quarta-feira, 29 de julho de 2015

Há manhosos mais iguais do que outros

Ontem, por breves instantes, que o tempo não dá para mais, ouvi um debate na SIC sobre as eleições na Liga. A conversa é sempre a mesma. O que está em causa é o poder de influência de certos clubes sobre a arbitragem. O tom também é sempre o mesmo. Se ganha o candidato do Benfica, está toda a gente otimista. Se perde o candidato do Benfica, anunciam-nos o regresso da troika e o fim do Mundo logo a seguir.

O estado de espírito dos comentadores era extraordinários. O Joaquim Rita estava de monco caído. O Ribeiro Cristóvão, esse grande sportinguista, ainda estava pior. Há cerimónias fúnebres mais animadas.

O Pedro Proença era um árbitro manhoso da velha escola portuguesa, mas com a tarimba da UEFA e da FIFA. Controlava sempre o jogo da forma que mais lhe convinha. Punha sempre um sorriso Pepsodent para acalmar os ânimos e transmitir uma imagem de confiança. O Luís Duque é outro manhoso. Nunca o suportei, quer quando estava com o Roquete (quando praticamente todos os sportinguistas o endeusavam), quer, muito menos, quando estava com o Godinho Lopes, armado de uma vassoura e de um livro de cheques.

A aparentemente, ganhámos. Ganhou o nosso manhoso. O nosso manhoso é sempre melhor que o manhoso dos outros. É melhor porque é nosso.

segunda-feira, 27 de julho de 2015

O Sporting está a mudar

Começámos a época da mesma forma que acabámos a anterior, com o Patrício a defender penalties. Mas, com o Jesus, o Sporting está a mudar. É notória a preocupação da defesa em ir subindo e descendo conforme as situações de forma a controlar, como agora se diz, a profundidade das jogadas adversárias. Também se procura defender a toda a largura. Os avançados procuram pressionar a saída da bola.

A jogar ao ataque, as coisas ainda estão emperradas. É normal. Procura-se trocar a bola em progressão. Há mais jogo pelo meio e menos pelas laterais. É bom e mau. Os golos marcam-se pelo meio mas também se sofrem da mesma forma. As consequências de perder a bola são maiores.

O trabalho das bolas paradas, embora incipiente, já lá está também. Não chuta quem se arma mais ou quem tem mais estatuto. Marca quem treina melhor e tem maiores probabilidades de êxito.

Termino como comecei. Começámos a época da mesma forma que acabámos a anterior: a ganhar mais um troféu. O museu agradece.

terça-feira, 21 de julho de 2015

Os verdadeiros sportinguistas

Há coisas que nunca deixam de me surpreender. O futebol serve para nos entretermos. A vida tem chatices de sobra. A maior parte delas, não lhe podemos fugir.

Como disse várias vezes, escrevo neste blogue por desfastio. Nem mais, nem menos. Não levo a sério nada do que escrevo. Escrevo e esqueço-me do que escrevi no exato momento em que o faço.

Há quem concorde umas vezes e discorde de outras. Depois há os “verdadeiros sportinguistas”. Esses só admitem a sua própria opinião. Os outros estão impedidos de ter a sua. Não são as ofensas ou os palavrões que me incomodam. Incomoda-me a intolerância.

Se um certo Sporting é dos “verdadeiros sportinguistas”, desejo-lhes boa sorte e a esse Sporting também. Fico bem com os outros e com o Sporting plural.

domingo, 19 de julho de 2015

Altos e, esperemos, bons

O Jorge Jesus gosta de jogadores altos e com poder de choque, sobretudo na defesa. Jorge Jesus sabe que, em Portugal, os campeonatos se ganham nas bolas paradas, defensivas e ofensivas. Aproveita-se tudo: desde um lançamento de linha lateral até uma pura e simples biqueirada para a frente.

