sexta-feira, 27 de junho de 2014

Podia ter sido mas não foi

Podia ter sido mas não foi. Esta era uma das frases preferidas do meu pai. Cortava cerce qualquer justificação. Acertou-me o passo várias vezes com ela. É importante saber o que foi e como foi, não para imaginar o que poderia ter sido, mas para pensar o que será e como será.

Há uma linha muito ténue que separa a convicção da estupidez. Espero que o Paulo Bento tenha compreendido onde ela se situa. É positiva a escolha de um núcleo duro de jogadores. Não se pode confundi-la com amiguismo. O futebol é jogado a correr e com permanentes disputas de bola com os adversários. Quem não consegue correr e tem medo de levar umas porradas e dar outras não pode jogar. Não vale a pena adaptar jogadores a certas posições. É preferível levar outros que se adeqúem a elas.

Não foi o Antunes e vimo-nos em palpos de aranha nos dois últimos jogos pelo lado esquerdo. O William Carvalho é um seis. Tem a atenção ao jogo de um seis, passa a bola como um seis, posiciona-se em relação aos defesas e aos seus colegas da frente como um seis. Não vale a pena colocar a Maria Amélia do Veloso a seis a fingir que sabe o que está a fazer. O Meireles está incapacitado para a prática de qualquer desporto, incluindo a bisca lambida. Qualquer outro jogador fará sempre melhor o lugar. Aparentemente o Varela dá sorte. Mas a nossa sorte melhorará se jogarmos com onze, substituindo-o por uma pata de coelho. Se não temos avançados jogamos sem eles. Tudo é preferível a jogarmos com menos um.

É simples fazer a síntese desta pantominice da nossa participação no Mundial 2014 tendo em vista a preparação do Europeu 2016. Os jogadores podem ser arrumados em três grupos:

  • Jogadores que nunca mais queremos ver na selecção: Meireles, Postiga, Hugo Almeida, Éder e Varela;
  •  Jogadores que queremos continuar a ver na selecção: Pepe, Coentrão, William, Moutinho, Nani e Ronaldo; 
  • Jogadores que podem continuar se não se arranjar melhor: Patrício, Eduardo, Beto, Bruno Alves, Costa, Neto, Veloso, Vieirinha, Ruben Amorim. 

Não mencionei o Rafa e o André Almeida. Não foram fazer nada ou, por outras palavras, foram fazer número. Há que equacionar a possibilidade de levar somente 21 jogadores.

Este é um bom começo. Sai quem tem que sair. Fica quem tem que ficar. Substitua-se quem tem que sair e quem deve ser substituído por melhor. É um conselho simples e gratuito. Não precisam de pagar e, muito menos, de ouvir o Carlos Daniel, o Bruno Prata ou aquele rapaz de carapinha que fala que nem um perdido na SIC e de que não me lembro o nome.

10 comentários:

  1. Obrigado por mais uma excelente análise da nossa seleção e da sua epopeia tragicómica. Concordo com quase tudo. Quase tudo pois não sei se estou pronto para abdicar assim de alguns ódios de estimação e de um ou outro “balde respiratório”, ou bode expiatório se preferir. Não estarei eu nem muitos dos especialistas em bola corrida e chupistas de serviço. Que será de nós sem eles? Quanto ao resto, o P. Bento acerta poucas vezes mas desta vez esteve bem: «tivemos o que merecíamos».
    Abraço

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Meu caro,

      Estou de acordo. Que seria de nós sem o Postiga?

      Um abraço

      Eliminar
  2. Não mensionaste o "triplete" André Almeida porque és limitado intelectualmente. No jogo contra os EUA o André Almeida foi titular, jogou a 1ª parte toda e quando saiu por lesão, Portugal estava a ganhar 1-0. Depois, e com a entrada do WC, os americanos deram a volta. Afinal quem é que não foi lá fazer nada?!?

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. O anormal os states só atacavam pelo lado dele!!! Porque será??? Quanto ao golo dos states ser por culpa do WC larga a droga que isso frita-te a cabeça!!!!

      Eliminar
    2. O André Almeida jogou? Não dei por nada, mas às tantas jogou. Jogou no sentido de que vestiu o equipamento calçou as chuteiras e foi para dentro do campo.

      Mas percebo a ideia. O André Almeida deve jogar como forma de premiar as vitórias do Benfica. É um critério. Vale mais esse critério do que critério nenhum.

      Eliminar
  3. Eu colocaria o Eduardo, Costa e Alves no 1ªº grupo (o Pepe só não vai porque é, de facto, um grande jogador). O Éder passava para o último grupo (com reservas...)
    O Patrício passa para o 2º grupo.
    Falta o João Pereira que, penso, enquadra-se no último grupo.

    O Bruno nem sequer sabe falar. Come letras atrás de letras. E nomes de jogadores não é com ele.

    O Carlos Daniel é isto:
    http://www.youtube.com/watch?v=ttVNZt-IY40

    Quem segue o que ele diz só vê uma cor, e logo a pior (tipo o Jorge Vicente).

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Meu caro,

      É verdade, falta o João Pereira. Fica no último grupo. Não coloquei o Patrício no segundo para não parecer tendencioso. É o melhor guarda-redes português a muita distância dos demais.

      O Alves e o Eduardo podem ir para o primeiro grupo. Chegaram a estar lá. O Pepe é um grande jogador e o resto é conversa.

      Um abraço

      Eliminar
  4. Ahahah. Se o André Almeida é tão bom, porque não fica no Benfica?

    Sejamos honestos: o André Almeida não presta para a selecção.

    Se quisermos ser completamente honestos, foi do lado dele que levámos a goleada de 4-0 da Alemanha.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Meu caro,

      Se não voltar a ir o André Almeida, com quem é que nos podemos rir? O Postiga está velho. Pode ser que o Éder sirva.

      Eliminar
  5. O Miguel Veloso é da lista dos nunca mais, o que ele fez tanto a 6 como a lateral-esquerdo é imperdoável, fomos eliminados principalmente por culpa dele e do Meireles,há muitos culpados mas esses dois foram os mais gritantes, dois trastes , não merecem voltar a representar a nossa seleção.
    Não percebo essa aversão ao Éder ( o melhor contra a Alemanha ) foi dos poucos que lutou, esforçou-se, ganhou bolas com raça e força. Pesou o facto de não ter experiência e precisar de finalizar melhor, de resto não foi mau de todo (a comparar com os outros ) , com o tempo e treino vai lá.

    ResponderEliminar