a baliza.

Até ao final, o Sporting continuou a tentar. Ficou a sensação que as forças não eram muitas. Sobretudo ficou a sensação que, com excepção do Campbell, o Sporting não dispunha de nenhuma alternativa no banco para refrescar a equipa. O Alan Ruiz foi uma verdadeira nulidade (ficámos literalmente a jogar com menos um). A última substituição a acabar o jogo, do Bas Dost pelo André, foi simplesmente para o Jorge Jesus tentar tirar um coelho da cartola.

O Sporting jogou bem. Dispõe de jogadores excepcionais. Dispõe de outros bons também. Em conjunto, não chegam para fazer uma equipa. É nestes jogos que estas insuficiências são mais evidentes. Os centrais e, especialmente, o William Carvalho e o Adrien controlaram o jogo e distribuíram-no com a propósito. O Gelson Martins esticou sempre o jogo e foi um permanente sobressalto. O Bas Dost esteve presente na área quando era necessário e quando foi bem servido (na primeira atirou ao poste e na segunda meteu-a). O Zeegelaar não serve. Não serve nem a defender nem a atacar. O Bryan Ruiz joga mal a segundo avançado. Complica sempre e não é agressivo. No lado esquerdo é melhor, mas não parece o mesmo da época passada. Com excepção do Campbell, tudo o resto é para deitar fora e quando mais depressa melhor.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

Homem com agá grande

Um tal de André Ventura, adepto do Benfica e comentador na Correio da Manhã TV ao que me dizem, dispõe-se a fazer no seu corpo uma tatuagem com imagem do Sporting se o Benfica perder. Parece de homem, mas não é. Não é, porque a expressão “imagem do Sporting” é demasiado vaga.

Se fosse de homem, estava disposto a fazer um concurso de ideias, sendo a melhor selecionada por adeptos do Sporting. Não sou capaz de fazer um desenho, mas tenho umas ideias engraçadas. Combinei com o A. Trindade preparar a nossa proposta. Fico à espera que o André Ventura seja um homem com agá grande (acho que é assim que se costuma dizer).

quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

Nem lá perto andaram...

Quando um treinador afirma na conferência de imprensa prévia a um jogo que a equipa vai estar (jogar) a 90%, fica tudo dito. A equipa percebe a mensagem. O foco, como se diz agora, está noutro local. Sempre fui daqueles que defendem (principalmente no contexto recente do SCP) que o tal foco deve ser o campeonato. Mas desculpem a maçada: não consigo assistir a jogos do Sporting apenas a 90%. Quem consegue?

O treinador poderia ter escalado outra equipa, com outros jogadores, dando-lhes tempo de jogo, estando dessa forma a preparar dois jogos. Pior que a exibição de ontem (principalmente na primeira parte) não seria de certeza. Já para não falar do resultado. E, ao menos, seria a 100%. 

terça-feira, 6 de dezembro de 2016

Coisas que nunca mudam

Ficámos na cabeça com a ideia que o “mundo é composto de mudança”. O Camões, como muito dos poetas, tem a capacidade de nos meter pela cabeça dentro aquilo que os olhos se negam a ver. No entanto, no futebol, como na vida em geral, há coisas que nunca mudam.

No futebol português, o Peseiro ou o efeito Peseiro, melhor dizendo, nunca muda. Este fim-de-semana tivemos mais um belo exemplo disso. O Peseiro pode chegar atrasado ao seu destino (inexorável), mas chega sempre.

domingo, 4 de dezembro de 2016

Esta semana vai ser limpinha, limpinha

Desta vez não levamos a sério o falhar muito e cada vez melhor. Ia eu a caminho do café e já recebia a mensagem que o Sporting tinha marcado. William e de cabeça. O resto da história é uma nota de rodapé devidamente lavrada pelo árbitro, não fosse dar-se o caso de um jogo sem casos. Quatro a zero não deixa de ser um grande resultado.

Entretanto, a meio da semana vamos à Polónia com ganas de enriquecer a liga Europa. Um trabalho para uma boa equipa de reservas dar conta. O Markovic já deve andar em pulgas e o Alan Ruiz, diz-se, já terá convidado o seu irmão para a viagem. No passeio europeu, as sonantes contratações deste ano, certamente, darão um ar da sua graça. Talvez seja esta uma boa altura para o Bryan Ruiz ter mais jogo nas pernas. Todos sabemos que as férias não lhe fazem bem.

Aguardamos, com a ansiedade do costume, as notícias importantíssimas que assinalarão novas e mais pujantes contratações leoninas. Sem esquecer as respectivas saídas de jogadores insatisfeitos. Aposto que o Gelson recusará um novo contrato. Cerca de trezentos clubes já terão solicitado as respectivas credenciais para acompanhar a semana que precede o dérbi, sem contar com as (hipotéticas) novidades referentes a viagens de Bruno de carvalho acompanhado de seres humanos do género feminino.