Sabíamos isso e, portanto, as duas mais recentes contratações para a defesa não espantam ninguém. Agora, com o Ewerton ainda, admito que o Paulo Oliveira pouco ou nada vá jogar. O Tobias Figueiredo deve estar de malas aviadas. O Rúben Semedo também. Lá se vai o projeto da formação. Fica para a próxima, quando se acabarem as supostas folgas financeiras. O Marco Silva está perdoado pela fraca utilização dos jogadores da Equipa B. De não usar fato e gravata é que não.

terça-feira, 14 de julho de 2015

Marco Ferreira

O Marco Ferreira desistiu da arbitragem. Na sua despedida faz algumas insinuações. Não precisamos de mais insinuações. Aliás, as que apresenta são divulgadas todos os dias. Ou diz mais alguma coisa ou vale mais estar calado. É que quando andava na arbitragem não ouvimos nada.

O que precisamos é que nos expliquem por que razão o Marco Ferreira foi escolhido para arbitrar a final da Taça de Portugal quando foi um dos piores árbitros da época. Até agora as explicações não convenceram ninguém.

Sem explicações convincentes, temos duas teorias possíveis e, porventura, não exclusivas: as avaliações dos árbitros não são credíveis e quem os nomeia sabe disso e não as leva a sério e/ou as nomeações não são explicáveis, sendo portanto irrelevante fazer-se a escolha por nomeação ou por sorteio.

segunda-feira, 13 de julho de 2015

Futebol e política (europeia)

A Europa, ou a União Europeia, desfaz-se à frente dos nossos olhos nestes dias de chumbo que vivemos. Vai sobrar pouco ou nada da Europa enquanto entidade política e projeto de paz e partilha de um destino comum dos povos do velho continente.

Sobra sempre o Festival da Eurovisão e a Liga dos Campeões e a Liga Europa. Quanto ao Festival da Eurovisão estamos conversados. Se queremos participar no projeto europeu, só pelo futebol. Mais uma razão para ganharmos a pré-eliminatória da Liga dos Campeões.

quinta-feira, 2 de julho de 2015

Da IURD, à nova saga dos mercenários e aos milhões que mais parecem cubos de gelo

1. Tenho falado várias vezes das profecias autorrealizáveis. Quando não acreditamos que alguma coisa acontece, deixamos de fazer o que quer que seja para que aconteça e a profecia cumpre-se a si mesma.

A apresentação, ontem, do Jorge Jesus e as suas declarações procuram também criar expetativas autorrealizáveis. Quanto mais acreditarmos que podemos ser campeões maiores são as probabilidades de sermos campeões. A coisa foi organizada ao estilo de uma missa da IURD. Nessas missas a expetativas de se verem milagres são tão grandes que todas as pessoas acabam por os ver. Nós temos a vantagem de contar com Jesus; ele mesmo (a piada com o Jesus não é famosa, reconheço).

2. Cada vez gosto mais de filmes de pancadaria. A saga dos Mercenários é excelente. Num só filme temos o Sylvester Stallone, o Arnold Schwarzenegger, o Chuck Norris e por aí fora. Não vai ser preciso ver o terceiro filme da série. Temo-los a todos na versão portuguesa no Sporting. Num só clube contamos com o Bruno de Carvalho, o Jorge Jesus e o Octávio Machado. Só falta o Maxi Pereira para termos o elenco completo.

Nos filmes, isto acaba bem. No Sporting, vamos ver. É que já nos tínhamos visto livres do Octávio Machado. Nos últimos anos tinha-se esquecido de nós e só falava sobre o Porto.

3. Com a aquisição do Jorge Jesus não houve alma nenhuma que não falasse dos milhões e da estratégia financeira suicidária do Sporting. O dinheiro vinha dos angolanos, da Guiné Equatorial e de umas sobras do BES.

O Porto comprou um perneta qualquer por vinte milhões de euros. Quanto a isto ninguém diz nada. O dinheiro deve vir dos fundos e de coisas do género. Estou cada vez mais convicto, como ouvi há dias, que os milhões são de cubos de gelo: chegam derretidos ao destino.

quarta-feira, 1 de julho de 2015

Mesmo com um penalti pior do que o do Panenka ...

Venham de lá os quarenta e cinco milhões de euros e não se fala mais nisso. As notícias são boas ou más, conforme as vontades ou as necessidades. Agora, em “default” não entramos tão cedo.