segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Aqui chegados


1. Não havia problema se o Sporting ganhasse por um a zero todos os jogos que faltam até ao final da época. Mas das três vezes que isso aconteceu esta semana, ficou sempre a ideia que a probabilidade de conseguir uma série assim é nula.

2. Domingos foi-se embora. Os comentários deselegantes dos jogadores ao passado recente vão se repetindo: Pereira e os “picos”, Carriço e a “nova confiança”, Marcelo e “todos a correr”…A verdade é que nos últimos 4 jogos o Sporting não jogou nunca melhor do que antes da chicotada. Excepção feita, se compararmos com o jogo miserável com o Marítimo. Mas aí também se percebeu claramente que o plantel já tinha decidido mandar o treinador borda fora. Aliás, conforme as ditas declarações tornam evidente.

3. Ao contrário dos melhores jogos desta época, o Sporting joga há algum tempo com as linhas muito mais recuadas. Talvez porque Rinaudo, pela sua intensidade de jogo, permitia que Elias e Schaars se adiantassem no terreno. Este posicionamento tão atrás tem diversas consequências: o Sporting recupera poucas bolas no meio campo adversário; raramente aproveita o desposicionamento e o erro; o pobre do “chocolate branco” passa todo o jogo perdido com todos a léguas.

4. Wolfswinkel não só passa o jogo sozinho como passa o jogo a correr para nada. Qualquer movimento de rotura é inconsequente, dado que não há ninguém que o aproveite (Elias não tem uma oportunidade de golo desde que perdeu duas na Luz). O resto da equipa está tão distante que ele não abre espaços para ninguém quando leva os centrais consigo. Resta-lhe batalhar nas bolas altas e vir muito atrás para tabelar com os colegas. É natural que com isto se vá cansando, perdendo confiança e deixe de fazer alguns movimentos que até faziam lembrar o Liedson, em que pressionava os centrais e lhes ganhava a bola. Acresce que o rapaz não tem técnica, nem velocidade, para ganhar no 1 contra 1 quando está longe da área. Wolfswinkel é um bom finalizador, um avançado de área. Aliás, falta a este Sporting um avançado rápido e mais móvel que possa fazer esse tipo de jogo (Domingos ainda o tentou fazer com Jeffren, em Olhão).

5. Eventualmente, o recuo no campo é o reconhecimento de que esta equipa, neste momento, não tem pernas para correr muito. Aliás, tanto com o Rio Ave como com o Legia, o Sporting revelou pouca intensidade e rapidez na disputa da bola. Os adversários foram em geral sempre mais rápidos. Essa debilidade é parcialmente disfarçada com o facto de a equipa ficar mais compacta, com as linhas mais próximas. Também por isso as oportunidades do adversário têm sido menores, e as “Polgadas” menos vistas. E os centrais até parecem mais rápidos, porque o espaço que lhes fica nas costas se reduz.

6. Não se entende bem o que pretende Sá Pinto com o seu discurso mirabolante. Motivar a equipa? Tudo bem, mas era escusado ser tão hiperbólico. Se este Sporting ontem “foi perfeito”, o que se poderia dizer do que andou a fazer em muitos jogos da primeira volta, ou até contra o Porto em Alvalade. Mas uma coisa é certa, com Sá Pinto não há chutão para a frente. Antes assim.

7. Não se poderia exigir a Domingos que fosse campeão, mas não também não se poderia tolerar que o Sporting fosse eliminado da Taça da Liga pelo Gil Vicente e estivesse em 5º lugar na 15ª Jornada. É uma questão de exigência. E a exigência no Sporting não é a mesma de Braga, até porque as condições oferecidas também não são as mesmas. Não apenas em jogadores ou em Academias, mas em volume de adeptos e na sua disponibilidade de apoio. Isso basta para despedir, mesmo com a atenuante das inúmeras lesões. Esta equipa é capaz de jogar muito e muito mais. Não é uma questão teórica. Eles já o demonstraram. Resta saber se Sá Pinto é capaz de o pôr a jogar assim. E não é só uma questão de motivação. Também não é preciso ser o "rei da táctica". Inácio foi campeão com um modelo de jogo bem simples.

domingo, 26 de fevereiro de 2012

De volta

Não sei se o Sporting está de volta. O Izmailov está. Continuamos a não criar uma oportunidade de golo. O Wolfswinkel começa a ser uma dor de alma. Corre o jogo todo e não tem uma bola para golo. Pedem-lhe que ganhe as bolas aos centrais, tabele com os médios e extremos e que, depois, ainda esteja na área para as bolas que não lhe fazem chegar.