Convinha não levar demasiado a sério o proverbio desconfia do homem que não fala e do cão que não ladra. Toda a gente sabe que são mais as vozes que as nozes. E o silêncio, por vezes, é de oiro. 

sábado, 3 de dezembro de 2016

Estamos de volta!

Começámos a jogar como devemos fazer sempre contra equipas como a do Setúbal em casa, a procurar resolver cedo o jogo. Antes do um a zero, aos sete minutos, já tínhamos desperdiçado duas oportunidades. Para nosso azar, o William Carvalho também começa a marcar golos de cabeça. Só faltava mais esta. Assim é que não fica muito mais tempo.

Não ficámos satisfeitos e marcámos o segundo. O árbitro anulou-o. Já tínhamos sido gamados de algumas formas. Desta ainda não. Já fomos gamados ao contrário no jogo contra o Guimarães. A continuar assim, o Bas Dost não chega aos resultados do Slimani. O árbitro, não satisfeito, ainda nos anulou outro golo limpo, depois do taralhouco do guarda-redes do Setúbal se atrapalhar com a bola.

Não desarmámos. Continuámos a pressionar. O Gelson Martins ganha um livre, num lance para amarelo do defesa, que o árbitro não mostra. Parecia que o Sporting ia inventar mais uma jogada marada cheia de bloqueios e tabelas que, quase sempre, acaba em nada. Não se chegou a saber se estava estudada uma jogada destas. O Chuta-chuta não foi de modas e atirou-a directamente lá para dentro. O guarda-redes deu um ligeiro passo em frente e foi o suficiente para ver a bola passar-lhe por cima.

Na segunda parte o jogo parecia a feijões. O Setúbal queria mas não podia. O Sporting podia mas não queria. Foi de tal forma aborrecida essa fase do jogo que li toda a entrevista de uma secretária de estado qualquer ao Correio do Minho. Pelo caminho, anularam-nos um golo e o Patrício fez uma grande defesa. A equipa descansou o tempo todo. O Jorge Jesus ainda decidiu fazer descansar um pouco mais o Bruno César, o Adrien e o Gelson Martins.

O Jorge Jesus acertou na equipa titular. É a equipa do ano passado sem o Slimani e o João Mário, por razões conhecidas. Não é bem a mesma equipa. O Bryan Ruiz desta época não é o mesmo da época passada. As férias fizeram-lhe mal. Prefiro vê-lo jogar sem férias.

Enfim, o campeonato está de volta. Seja qual for o resultado na Luz, pior não ficamos do que estávamos antes de começar esta jornada. Pelo caminho ainda temos de ir encanar a perna à rã a Varsóvia, para fazermos de conta que esta coisa das competições europeias serve para mais alguma coisa do que para nos entreter a meio da semana.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

Apontamentos do jogo contra o Arouca

Dificilmente se arranja uma competição menos interessante do que a Taça Lucílio Baptista. Seja como for, ganhámos contra o Arouca. Mais um jogo aborrecido destes contra o Varzim e a coisa está feita. O Presidente do Arouca não voltou a ter uma discussão com o Bruno de Carvalho sobre o existencialismo no futebol português. Por essa razão, o Bruno de Carvalho manteve uma atitude existencial, sem necessitar de lhe mandar uma baforada de Kierkegaard à cara.

Fica para a história o golo do Alan Ruiz. Fez tudo mal, até fazer tudo bem. Em vez de dominar a bola para afrente e isolar-se, decidiu voltar para trás, fintar o defesa ao ralenti e rematar ao canto. O Alan Ruiz veio para a modalidade errada. Para jogar assim, prefiro o Cavinato, o Fortino ou o Diogo.

O Castaignos é um caso perdido. Há dias, num jogo qualquer, atrapalhou-se a si próprio e passou a bola para trás do Bas Dost que estava isolado e pronto para a empurrar para a baliza. Dessa vez, podia haver a desculpa do relvado. No jogo para a Taça de Portugal, deixou de haver dúvidas. O esforço que fez para ficar em fora-de-jogo e invalidar o golo do Matheus Pereira reflecte uma completa incompreensão do jogo, dos movimentos dos colegas e adversários e das regras. Desta vez foi um pouco pior ainda. Em vez de acertar na bola, enfiou uma biqueirada no guarda-redes. Bem sei que o guarda-redes é um pouco para ao gordo, mas ainda existe uma diferença entre ele e a bola. Acabou por se lesionar. Não só prejudica a equipa onde joga como se prejudica a si próprio.