quinta-feira, 30 de maio de 2013

Olha outro preocupado com o pib mas a sofrer de outros males


Vítor Gaspar pede "simpatia pelas difíceis semanas" que tem vivido "como adepto do Benfica"

Uma primeira conclusão. Com esta emotiva confissão de que o ministro Gaspar é benfiquista fica a perceber-se melhor porque razão falham tão frequentemente as suas previsões. 
Quanto ao seu sofrimento, eu até o entendo por experiência própria mas... caramba! E os difíceis meses que ele tem feito os portugueses passarem, mesmo os benfiquistas?
Até poderia fingir ter alguma simpatia pelo seu sofrimento de adepto, mas enquanto ministro, com o desempenho que tem tido e pelo “desenho” de sociedade que defende, só me apetece sugerir-lhe o seguinte tratamento para as dores de que sofre…



É uma prática ancestral, noutros tempos apoiada pela Santa Sé, hoje apoiada pela troika, desde o primeiro memorando, e muito utilizado nos países do sul da Europa.




Miúdos parvos

O tempo não é muito. A paciência também não. Acabei por ler a entrevista do Bruno de Carvalho, de que toda a gente falava.

Concordo com praticamente tudo o que se diz. Acrescentava algumas coisas de âmbito mais geral. A transformação de meninos mal formados em ídolos de um país é algo que me deixa doente. É o triunfo da boçalidade. Mas são estes símbolos que o nosso sistema mediático produz e reproduz.

Mas a questão, a meu ver, é outra. A questão não é o acerto do que se diz. A questão é porque se diz. Estas coisas fazem-se mais do que se anunciam. Anunciá-las é mais um sinal de fraqueza do que de força, a meu ver. Vamos ver o que nos reserva o futuro.

domingo, 26 de maio de 2013

Sem os três (títulos)

Não há duas sem três: primeiro, a Liga Europa; depois, o Campeonato; por fim, a Taça de Portugal. Às três é de vez: a peseirada estava confirmada; importava ampliá-la. O Grande Jorge Jesus transformado no Grande Jorge Jejum, como hoje li algures. Para todos os efeitos, como ele o afirmou, o que importa é estar nos momentos da decisão.

O jogo foi uma grande chatice. Às três tabelas o Benfica viu-se sem saber ler nem escrever à frente. Passou-se à fase do controlo de jogo, como os nossos comentadores lhe gostam de chamar. O controlo foi de tal forma que adormeceram. Sobretudo adormeceram o guarda-redes.

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Resultados assim-assim

Já toda a gente falou sobre a saída do Jesualdo Ferreira. A meu ver, do que fui lendo, confundem-se duas coisas. Uma coisa é saber se existiam condições para ele ficar. Outra, completamente diferente, é avaliação pura e simples da sua saída. Sobre isto não tenho dúvidas. A sua saída não é boa para o Sporting.

Não é um técnico excecional. É competente. Haverá muitos outros com o mesmo nível de competência. O que ele dispõe que os outros não dispõem é de autoridade. E isso notou-se. Não me refiro à autoridade sobre os jogadores. Refiro-me à autoridade que lhe advém da forma como é visto pela imprensa e pelos mais diversos agentes do futebolês nacional.

Continuámos a ser gamados. Só que o gamanço saiu mais caro a quem o praticou. Mais, a imprensa não teve as mesmas condições para branquear esses gamanços. O Jesualdo Ferreira dispõe de uma autoridade que mais nenhum outro treinador dispõe. Essa autoridade é fundamental para os tempos que se vão seguir. É que, ao virar da esquina, continuam a estar os do costume à nossa espera.

Espero que os resultados sejam melhores do que os desta época. É quase impossível que o não sejam. Mas, dificilmente, passarão do assim-assim. Não há muita margem para que sejam outros. Quando confrontados com esses resultados, veremos como resistem o Leonardo Jardim e a Direção do Sporting.

domingo, 19 de maio de 2013

Apurados

Estamos apurados para a fase de grupos da Taça de Liga. Parece pouco. Parece fácil. Há uns meses atrás, parecia impossível. Vamos ter saudades do Wolfswinkel (sobretudo agora que já escrevia o nome dele de memória). Regressou o Boulahrouz (mais outro que tenho dificuldades em escrever o nome). Para o empandeirarmos, sempre podemos afirmar que, depois de uma longa lesão, acabou a época a titular. Do Adrien não sei se podemos dizer o mesmo.

O Porto ganhou. A tradição ainda é o que era. Quero acreditar que o jogador do Paço de Ferreira que atrasou a bola no primeiro golo não o tenha feito de propósito. Quero acreditar que o jogador do Paços de Ferreira tocou no James Rodriguez. É que, por muito que queira, não posso acreditar que a suposta falta tenha sido dentro de área. Assim, o campeonato acabou em grande. Os campeonatos devem acabar como se espera que decorram desde o primeiro dia.

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Limpar o PIB a meninos

Hoje, um colega transmitiu-me a sua preocupação quanto à evolução do PIB face às previsões do Governo. No primeiro trimestre, registou-se uma redução de 3,9%, bastante acima do previsto (2,3%) para o ano no seu conjunto. Ele próprio avançou algumas explicações. As sucessivas medidas de austeridade, administradas a conta-gotas, geram risco adicional e, portanto, levam à retração do consumo e do investimento. O contexto recessivo europeu tem gerado uma redução da procura externa e, sobretudo, daquela a que se destinam as exportações nacionais.