Agora, também não deixamos criar oportunidades de golo. Mal perdemos a bola, logo alguém pressiona o adversário e no limite faz falta. O Xandão parece bom, pelo menos para jogar em Portugal. Com o Onyewu e, agora, com o Xandão, deixámos de perder a primeira bola de cabeça, quando as outras equipas pretendem progredir à biqueirada; praticamente a única forma que a maior parte das equipas como o Rio Ave tem de atacar.

As coisas estão a mudar. Pelo menos a sorte e o marcador dos livres. Ver, depois destes anos todos, o Polga a bater os livres não deixa de ser extraordinário. É impressionante a forma convicta como o faz. Chegou a tentar uma bola cortada ao ângulo. Quem não o conhecesse até poderia pensar que o sabe fazer.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Acertamos quando falhamos

O Sporting está a dar novos mundos ao Mundo. Nenhuma equipa, até hoje, tinha conseguido o que conseguimos: ganhar dois jogos seguidos sem criar uma oportunidade de golo. Hoje fomos um pouco mais longe ainda relativamente ao jogo do fim-de-semana. Acertámos quando falhámos e falhámos quando acertámos. O Carriço, no golo, falhou com tal convicção que até ficou convencido que tinha acertado.

Quanto ao jogo, não me lembro de nada que queira recordar, a não ser que o Patrício fez mais uma defesa extraordinária, evitando que empatássemos o jogo.

Mesmo aos tropeções, somos a única equipa portuguesa na Liga Europa. Se o futebol fosse patinagem artística talvez não fôssemos. Mas a moral da história no futebol está sempre nos golos. A nota técnica e a nota artística contam muito pouco.

Empobrecimento atormentado

Agora lesionou-se o Onyewu. As lesões não são o nosso maior problema. O nosso maior problema é o das lesões erradas. Não é só o mercado que não pega no Polga, no Carriço, no Pereirinha ou no André Santos. São as maleitas também. Nem uma gastroenterite,uma gripe ou uma conjuntivite.

E se amanhã o Sá Pinto se lembra de reeditar a velha dupla Polga-Carriço? Não estamos somente condenados a empobrecer. Estamos condenados a empobrecer atormentados.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

A falta que um estarola faz

O princípio da convergência para a média, que enunciei no último “post” aplicado à evolução do ciclo económico e ao Sporting, também se aplica ao Benfica. Ao que dizem, o Benfica está muito melhor do que na época passada. Ora não há nada que melhore interminavelmente. Tudo o que melhora, um dia piora. A derrota com o Guimarães explica-se assim, pelo menos em parte.

Mas, como disse, nem tudo se explica assim. O que não se explica é que numa altura crucial como esta do Campeonato o Jesus não tenha recorrido ao Djaló. Se não era para o utilizarem nestes jogos decisivos, então, contrataram-no para quê? Só porque é do Benfica desde pequenino?

domingo, 19 de fevereiro de 2012

O Sporting e as mulheres

Há dias o Vítor Gaspar afirmava na London School of Economics que um dia iríamos crescer em função da evolução do ciclo económico. É tautológico mas é assim mesmo. No Sporting passa-se igual. Um dia iremos jogar melhor. Não se pode piorar sempre. Nunca se sabe é se já piorámos o suficiente e, portanto, quando melhoramos.

Na primeira parte experimentámos o “tiki-taka”. Um pouco lento e nosso meio-campo, mas um modelo destes constrói-se de trás para a frente e devagar. Um dia seremos capazes de trocar a bola com rapidez junto à área do adversário. Lá chegaremos, estou seguro disso.

A segunda parte foi pior. Não houve “tiki-taka” e a barafunda no meio-campo acentuou-se. Valeu-nos o Paços de Ferreira, que deve ser uma das piores equipas do Mundo, para além de ainda dispor de um treinador de bigode.

Duas ou três notas finais. Quando vi um “sprint” do Carriço na segunda parte fiquei a perceber melhor porque é que nos dizem que Onyewu é lento. O Polga esteve como sempre. Pelo menos uma oportunidade de golo é dele. Admito que seja para garantir que em todos os jogos o Patrício nos salva. Voltar a ver jogar ao mesmo tempo o Polga, o Carriço, o André Santos e o Pereirinha foi um regresso a um passado glorioso. Parafraseando Victor Hugo, no Sporting, as asneiras são o contrário das mulheres: as mais velhas são as mais apreciadas.

