… e a propósito das notícias sobre a revolta leonina em curso, deixo aqui, para os “opressores” e para os “oprimidos”, alguns conselhos de “Um guia breve, mas útil, de desobediência civil”, de Woody Allen:
“Para fazer uma revolução há duas coisas indispensáveis: alguém ou alguma coisa contra que se revoltar e alguém que vá para a frente e o faça. A indumentária é geralmente informal e ambas as partes podem mostrar-se flexíveis em relação à hora e ao local, mas se uma das facções não comparecer é provável que todo o empreendimento fracasse. Na Revolução Chinesa de 1650 não compareceu nenhuma das partes, o que causou a perda do depósito feito.
As pessoas ou partidos contra os quais a revolução é feita denominam-se “opressores” e reconhecem-se facilmente por parecerem ser os únicos que se divertem. Geralmente, os “opressores” vestem fatos, possuem terras e põem os rádios muito alto até às tantas da noite sem que os insultem. A tarefa deles é manterem o status quo, uma situação em que tudo permanece na mesma, ainda que tenham vontade de pintar de dois em dois anos. (…)
Os que se revoltam são conhecidos por “oprimidos” e geralmente podem ser vistos movendo-se em grupos, a resmungarem ou a queixarem-se de dores de cabeça (Há que assinalar que os “opressores” nunca se revoltam ou tentam transformar-se em “oprimidos”, porque isso acarretaria mudarem de roupa interior). (…)
Convém lembrar que, quando uma revolução acaba, os “oprimidos” frequentemente assumem o Poder e começam a actuar como os “opressores”. É claro que a partir dessa altura é muito difícil contactar com eles pelo telefone e é de esquecer por completo o dinheiro para cigarros e pastilhas elásticas que emprestámos durante a luta”.
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