Mas a explicação pode ser bem mais simples e ele também a avança. Provavelmente, os agentes económicos anteciparam o que ia acontecer ao Benfica e essa antecipação é que explica o comportamento do PIB no primeiro trimestre. Como se vê, os agentes económicos em geral estão muito mais bem informados do que os habituais comentadores do futebolês nacional.


(Aditamento: o Júlio Pereira leva mais longe a minha conclusão. Não só constata que os mercados são omniscientes, como sabíamos, como conclui que não perdoam a quem perde nos descontos)

sábado, 11 de maio de 2013

No fim

Há muito tempo que não se via um jogador de meio-campo tão extraordinário. Todo um jogo, um jogo completo, a impedir que o adversário jogasse. O Proença é extraordinário, colossal, o melhor do Mundo. Mas, mesmo com ele, o Benfica perdeu.

O Benfica está a um Danoninho do maior melão da década. Há duas ou três jornadas atrás, estavam, segundo a imprensa, cerca de quinze pontos à frente. Em duas jornadas perderam dezasseis pontos. Nunca uma equipa perdeu tantos pontos em tão poucos jogos.

No fim, o Porto ganha. No fim, o Peseiro perde. No fim, o Jesualdo não consegue. No futebol, são onze de cada lado, a bola é redonda e, no fim, tudo acontece como se previa.

Love is in the air


segunda-feira, 6 de maio de 2013

Estoril Balnear



Não vi nem ouvi  o jogo. Apesar de tudo a vida ainda nos vai oferecendo oportunidades de escolha muitas vezes bem mais agradaveis....como fazer o jantar para a familía, ao  ritmo de um bom bass jazz e de um maduro simples e descomplexado. O jantar saiu, como de costume, benzinho. O maduro suficiente. A música, excelente.
Fui despertado para a realidade pelo urro de um vizinho lampião pelas 21h30. Vizinho a gente não escolhe, principalmente esta família “mainstream” onde se festejam as vitórias do Benfica, do Porto, do Braga e de qualquer equipa que jogue contra o Sporting. Tão  “mainstream” que  até politicamente festejam vitórias do PSD, PS ou CDS (este último desde que coligado com um dos outros).
Aí fiquei curioso mas decidi não estragar logo a noite. Entretanto um amigo leão, também dado ao “pé frio”, avisa-me que esteve a ver e a torcer pelo Benfica!!! Já era demais. Foi quando decidi ir saber o resultado e quando o fiz deparei com esta maravilhosa decisão salamónica, tal como desejava o Leão F*****.
Não vou comentar os eventos do jogo. Aposto que foi “limpinho, limpinho”. Acho é que para as Antas queria um árbitro estrangeiro, talvez o senhor Capellla que tem estado em “banho maria”. Este será um jogo só ao nível do melhores como ele já provou ser.
SL
Vamos a banhos...

domingo, 5 de maio de 2013

Que o escorpião continue a fazer o seu serviço

O campo do Paços de Ferreira é miserável. Os jogos que se lá jogam não podem deixar de ser miseráveis também. A filmagem do jogo naquelas condições é sempre a cereja em cima do bolo.

Dito isto, este jogo iria ser decidido numa bola parada, num ressalto ou em qualquer coisa do género. Foi assim que aconteceu. Nos últimos jogos tivemos sorte por vezes. Desta vez, tivemos azar.

Mas este jogo permitiu-me testar a parábola da rã e do escorpião. Vi o jogo num café cheio de bracarenses que não resistiram a festejar efusivamente o golo do Paços de Ferreira. Por isso, continuo na minha. Espero que o Estoril faça o que tem que fazer. Aliás, para nossas aspirações esse resultado do Estoril passou a ser completamente irrelevante.

Humor de bancada

Tradução livre e texto adaptado às circunstâncias









quinta-feira, 2 de maio de 2013

Bruno acaba com camarão e champanhe no intervalo

«Plano de redução de custos chegou à alimentação.
 VIP deixam de ter luxos. »

Os sócios lisboetas, mais entendidos em política interna, já andavam por aí a ameaçar com o fim da "era do croquete". Nessa altura eu já sofria de alguma ansiedade, mesmo sem nunca ter merecido tal benesse. Isto porque sonhava secretamente com esses antros e com esses gloriosos dias para, pelo menos, poder empalar um ou outro “alto” dirigente com os palitos dos ditos croquetes.
Afinal, parece que uns andares acima, o repasto era outro. Agora tremo de todo: anos e anos de “camarão e champanhe”. Isso, se dentro dos prazos de validade previstos pela ASAE e com marcas de mínima qualidade, mesmo não sendo fruto proibido, acaba por ser merenda cara. Apesar de tudo, o mais grave para mim é imaginar a situação de ao intervalo, perante os resultados, abrir o champanhe, só pode ser anedota ou masoquismo...não é de certeza sportinguismo.

Fica no entanto a dúvida: acaba....mas só ao intervalo? No final e durante os jogos ainda se pode merendar qualquer coisita? Tipo «pão, queijo e paio, algo bem mais económico». Ainda continuamos presos ao “panem e circenses”?