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Reconhecimento, autoridade, liderança e reputação

Tenho dedicado uma grande parte da minha vida a estudar e a ensinar temas associados à economia e à gestão. Sou responsável pela gestão de uma organização com mais de duas dezenas de pessoas. O tema da liderança não me é, assim, desconhecido ou indiferente.

A liderança pressupõe sempre, de uma ou outra forma, autoridade; autoridade reconhecida, interna e externamente, e por isso legítima e legitimada no exercício das funções de gestão. Para que essa autoridade seja reconhecida é necessário que quem a exerce disponha de qualidades morais, psicologias/emocionais e técnicas para a exercer. É preciso que os outros reconheçam essas qualidades para que, por sua vez, acreditem que os objectivos definidos podem ser alcançados. O reconhecimento permanente dessa autoridade gera reputação.

O Domingos dispunha dessa reputação. Não foi por acaso que os sportinguistas tanto saudaram a sua contratação. O Domingos falhou. Interessa pouco saber as razões. É um facto. Foi despedido, logo, falhou. Não há moral da história quando um gestor é despedido.

O Domingos dispunha de reputação como treinador e falhou. O Sá Pinto não tem essa reputação. Precisa, mais do que o Domingos, de ganhar o reconhecimento (dos jogadores, adeptos, imprensa, etc) da sua autoridade para ser um líder. Não basta o sportinguismo e a forma mais ou menos representada de o demonstrar. É preciso dispor das qualidades morais, psicológicas/emocionais e técnicas para ser reconhecido como tal. Não sei se dispõe. Esperemos que quem o contratou saiba. Esperemos…

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Uma fezada

Não sei de ciência certa se os treinadores são fundamentais na obtenção de resultados. Já vi de tudo. Mas tem que se admitir que sim. De outra forma, esta conversa não é racional e lá se ia o emprego do Freitas Lobo e de outros assim. Ponto final: um bom treinador obtém resultados, um mau treinador não.

O Braga lutou há duas épocas pelo título até à última jornada. Na época passada, o Braga chegou à final da Taça UEFA, depois de eliminar o Celtic, o Sevilha, o Liverpool e o Benfica, para além de ter ganho, por exemplo, ao Arsenal. Voltando ao mesmo, se os resultados não são por acaso, então, o Domingos é um bom treinador.

Este ano, no Sporting, os resultados não são brilhantes. Agora a equipa jogou bem em muitos jogos e em muito poucos foi inferior aos adversários (só para comparação, lembro que o Porto esta época perdeu duas vezes por três golos, com equipas tão brilhantes como a Académica ou o Gil Vicente, para além de uma campanha anedótica na “Champions League”). Coisa diferente foi o que se passou com o Paulo Sérgio. Não só não tinha resultados anteriores como não me lembro de um jogo, mas um só, em que com ele a treinador o Sporting tenha jogado qualquer coisa que se visse.

Não há críticas a fazer ao Domingos? Claro que há. Agora continuo sem saber se o Domingos não era a opção mais correcta. Este tipo de dúvida vai-nos matando aos poucos (vêm-me à memória o Robson e o Josic, por exemplo). Trocámos a racionalidade por uma fezada.

domingo, 12 de fevereiro de 2012

“Erros meus, má fortuna, amor ardente, Em minha perdição se conjuraram…”

Houve (e continua a haver) muito amor ardente da rapaziada da APAF e da Comunicação Social pelo Sporting ao longo desta época. Houve manifesta má fortuna com a lesão de Rinaudo numa altura em que éramos de longe a equipa que melhor jogava em Portugal. Mas houve muitos erros próprios que Domingos tem de saber assumir. 
 
Domingos é, sem dúvida, melhor Treinador do que Carvalhal. Domingos não pode sequer ser comparado com Paulo Sérgio. Domingos não é mau treinador e, muito provavelmente, seria ou será campeão no Porto (se até o Jesualdo conseguiu ser tricampeão no Porto, porque não o Domingos?). Mas uma coisa é ser treinador no Sporting Clube de Braga e outra é ser treinador no Sporting Clube de… Portugal. Uma coisa é jogar sem grandes pressões da Comunicação Social e adeptos pelo melhor lugar possível, outra é jogar assumidamente todos os jogos para ganhar sem quaisquer desculpas Cerelac. Uma coisa é jogar defensivamente com “paciência” explorando apenas o erro do adversário, outra é jogar todos os jogos para vencer e convencer, sempre com nota artística elevada (pois é verdade, mesmo em tempo de vacas magras, aqui no Sporting só gostamos do filet mignon…).

