terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Rescaldo

Há umas frases feitas que servem para estas situações. Na segunda-feira toda a gente a acerta no Totoloto. Os prognósticos fazem-se no fim dos jogos. Podíamos estar aqui até amanhã.

Mais irritante do que jogo contra o Belenenses foram os comentários e as análises depois dele. O Sporting não jogou a ponta de um corno. Daqui não resulta que o Belenenses tenha jogado bem ou sequer que o Sporting tenha jogado mal por qualquer ação do Belenenses. O Belenenses é uma daquelas (muitas) equipas portuguesas que entra para o campo a ver o que o jogo dá. Não tem objetivos. Vai defendo como pode, manda umas biqueiradas para a frente, deixa o tempo passar e acredita num milagre.

O Sporting revelou as mesmas dificuldades do jogo contra a Académica, sobretudo na primeira parte. Muita posse de bola, muitos passes para o lado e para trás e umas brincadeiras de um ou outro jogador. Oportunidades é que nem vê-las. O Belenenses ainda nos ofereceu uma. Mas, mesmo assim, água.

É irrelevante se apostamos mais no jogo interior ou pelas laterais quando andamos a trocar a bola a quarenta metros da baliza adversária. É preciso atacar a baliza adversária. Só depois de se decidir isso é que se decide de que forma se faz. Não vale a pena o Montero estar sempre a recuar para cima dos médios, ficando sempre os defesas de frente para a bola e não entrando ninguém nas costas. Depois é necessário ter o “timing” certo para se chegar à área, com as desmarcações certas e as alternativas devidas. Centrar para a área não é atirar a bola para a molhada. É na mesma passar a bola para o colega mais bem posicionada. Por fim, é necessário ter fogo nas botas. Entrar às bolas, disputá-las com os defesas e querer marcar golos nem que seja com a barriga.

Na segunda parte, o Marco Silva quis dar mais profundidade ao jogo. O Montero não se mexia. Entrou o Tanaka. Percebe-se, embora também se percebesse se ficassem os dois. Saiu o João Mário para entrar o Mané. Aí as coisas percebem-se menos. Com o Adrien em campo jogamos com menos um.

O jogo, que não estava bonito, ficou uma porcaria. A verdade é que o Belenenses não criou uma oportunidade de golo. Atribuir algum mérito ao Belenenses no jogo é dar mérito às equipas que jogam com onze jogadores e que vestem equipamentos diferentes do adversário. Com dez e continuando a não jogar nada, empurrámos o Belenenses para defesa, que nunca mais de lá saiu. Mesmo no fim, entrou em ação o melhor jogador do Sporting: o poste. Naquele jogo dificilmente outro jogador faria um passe tão decisivo para o Mané.

O treinador analisou bem a situação ao intervalo. Sem profundidade atacante, não há espaço. É escusado andar a jogar ao meio. A mudança não resultou como desejava. Agora, não substituiu, e bem, o Patrício e o Patrício foi o jogador mais decisivo do Belenenses.

1 comentário:

  1. Concordo que com Adrien em campo o SCP não ataca com qualidade. O J.Mário é 1000x melhor nesse processo e deveria ter ficado em campo. Tal como Tanaka deveria ter jogado com Montero.

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