Depois de mais um naufrágio, desta vez ao largo da Madeira, assistimos, penosamente, mais uma vez, à tradicional conferência de imprensa “piegas” de Domingos, só faltando dizer que caíra acidentalmente num bote "salva carreiras" e não tinha conseguido voltar para comandar a sua tripulação… Também aqui há uma diferença em Domingos ser treinador do Porto ou treinador do Sporting – no Porto, nunca o deixariam colocar a sua carreira acima dos interesses da instituição que representa e há muito que seria obrigado - a bem ou a mal - a parar com toda a tagarelice e choraminguice que marca as suas conversas com a imprensa. Ou Domingos ainda não percebeu que esta conversa Cerelac é uma espécie de profecia que se auto-realiza, servindo, sobretudo, os interesses dos nossos principais adversários (Porto, Benfica, árbitros e comunicação social) que, enquanto vão fazendo de tudo para nos afastar dos nossos objetivos, propalam para a opinião pública, para os adeptos e para os próprios jogadores essa ideia de inevitabilidade do nosso destino?
A equipa do Sporting, embora continue com limitações em algumas posições chave (sobretudo, a falta de alternativas no seu eixo central - defesa central, trinco e ponta de lança), tem bastante mais soluções do que nas últimas épocas. Por isso, apesar do cuidado compreensível na integração gradual dos reforços na pré-época, há várias opções de Domingos que para mim continuam a ser um mistério.
Logo no início, a insistência absurda nos estarolas Postiga e Djáló até o Freitas em desespero os conseguir rifar. Nessa mesma fase inicial, a aposta na dupla Polga – Carriço na defesa – muito frágil em todos os sentidos, quando quem conhece (ou devia conhecer) o futebol português, sabe bem que grande parte das equipas nacionais coloca todas as fichas nas jogadas de bola parada e/ou em pontas de lança apenas para conseguir segurar jogo mais tempo longe da sua baliza. Não esqueço também as diversas oscilações de Domingos até se decidir a apostar em jogadores como Onyewu, Rinaudo, ou Wolfs que, na fase inicial da época, passaram vários jogos no banco antes de se consolidarem como titulares indiscutíveis no eixo central leonino. Recordo igualmente a aposta insistente em flops cedo comprovados como Bojinov ou Pereirinha e, pelo contrário, a escassa utilização de André Martins ou Rubio, supostamente para os proteger da pressão da competição (O que seria da carreira de Domingos, se, primeiro, Ivic e, sobretudo, Robson tivessem decidido proteger aquele jovem franzinote da pressão de ser o ponta de lança titular do Porto? Porque é que Hélder Barbosa que sempre foi tão protegido por Domingos da pressão de ser titular do Braga, se está a destacar agora com Leonardo Jardim, não apenas como indiscutível, mas como jogador muitas vezes decisivo?).
Há também algumas dúvidas de natureza mais estrutural. Em primeiro lugar, a insistência em jogar apenas com Ricky abandonado na frente à sua sorte, sujeitando-o a um desgaste brutal, obrigando-o a sucessivas movimentações ofensivas e defensivas que, agora, começa a pagar bem caro (um pouco como Juskowiak nos tempos de Queiroz). Depois de uns tempos em que este sistema foi resultando, as equipas adversárias apanharam-nos o jeito – é certo que permitem que vamos muitas vezes à linha cruzar, mas reforçaram a marcação dos pouquíssimos jogadores (normalmente, apenas Ricky) que temos na área em condições de concluir. Aliás, ontem, até Ricky apareceu com umas movimentações “à Postiga” sobre as laterais, numa sofisticação tática muito "à portuguesa" em que, supostamente, os pontas de lança não servem para marcar golos, mas sim para arrastar os centrais adversários para as faixas laterais... Depois, as hesitações em manter uma pressão alta dos médios e avançados no meio campo contrário, sufocando os nossos adversários logo desde os instantes iniciais (percebo que sem Rinaudo e Schaars isso é mais difícil, mas…). Por fim, os frágeis níveis físicos revelados pela equipa – mesmo descontando as inúmeras lesões musculares registadas durante a época, a generalidade dos jogadores leoninos, além de jogarem nos últimos tempos sem qualquer ponta de intensidade, aparentam chegar ao fim dos jogos literalmente com a língua de fora …
Enfim, espero que este ano Domingos acabe por ganhar a Taça, embora, pelas suas declarações temerosas, pareça que vamos defrontar um colosso mundial na final. Ah sim e mesmo que não consigamos chegar ao terceiro lugar, espero que Domingos dê pelo menos um empurrãozinho para despachar o Jorge Jesus do Benfica, enquanto concede mais um ano a Vítor Pereira para mostrar o que sabe no Porto…
PS – Freitas Lobo continua a salivar fel sempre que fala de Onyewu. Nada que um bom encontro entre os dois não possa resolver...

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Não somos adeptos do mesmo clube, logo não pensamos o mesmo

Mal tinha acabado o jogo na SporTV e já estava um comentador a dizer das suas. Um tal de Pedro Henriques, um rapaz que chegou a ser um dos inúmeros jogadores promissores do Benfica, tão promissor que o Porto enfiou o barrete, acabou a dizer que se fosse ele não tinha expulsado o jogador do Nacional nem teria marcado o penalty.

Mesmo admitindo que tem as mesmas qualificações para arbitragem que para jogar a lateral esquerdo, talvez devesse começar por dizer que, com o seu passado e sendo, porventura, benfiquista, considera que os dois lances foram mal assinalados. Não é por nada, a declaração de interesses confere muito mais transparência aos comentários (aliás, se no dia de S. Nunca colocarem o Manuel Fernandes a comentar os jogos do Benfica ou do Porto também espero isso dele).

Enfim, não concordo com ele, mas admito que se tivesse o passado dele e as preferências dele também pensaria o mesmo que ele.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Preparar os rissóis

O Rinaudo é maior do que ele próprio. Há jogadores assim. Poucos, mas há. Pena que só tenhamos um desses.

O resto pouco importa. O que é preciso, agora, é começar a tratar do farnel para o Jamor. Pelas palavras do Domingos, parece que vamos lá jogar contra o Manchester de Coimbra.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

E mal pagos

Uma coisa é não jogarmos grande coisa. Outra bem diferente é perdermos. É que não são a mesma coisa, embora pareçam. Alguém se lembra de o Benfica ou o Porto serem eliminados de uma competição com uma derrota nos termos em que sucedeu a do Sporting contra o Gil Vicente? Alguém acredita que o Benfica ou o Porto pudessem ser eliminados de uma competição com uma derrota nos termos em que sucedeu a do Sporting contra o Gil Vicente?

O mérito não é absoluto. O mérito é relativo. Nunca podemos levar até às últimas consequências o exercício contrafactual, mas podemos imaginá-lo, pelo menos.

Nas primeiras três jornadas fomos roubados de forma (reconhecidamente) indecorosa. Na primeira jornada, o Benfica empatou com o Gil Vicente com um golo fora-de-jogo. Na jornada seguinte, a cinco minutos do fim, quando ganhava por dois a um ao Feirense, o Javi Garcia faz uma penalty descarado, que não foi marcado. Vamos admitir que teria perdido o primeiro e empatado o segundo jogo. O que não se diria do Jorge Jesus com um só ponto ao fim de duas jornadas depois de uma época a levar um banho do Villas-Boas?

Na primeira jornada, o Porto ganhou ao Guimarães com um penalty que resulta de um empurrão num canto. Um daqueles tipos de penalties que só se marcam a favor dos mesmos, porque, relativamente aos outros, os nossos especialistas de arbitragem dizem que só se conseguem ver na televisão. No jogo seguinte, contra o Gil Vicente, esqueceram-se de expulsar o Otamendi e marcaram mais um penalty resultante de um empurrão. Nenhum destes penalties foi tão nítido como o do Jardel sobre o Onyewu. Só que esses foram marcados e aquele não.

Ao fim de três jornadas, o Sporting podia estar à frente, com cinco pontos de vantagem sobre o Benfica e o Porto. Só que não estava. Estava a sete pontos do Porto e a cinco do Benfica. Esse diferencial resultou do futebol jogado dentro do campo?

Este ano, tínhamos o Godinho Lopes para fazer de Presidente, e dizer umas coisa de vez em quando, o Domingos para treinar, o Carlos Freitas para contratar jogadores e o Luís Duque para fazer o roteiro da carne assada pelos locais mais (im)prováveis do país. Dos três primeiros tenho visto alguma coisa; pouco, mas alguma coisa, mesmo assim. Do último é que não vejo nada. É que se não é para isso que está lá, então, está lá para quê?

sábado, 4 de fevereiro de 2012

O árbitro roubou-nos e isso é tudo

O Sporting jogou pouco e mal. Tinha obrigação de jogar mais e melhor. De qualquer forma, podia não ter perdido o jogo ou tê-lo ganho mesmo. A arbitragem influenciou o resultado e ponto final parágrafo.

O Gil Vicente ganhou por isso e só por isso. Os resultados não precisam de justificações morais. O árbitro roubou-nos e isso é tudo.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

O regresso dos estarolas

Na recente contratação do Djaló pelo Benfica, só tenho pena de uma coisa. A de não terem ido buscar o Postiga também. Com esses dois, o Jesus teria finalmente um desafio à sua altura. Um desafio que, vencido, permitiria a sua aclamação como o melhor treinador do mundo.

Não tendo sido assim, espero que usem e abusem não só dos direitos desportivos e económicos do Djaló como do direito de o porem a jogar com frequência.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Dicionário de Ideias Feitas

A RTP-N organizou recentemente um debate sobre o balanço da primeira volta do campeonato. Moderado pelo “No Name” Hugo Gilberto e participado por diversos dos seus comentadores habituais, cerca de dois terços do programa foram dedicados a “malhar” no Sporting, com as tradicionais ideias feitas sobre o nosso clube. Ele era a conversa “Cerelac” do Domingos, ao invés do excesso de expetativas colocadas pelos dirigentes ou adeptos. Ele era as limitações do plantel face aos seus principais adversários. Ele era a ideia de indisciplina reinante com o caso de Bojinov no centro das atenções. E por aí adiante.

A situação prolongou-se de tal modo que, a páginas tantas, José Peseiro – que nem tenho a certeza se é sportinguista – explodiu e disse o óbvio – o Sporting é um Clube que não tem noção do seu brutal peso económico e social, deixando-se sistematicamente amesquinhar, seja nos principais órgãos de decisão do futebol português (em particular, pela arbitragem), seja pela própria comunicação social, contribuindo até os seus habituais representantes para essa constante menorização.
No sábado à noite, durante mais um assalto à mão armada da Liga Portuguesa (desta vez, ocorrido na Feira), passei pela “Zona Mista”, uma simpática tertúlia benfiquista organizada pela RTPN, em que o moderador Hugo Gilberto faz de taxista “Zé Manel”, o João Gobern interpreta o papel do “Barbas” e o Bruno Prata, jornalista emprestado pelo Público, faz uma perninha como adepto portista (dos mais envergonhados, reconheça-se, até para não condimentar demasiadamente o debate).
Financiada através dos impostos de todos nós, esta simpática tertúlia entreteve-se, mais uma vez, a apoucar o Sporting. Conduzidos pelo taxista “Zé Manel” de serviço, lá foram dizendo que há mais de dez anos que o Sporting não era um verdadeiro candidato ao título, colocando mesmo os campeonatos ganhos pelos leões ao nível das épocas vitoriosas do Boavista ou do… Braga. E, claro, todos concordaram e alinharam alegremente nesta ideia feita de que o Sporting não tem conseguido lutar até ao fim com os seus dois rivais nos últimos dez anos.
Dando de barato as circunstâncias que influenciaram decisivamente as classificações finais em algumas dessas épocas, verificamos que, nesse período, o Sporting venceu um campeonato, ficou 4 vezes em segundo lugar (três delas lutando até pelo menos às últimas cinco jornadas pelo título), 4 vezes em terceiro lugar (numa delas lutando pelo título até às últimas jornadas) e 1 em quarto lugar. Venceu 3 Taças de Portugal e três Supertaças. E o Benfica? Bem, o Benfica ganhou 2 campeonatos (sabe o Diabo Vermelho como…), ficou 3 vezes em segundo lugar (mantendo-se sempre a grande distância do campeão), 3 vezes em terceiro (numa delas disputando o título até à última jornada) e 2 vezes em quarto lugar. Venceu 1 Taça de Portugal, 1 Supertaça e 3 Taças “Lucílio Baptista”…
Sim eu sei - quando se propagandeiam repetidamente as ideias feitas ao bom povo, os factos são coisa que não interessa para nada…